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O Setor Energético Brasileiro

Por:   •  12/4/2024  •  Artigo  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  84 Visualizações

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O SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO: UMA ANALISE INSUMO-PRODUTO PARA OS ANOS 2000 E 2009

Gilmara Muniz de Almeida[1]

Resumo

A energia em seu sentido mais amplo tem um papel fundamental para a sociedade, como elemento chave para a inclusão social, desenvolvimento sustentável e, melhoria da qualidade de vida da população. O trabalho busca mensurar o comportamento e a importância do setor energético brasileiro em 2000 e 2009, utilizando os instrumentos do modelo insumo-produto. Para tanto, utilizou-se ferramentas que permitem obter resultados referentes aos impactos setoriais sobre produção. Após análise é possível determinar os setores energo-intensivos, podendo fazer projeções de impactos de novos investimentos e de demanda por energia ao longo da cadeia produtiva.

Palavras chaves: Setor Energético. Efeitos de Encadeamentos. Insumo-produto.

 

1 – INTRODUÇÃO        

A energia é um insumo de uso generalizado na economia. A energia em seu sentido mais amplo tem um papel fundamental para a sociedade, como elemento chave para a inclusão social, desenvolvimento sustentável e, melhoria da qualidade de vida da população. Um dos principais fundamentos para promover sustentabilidade econômica de um país é a sua capacidade de logística e energia para o desenvolvimento de sua produção, com segurança e em condições competitivas e sustentabilidade.

O Brasil tem promovido seu desenvolvimento na área energética, tanto na produção de petróleo em águas profundas, na produção de etanol, no parque de geração hidrelétrico, no exponencial aproveitamento da energia eólica, no amplo e integrado sistema de transmissão de energia elétrica e, sobretudo, na renovabilidade de sua matriz tanto energética quanto de produção de energia elétrica.

Portanto, é extrema importância conhecer a abrangência da interdependência setorial do setor Energético e sua capacidade de estimular o crescimento na economia. O modelo insumo-produto possibilita retratar essas relações em diferentes níveis de complexidade. A análise setorial é um instrumento apropriado para avaliar as relações setoriais da produção e do consumo de energia no país em virtude de incorporar o setor Energético no sistema econômico.

Diante de um cenário de crescimento e considerando as perspectivas de aumento do consumo de energia nos anos decorrentes, este estudo tem como objetivo avaliar a importância relativa do setor Energético para o crescimento da economia brasileira. O trabalho busca mensurar o comportamento e a importância do setor energético brasileiro em 2000 e 2009, utilizando os instrumentos do modelo insumo-produto. Para tanto, utilizou-se ferramentas que permitem obter resultados referentes aos impactos setoriais sobre a produção.

O trabalho é dividido em cinco seções. Além desta introdução, a seção dois busca fazer descrição geral do setor energético e o cenário econômico brasileiro, enquanto a terceira seção apresenta o modelo de insumo-produto. A quarta seção expõe a análise dos resultados apresentados. A quinta seção apresenta as considerações finais.

2 O SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO

De acordo com Tolmasquim (2007), ao longo do século XX ocorreu uma crescente demanda de energia primária no Brasil decorrente de um forte desenvolvimento econômico. Entre os fatores que determinaram o crescimento são compostos de um expressivo processo de industrialização, com a instalação de plantas energo-intensivas, e uma evidente expansão demográfica, seguida de rápido aumento da taxa de urbanização. 

O uso de energia no Brasil começou a apresentar incrementos elevados a partir do término da II Guerra Mundial, impulsionado pelo expressivo crescimento demográfico, por uma urbanização acelerada, processo de industrialização e construção de uma infra-estrutura de transporte rodoviário de característica energo-intensiva.

Entre 1940 e 1950, com uma população de cerca de 41 milhões de habitantes, dos quais 69% se concentravam no meio rural, o consumo brasileiro de energia primária era de apenas 15 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo). Em 1970, a série histórica da evolução do consumo de energia e do crescimento populacional indicou que naquele ano a demanda de energia primária era inferior a 70 milhões de tep, enquanto a população atingia 93 milhões de habitantes.  Em 2000 a população já ultrapassava 170 milhões de habitantes e o consumo de energia se elevava a cerca de 190 milhões de tep, de modo que o crescimento quase triplicou. (TOLMASQUIM, 2007).

Em um cenário de crescimento econômico sustentado é esperado um aumento da demanda de energia. Nessas condições, a estratégia de expansão da oferta de energia deve considerar iniciativas para promover o uso mais eficiente das fontes. Uma medida dinâmica dessa eficiência é dada pela evolução do conteúdo energético do PIB. O mundo tem mudado de sua perspectiva nos últimos anos,  dando maior ênfase aos riscos e incertezas da degradação ambiental. Tendências no uso de energia mais limpa foram introduzidas no desenvolvimento sustentável.

Conforme o gráfico 1, na composição da oferta interna de energia por fonte primária nacional de 2013, as fontes de energia não renováveis respondem por 47,0%, e as fontes renováveis por 53,0%.  

Gráfico 1 – Oferta interna bruta de energia por fonte[pic 1]

Fonte: BEN (2013)

Na produção por fontes de energia, o Petróleo responde por 38,0% da energia primária do país. Os Produtos da cana de açúcar ocupam a segunda posição com uma produção 19,0 %, seguido pela Energia hidráulica 14,0%, pela Lenha com 10%, e por Outras fontes primárias com 4,0%. Trata-se, portanto, de uma matriz energética poluidora, mas que oferece, no entanto, pela participação das fontes de energia renováveis, potencial para a redução de emissões de gases de “efeito estufa” através do uso de combustíveis menos poluidores e renováveis.

Tabela 1 – Produção de Energia Primária[pic 2]

   

 

                     Fonte: BEN (2013)

Apesar da presença majoritária das fontes não renováveis de energia, a matriz energética brasileira, apresenta forte presença de fontes renováveis de energia. Na tabela 1, podemos visualizar o crescimento da produção de energia for fonte ao longo dos anos, é notória a crescente produção de todas as fontes, tanto as renováveis quando as não.

3 METODOLOGIA

A seguir é apresentado um arcabouço teórico sobre os modelos de insumo-produto. Para isso, primeiramente, apresenta-se alguns aspectos inerentes à sua conceituação e formação. O modelo insumo-produto foi descrito, bem como o conjunto de matrizes. O procedimento realizado foi explicado desde a matriz de transições interindustriais até chegar aos coeficientes técnicos. Os conceitos e procedimento para o calculo do multiplicador produção, os linkages para frente e para trás, e o setor-chave também foram apresentados.

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