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A Pesquisa em Comunicação na América Latina

Por:   •  11/10/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.769 Palavras (8 Páginas)  •  479 Visualizações

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A Pesquisa em Comunicação na América Latina

O que mais incentivou os estudos da comunicação na América latina foram as demandas políticas e sociais. O contexto desses estudos é a dependência estrutural que evoca a cultura da submissão, do silêncio, mas também da resistência e da luta.

Foram desenvolvidos estudos, desde a década de trinta sobre o jornalismo, liberdade de imprensa e legislação. A influência norte-americana entrou na América Latina por causa da tradição de importar e incorporar idéias alheias, os EUA trouxeram consigo os métodos, os temas e o Ciespal (Centro Internacional de Estudios Superiores de Periodismo para América Latina), que organizou os primeiros estudos de comunicação no local. O contexto em que o Ciespal foi fundado foi o da Aliança para o Progresso, como uma resposta aos acontecimentos na América Latina, sua criação foi em 1959.

“O Ciespal foi a principal ponte entre os especialistas, as escolas e os diversos centros de reflexão e, com a difusão de suas publicações, iniciou e sustentou umimportante esforço de reflexão sobre os problemas da comunicação, além de ter formado um centro de documentação especializado, registrando a memória histórica sobre os meios da região”.

Em 1973, o Ciespal foi redirecionado e as principais críticas foram quanto: à falta de conceitos próprios, de juízos críticos, de sistematização, de visão qualitativa profunda, de engajamento político, social e econômico, à preferência por temas limitados, à concentração excessiva em meios de comunicação de massa, à falta de racionalidade da pesquisa, de coordenação, e ao enclausuramento das disciplinas. A partir desta avaliação, o Ciespal passou a buscar suas raízes na América Latina, preocupando-se com a comunicação popular, a pesquisa participante, substituindo os professores estrangeiros por latino-americanos.

Em 1959, surge na Venezuela o Instituto Venezuelano de Investigaciones de Prensa de la Universidad Central. Este centro deu origem ao ININCO (instituto de investigaciones de la Comunicación), de 1973, cujo objetivo é pesquisar a comunicação de massa, analisando os meios e suas incidências na região. Assim, Equador e Venezuela são os primeiros a abrigar a pesquisa em comunicação.

Em 1970 é criado o CEREN (Centro de estudos da Realidade nacional) no Chile, vinculado à Universidade Católica. Ele realizou pesquisas sobre o domínio dasmultinacionais na comunicação da América Latina, com base nas idéias marxistas de ideologia e conflitos de classe. Depois se estendeu para toda a América Latina marcando a identidade dos estudos latinos. Após o golpe militar no Chile, o grupo se desfez e alguns membros passam a se encontrar no México no ILET (Instituto Latino-americano de Estúdios Transnacionales). O ILET foi a principal instituição difusora de propostas de meios para democratizar a comunicação no continente. Por meio do difusionismo e do extensionismo, o funcionalismo se abriga no Ciespal iniciando a preocupação com a comunicação regional. Tanto o marxismo quanto o funcionalismo disputam a abordagem da comunicação, além da sociologia e da semiologia.

Apenas no fim dos anos 60 e início dos 70 que se inicia um estudo realmente latino-americano, pois se começa a pensar na situação de subdesenvolvimento e incorpora-la na análise dos meios. O contexto político é a marca da reflexão. Surge uma oposição ao american way of life. As ditaduras no Cone Sul dificultaram a concretização do sonho marxista na América Latina.

Cada instituto teve suas revistas

“As revistas de comunicação estiveram inicialmente ligadas aos centros de estudos, assim como hoje estão ligadas aos programas de pós-graduação”. As revistas Comunicación y Cultura, do CEREN, e Lenguajes, da Associação Argentina deSemiótica, foram as que mais expressaram preocupação com a comunicação. Elas tinham preocupação com a função dos intelectuais na transformação. E eram inspiradas no estruturalismo e na semiologia. Reivindicava a teoria ligada á prática. Comunicación y Cultura foi a primeira a fazer exclusivamente pesquisas em comunicação. Ela persistiu mesmo após o fim do CEREN. Chasquí, publicada por Ciespal, dava prioridade à comunicação alternativa e à democratização da informação. Discutiu os currículos de comunicação para escolas da região e divulgou experiências de comunicação. Durante treze anos, foram publicados Os Cuadernos Del ILET, que revelaram o caráter militante do centro. Defendiam a transnacionalização dos meios de comunicação por meios do campo político. A revista de Felafacs é a Diálogos de la Comunicación. É considerada a revista teórica das faculdades de comunicação. Os três principais enfoques eram: discussão de temas atuais, ensino de comunicação e informes de pesquisas. As revistas Comunicación y Sociedad e Culturas Contemporáneas surgiram no México no final dos anos 80. Em 1999, foi lançada no Brasil pela Cátedra Unesco, a revista Pensamento Comunicacional Latino-americano.

OS PAIS FUNDADORES

Todos os principais teóricos da América Latina fizeram uma abordagem crítica da comunicação vinculada ao contexto de seus países e ao continentecomo um todo. Isso reafirma a questão de que os estudos na América Latina sempre foram uma questão política. A primeira pesquisa sobre multinacionais foi realizada no CEREN e é denominada Agressão desde o espaço. Ela tentava identificar e entender a campanha internacional contra o socialismo no governo feita por meio da SIP (Sociedade Internacional de Prensa). “O mais importante nestes escritos iniciais de Mattelart e dos intelectuais que trabalharam com ele é a busca de aportar elementos conceituais para tomar distância frente aos fenômenos mediáticos e de propor novos modos de fazer comunicação”.

Antonio Pasquali afirmava que a escola de Frankfurt é muito importante para quem estuda teorias da comunicação. Ele foi considerado por Alicia Entel o autor latino-americano mais influenciado por essa escola. Foi criado no ano de 1973 o ININCO, onde Pasquali desenvolveu estudos teóricos, projetos de política de comunicação para a Venezuela.

Luis Ramiro Beltrán tem como principal livro o Comunicação Dominada. Ele busca compreender os modos de dominação e imperialismo norte-americano pelos meios de comunicação.

Eliseo Verón apresenta, na Argentina em 1967, em um seminário de lingüística um texto de análise da imprensa. Ele levou a problemática ideológica para o campo da comunicação.

“Mattelart e Verón, passaram por caminhosdiferentes, concordavam que o modo de produção é que determina a forma como o ideológico

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