Resenha Crítica Carlos Lessa
Por: Amandavsm • 2/5/2019 • Resenha • 924 Palavras (4 Páginas) • 508 Visualizações
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Amanda Vitória Santos Machado
Economia e Ecologia
Professora Aline Magalhães
Resenha: Análise Econômica E Economia Política- Carlos Lessa
O texto foi um discurso proferido pelo economista Carlos Lessa, na aula magna da Unicamp em 1972. O tema apresentado por Lessa foi o dilema do ensino da Economia, que envolve os conteúdos da formação em si e não os problemas clássicos como falta de professores, verbas e atenção dos alunos. Logo no início o economista põe em pauta um assunto que é presente em várias discussões acerca da profissão, qual é o objeto próprio de estudo da Economia.
Ainda no começo do texto o autor introduz que existem dois objetos de reflexão, que são mais propostos e que ambos apresentam implicações quanto à abordagem e o modo de tratar. O primeiro objeto está relacionado com as ideias de escassez e opção, que é a análise econômica. O segundo objeto se conecta com a organização das sociedades em relação à produção e a repartição, a economia política. A partir daí, o objetivo apresentado é demonstrar que, de certa forma, é impossível unir os dois objetos de estudo. O pensamento econômico se enfatiza cada momento em apenas um dos objetos de estudo.
Carlos Lessa afirma que os dois objetos não podem se manifestar de forma simultânea, principalmente pelo método que cada um é aplicado. A análise econômica, ao se relacionar com escassez e opção, pode ser analisada em qualquer sociedade de qualquer período histórico, se mostrando assim, atemporal. Já na economia política, as leis que regem os métodos de produção e repartição são totalmente diferentes em cada sociedade de cada época. Nesse momento ele exemplifica comparando as sociedades medievais e socialistas, deixando claras as diferenças quanto aos processos de cada uma e mostrando que não pode ser um objeto de teorias universais.
Ao entrar no tópico de análise econômica, Lessa apresenta mais uma diferença entre os dois objetos de reflexão, que é a Exigência do Objeto em si. Em análise econômica, o ato de analisar significa dividir, repartir um todo e se obter uma coleção de várias partes. Ao exemplificar com a “partição” de uma vaca, por um açougueiro e por um professor de Veterinária, o economista esclarece que a partição pode ter objetivos e resultados diferentes. Ou seja, podem existir vários modos de análise, dependendo de quem está analisando.
Logo a seguir, Carlos Lessa expõe a armadilha que envolve o Critério de Partição. É possível demonstrar qualquer coisa através dos conceitos e critérios que escolhermos na análise. O economista exemplifica isso com uma teoria de que “não é possível compatibilizar o objetivo de máximo crescimento econômico com o objetivo de melhor justiça social”. Assim, ele demonstra teses que comprovam ou não essa teoria, a partir da utilização de diferentes conceitos. Provando assim, que a partição depende do critério usado para se demonstrar algo.
Prosseguindo, Lessa apresenta outro problema que envolve a análise econômica, que é o Nível de Abstração. Nesse trecho ele afirma que a abstração leva a desfoques, se for operacionalizada em um nível diferente do já estabelecido. Portanto, as relações construídas com essa análise só funcionam em um universo ideal estabelecido pelo economista que está analisando, por exemplo.
Encerrando a problemática da análise econômica, o economista apresenta a Lógica Formal, que consiste em conceituar a fim de criar teorias. Isso ocorre a partir da causalidade entre conceitos, onde determinada variável tem o seu comportamento justificado por outra, excluindo outros princípios importantes. Então, Lessa faz refletir porque a análise econômica é tão utilizada. Ele apresenta a justificativa de que ela é a lógica da infância, que é baseada em conceitos, que a comunicação se faz desde o primeiro momento com a análise. Entretanto, se um economista for formado somente por meio de análises econômicas, apesar de muito conhecimento, ele estará negligenciando dimensões muito significativas dos processos econômicos e sociais.
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