RESENHA MIDIA, VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA

   O texto Mídia, violência e segurança pública: Novos aspectos da violência e da criminalidade no Brasil, feito por Jonas Modesto de Abreu e Luiz Cláudio Lourenço, retrata a violência no Brasil, mostrando como é criada, disseminada e aplicada, entrando afundo em aspectos sociais de como é inserida nos indivíduos e quais as consequências que são causadas por essa decorrência. Primeiramente, o mesmo é dividido em cinco partes principais, relatando em cada uma delas, diferentes focos de um mesmo problema.

   O autor inicia sua argumentação dizendo que a violência é muito frequente em nosso cotidiano e que sempre estamos sendo expostos a mais, o que é notório. Depois disso, o mesmo fala que as crianças dessa geração estão desde cedo sofrendo influência da violência na televisão, cinema e em jogos, nos jogando à ideia de que o ser humano é puramente relações sociais, e que o comportamento violento decorre do ambiente onde é criado. O parágrafo é finalizado com a conclusão de que a classe baixa é a mais fácil de ser influenciada pela violência, pois muitas vezes não tem escolaridade, possuem família desestruturada, são rodeadas por pessoas de baixo nível, já envolvidas no crime e também vivenciaram violência dentro da própria casa.

   As argumentações do autor, vistas no primeiro parágrafo, foram bem coerentes, é fato que as crianças de hoje em dia tem mais acesso a violência do que as da geração passada, contudo, isso é fruto da tecnologia e modernização, algo que não era tão recorrente a alguns anos atrás, ficando fora de nosso controle priva-las de assistir televisão ou jogar videogames. A influência que esses meios tecnológicos passam a elas, com certeza não seria o ideal, porém, a base da educação é dada em casa e as influências externas de violência, não são capazes de bater a boa índole de uma pessoa. Na questão da classe baixa, é visível que alguém que, por quaisquer motivos, não teve uma estrutura familiar sólida, de modo que também não conseguiu receber uma educação para sua vida, será muito mais influenciável, estará sujeito a influencia da violência que poderá o levar ao crime.

   No segundo parágrafo de argumentação os autores começam a falar de como a violência a tratada pelas pessoas atualmente, apontado que atualmente, todos agem com indiferença à violência alheia, que não temos emoções quando algo acontece com alguém que não conhecemos. Depois é entrado em uma questão de um filme, onde se mostra um animal sendo torturado e um negro sendo baleado. As conclusões desse filme são que existe muito mais comoção com o animal sendo torturado do que com o negro sendo baleado.

   É notório que o autor vê como sendo um aspecto negativo as pessoas não sentirem pena ou algum tipo de emoção ao verem notícias de mortes nos jornais ou televisão, contudo, é um ponto que não tem muito nexo, o ser humano nunca teve a capacidade de se sentir profundamente deprimido pelo mal alheio, ainda mais hoje, que as pessoas não possuem nem mais tempo para pensarem direito em suas vidas, não há nenhuma possibilidade de gastarem seu fôlego ao se lamentar pelos outros. Na parte do filme, outra questão de fácil dedução que não foi compreendida pelos autores. A cena retratando um animal sendo torturado será sempre mais comovente, pelo fato de ser algo que não é muito comum de se ver, já uma pessoa sendo baleada, é algo “completamente comum”, pois é visto todos os dias em filmes, noticiários, jornais. Outro ponto importante é a circunstância da pessoa ser negra, pois não foi possível identificar se isso foi proposital, ou se foi para entrar em uma questão racial, onde seria dado ainda menos importância em a pessoa ser negra.