TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Reforma Política

Por:   •  11/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  310 Visualizações

Página 1 de 4

Entendendo a Reforma Política #10: a reeleição e o tempo de mandato

Por Alessandra Verch.

A reeleição e o tempo de mandato tem se tornado um dos grandes problemas para os correligionários do ex Chefe do Executivo Federal, Fernando Henrique Cardoso, visto que sua Emenda à Constituição tem sido criticada tanto por seus opositores, quanto por seus colegas de partidos. O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 82 definia o seguinte: “o mandato do Presidente da República é de cinco anos, vedada a reeleição para o período subsequente, e terá início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição”. No entanto, já em 1994 o Legislativo aprovou um projeto de Emenda à Constituição alterando o tempo de mandato para quatro anos (Emenda Constitucional de Revisão 5/94). E em 1997, às vésperas do fim de seu mandato, Fernando Henrique Cardoso (FHC) encaminhou ao Legislativo projeto de Emenda à Constituição pondo fim à proibição da reeleição. Após mobilizar seu partido, o PSDB, no Congresso, FHC conseguiu aprovar a Emenda Constitucional nº 16/1997 que alterou o art. 82 e, também, o parágrafo 5º do art. 14, da C.F. O texto vigente da nossa Constituição diz que “o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente”.

Segundo a tipologia das reformas políticas, proposta pelo cientista político Lúcio Rennó em seu artigo Reforma Política: consensos necessários e improváveis, as Emendas à Constituição citadas devem ser compreendidas como verdadeiras reformas políticas visto que promoveram mudanças no sistema político. Ainda segundo a tipologia do autor, a Emenda Constitucional nº 16/1997 foi uma reforma de abrangência pontual, visto que alterou apenas um subsistema político (o sistema eleitoral), mas profunda, por ter provocado alterações drásticas no mesmo. Todavia, o autor defende que “a mudança na regra eleitoral para os postos executivos claramente teve um lado casuístico, sendo aprovada em ano pré-eleitoral, 1997, e beneficiando diretamente aos que estavam no poder, como o então presidente da República”.

Em recente notícia do jornal Estadão, Julia Duailibi e Gabriel Manzano afirmaram que a reeleição (ao lado das privatizações) vem se tornado o “patinho feio” do legado FHC, isso porque tanto Aécio Neves, quanto Geraldo Alckmin e José Serra estão, de forma constante, se posicionando contrariamente à reeleição e favorável ao antigo texto da Constituição, com mandato de cinco anos. Esse comportamento é óbvio, tendo em vista o desempenho eleitoral do principal partido opositor ao PSDB, o PT. O fato da reeleição ter acabado por privilegiar mais ao PT, do que aos seus propositores, torna-se um obstáculo político a ser superado pela cúpula do PSDB, muito embora, novamente, o casuísmo apareça. Pensa-se em nova mudança, não para o aperfeiçoamento do sistema político brasileiro, objetivo que deveria nortear toda e qualquer reforma política, mas para benefício próprio, no caso, para benefício da atual oposição na esfera federal. O tema da reeleição é um tema tratado, com alguma frequência, de forma oportunista. Aqueles que, no momento, não se privilegiam

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.2 Kb)   pdf (46.3 Kb)   docx (12.2 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com