O que é economia - Paul Singer
Por: Joyce Baptista • 25/10/2019 • Resenha • 1.240 Palavras (5 Páginas) • 457 Visualizações
Economia: um guia para iniciantes.
Paul Israel Singer nasceu em 1932 na cidade de Viena, Áustria. Veio para o Brasil em 1940 pois era perseguido por ser judeu. Após o ensino médio se filiou ao sindicato dos Metalurgicos de SP e foi um dos líderes do movimento grevista de 1953. Fez Ciências Economicas e Administrativas na USP (instituição em que mais tarde foi professor) se formando em 1959. Mais tarde, junto com intelectuais da USP fundou o CEBRAP. Lecionou na PUC, ajudou a fundar o PT e escreveu mais de 20 livros.
O livro O que é Economia do autor Paul Singer, assim como o título sugere, procura trazer, de fato, o que é Economia enquanto atividade. Logo nas primeiras linhas, são apresentados os principais significados da palavra “economia”. Para Paul, existem 3: o primeiro diz respeito a ser econômico, ou seja, economizar recursos; o segundo define economia como atividade, logo uma atividade é econômica quando visa ganho em dinheiro; e o terceiro “se refere à ciência que tem por objeto a ‘atividade econômica’” (palavras do próprio autor que expressam bem o terceiro significado). O mesmo continua dizendo como a Economia enquanto atividade, que será o foco do livro, e tudo que se refere a ela é controverso – veremos que isso fará todo sentido ao longo do texto – e termina dizendo que o mundo está tão longe como nunca de um acordo. Em seguida, é visto como a ciência divide a economia em marginalista e marxista, sendo que esta a concebe como sendo social e aquela como individual. Vejamos um a um (Marxismo e Marginalismo), assim como é feito no livro nas primeiras páginas. Do ponto de vista marxista a atividade econômica é sempre coletiva. Faz-se uma divisão social do trabalho, onde os grupos se qualificam e, cumprindo tarefas diferentes, contribuem para a produção e circulação de mercadorias ou de serviços. Ou seja, cada um cumpre seu papel de acordo com o modo histórico de produção assumido pelo povo, grupo ou comunidade. As pessoas nascem nesse modo de produção da sociedade e são direcionadas “de forma automática” a um emprego para se tornarem economicamente ativas. Logicamente ninguém nasce com a carteira de trabalho assinada, mas de acordo com o Marxismo ninguém escolhe de fato qual carreira vai seguir e isso muito menos tem a ver com vocação, mas sim com a divisão que a sociedade tem em classes sociais. Ou melhor, o modo de produção nivela cada um e de acordo com sua posição na sociedade é gerado um papel na economia para você assumir. Já os Marginalistas, acreditam na individualidade, mas reconhecem que os indivíduos relacionam entre si. Porém, para continuarem com seu pensamento de individualismo explicam que isso se dá através de agentes individuais, que esses agentes pensam individualmente e que respondem aos seus próprios objetivos e conveniências. Para eles, na economia, milhares desses agentes relacionam uns com os outros, fazem isso pois tem condições de saber o que lhes convém e são capazes de fazer um cálculo de custo versus benefício, satisfação versus sacrifício e vantagens versus desvantagens. Ou seja, as pessoas sempre têm direito de escolha e mais que isso, podem saber o que é mais conveniente para elas na hora de fazer parte da economia. Os marxistas acreditam que atividades puramente individuais não fazem parte da economia social, mas o adotado pelas disciplinas científicas é a teoria marginalista, em que as atividades individuais integram sim a economia (graças, principalmente, ao feminismo na década de 70 que fez o trabalho doméstico praticado pelas donas de casa integralizar a divisão social de trabalho). Em contrapartida, o marginalismo não conta com o trabalho não remunerado (como por exemplo, das donas de casa) na hora de formar o produto nacional, criando um paradoxo interessante observado no livro. Contrapondo mas uma vez marxismo e marginalismo é observado que aquele estuda a economia política como ciência do social, estuda todo o grupo de atividades que compõem a economia e, além disso, engloba nesse estudo as condicionantes sociais e políticas. Melhor dizendo, se preocupa com as diferentes camadas sociais, o conflito gerado entre elas e os fatores que isso gera como a repartição de renda e desenvolvimento de forças produtivas. Já o marginalismo, como se esperava por ter uma proposta individualista, divide as ciências em setores, cada uma das ciências tem seu setor e cada setor tem autonomia considerável em relação aos demais. As pessoas interagem sem levar em consideração as decisões econômicas e o mercado funciona com perfeição,
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