UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL
Por: Isadora Ducatti • 29/4/2021 • Resenha • 1.395 Palavras (6 Páginas) • 283 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL
Resenha Crítica de Caso
Isadora Orlandini Carneiro Ducatti
Trabalho da disciplina Desafios da Família na Contemporaneidade.
Tutor: Profª. Mariana de Freitas Rasga
Monte Azul Paulista - SP
2021
ENCONTRANDO PAIS NEGROS: UMA IGREJA, UMA CRIANÇA
Referência:
M. Anna. Encontrando pais negros: uma igreja, uma criança. Número do caso C15-88-856.0. HARVARD Kennedy School, fev. 2011. Disponível em: http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/supportMaterialDetails/support. Acesso em: 27. Abr. 2021.
O caso apresentado começa com um fato do ano de 1979, no Condado de Cook, Chicago, tinha 702 crianças negras e 300 crianças brancas em seu sistema de acolhimento adotivo, de uma população geral que era 26% negra. Quando esse fato se espalhou ao público, os negros do Condado de Cook se preocuparam com o fato de crianças negras serem criadas em casas de pessoas brancas e acabaram reagindo com raiva a tal situação.
Após muitas discussões, a solução possível foi buscar uma aliança com ministros negros, que seriam a ponte para alcançar os pais adotivos negros que o DCFS buscara sem sucesso, visto que, no início da década de 70, de acordo com Janis Fortè, assistente do DCFS, as tarefas estavam atingindo apenas o movimento dos direitos civis e iniciando a verificação de como as agências estaduais atendiam a esses clientes minoritários.
As agências passaram a se envolver com os serviços sociais, iniciando uma contagem do número de clientes minoritários, considerando as implicações dos números que encontraram. Além dos clientes negros, foram contadas as crianças com deficiência e crianças brancas, somente maiores de seis anos, visto que as crianças mais velhas são, em geral, mais difíceis de serem adotadas.
Nas oito regiões em que havia serviço do estado, os profissionais de acolhimento também trabalhavam a respeito de adoções, sendo um dos serviços mais difíceis de serem feitos. Essa dificuldade em adoção das crianças negras foi entendida como consequência de as famílias negras não estarem dispostas a adotar, sendo outro dos problemas, a alocação de crianças em instituições fora do estado de origem por longos anos, fato que ocorria por conta da falta de padrões estaduais, tornando ainda mais difícil a adoção ou reunificação com suas famílias.
Verificando o fato como um grande problema que deveria ser resolvido, Coler nomeou um vice-diretor associado para liderar as questões de adoção em todo o estado, passando essa responsabilidade a uma administração especializada, com pessoas dedicadas ao serviço, sendo especialistas em adoção, com tarefas como a criação de um modelo de programa de adoção para que ocorresse um fluxo de casos de acolhimento a adoção, tendo ajuda de assistentes sociais outras medidas, o fato passou a ser de conhecimento de todos no local, tornando uma tarefa coletiva ajudar.
Alguns dos custos que os estados tiveram foram reembolsados em 1980, com a Lei de Assistência à Adoção e Bem-estar da Criança, como o exemplo de valores gastos para os subsídios de famílias e auxílios com custos adicionais associados a crianças com deficiência, mas os problemas não acabaram por aí.
No início do verão de 1980 os líderes responsáveis por esses problemas, discutiram sobre o caso e verificou-se o fato de que as igrejas dos negros, seja da congregação batista, episcopal metodista africana, metodista ou baseada na comunidade, são as principais organizações das comunidades, com propriedade total e dirigida apenas por negros.
Frente a tantas dificuldades oriundas do convívio com as demais sociedades, em que muitas são hostis e racistas, os negros veem suas igrejas como um local para repor seus valores comunitários, restabelecendo e enaltecendo a cultura negra, dando-lhes conforto e confiança.
Os pastores possuíam um papel de voz pública que reforça a confiança e o respeito entre os negros, embora não fossem todos os que frequentavam regularmente as igrejas e os demais serviços. Essas características são da forma tradicional de que o clero negro assumia um papel de liderança em questões que afetassem os próprios negros, fosse em questões civis como em questões locais como moradia e segurança pública.
Graças a essa cultura e as igrejas, com seus programas sociais ativos, é que se arrecadam dinheiro para muitas ações solidárias, como exemplo da Igreja Batista do Tabernáculo no lado sul de Chicago, que arrecadaram dinheiro para construção de um prédio para uso de fins sociais, como de treinamentos.
Pensando nesse sentido é que se chegou à conclusão de que a Igreja poderia abrir as portas para as famílias e ajudar com o caso da crise de adoção. Assim, uma grande medida fora tomada, a ser a relação de vínculo entre departamentos e igrejas negras, buscando o apoio da Convenção Geral Batista do Estado de Illinois, o órgão de governo do grupo religioso negro mais poderoso do estado.
Outra medida foi a apresentação de vídeos como uma forma de videoclipes para mostrar as crianças que estavam para adoção, de forma que elas se apresentassem. Esses vídeos eram passados em reuniões do conselho e os ministros eram obrigados a participar das mesmas, além de terem que fazer apresentações sobre a adoção nas congregações e comparecer como convidados de outras igrejas sem receber pagamento por isso.
Para pagamento dos gastos, que eram altos, trabalhou-se parcerias com empresas terceirizadas que colaboravam com reembolso de despesas, mas, como ainda não eram suficientes, os ministros concordaram em se reunir publicamente como um conselho a cada dois meses em diferentes partes do estado.
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