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Fichamento A  Obra Tekoha

Por:   •  24/6/2019  •  Resenha  •  2.622 Palavras (11 Páginas)  •  179 Visualizações

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A Obra Tekoha - Em busca da Terra sem Males foi inscrita por Antônio José Guimarães Brito, Doutor e professor de Metodologia de pesquisa em Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande- Furg. Seu livro foi publicado pela editora Giostri no ano de 2015, é uma historia que foi inspirada na Obra de William Shakespeare, Romeu e Julieta.

 A obra da ênfase a assuntos atuais como, o estupro e o genocídio dos povos indígenas no Brasil. Embora seja uma trama romântica, o autor aborda esses dois importantes assuntos da atualidade, visto que no Brasil atualmente vive-se esse triste cenário, pois o Brasil é líder disparado no genocídio dos índios, por conta de haver uma grande diversidade de aspectos em dimensões continentais, culturais e idiomas e isso acarretou a extinção dos povos indígenas em território Brasileiro.

A violência sexual relatada na obra é uma questão muito importante a ser discutida, pois se trata de um crime onde o corpo da vitima é visto como terra de ninguém, esse tipo de crime é algo que deixa profundas marcas nas vitimas, sendo elas visíveis ou ocultas e essas marcas se agravam com o tempo fazendo com que as vitimas desencadeiem diversos traumas e até depressão. A cada hora cinco mulheres são estupradas no Brasil e apenas um desses casos é punido fazendo com que o Brasil tenha uma alta taxa de subnotificação do mundo nesse tipo de crime;        

        

O livro é uma obra que prende bastante a atenção do leitor por ser uma história muito interessante e engraçada em algumas partes, visto que o autor usou de um romance indígena para relatar um forte abuso sexual como foi descrito no livro, abuso este que foi romantizado pelo abusador e que deixa claro que esse tipo de crime ocorre com bastante frequência e que na maioria das vezes o abusador não é punido fazendo com que as vitimas tenham medo de se expor porque esse é um dos crimes em que, quem tem que provar sua inocência na maioria das vezes são elas; as vitimas.

Usou também da luta dos índios por terra e a morte dos mesmos para relatar o constante genocídio e a extinção dos índios em território Brasileiro, mostrando também que eles ainda lutam por mais autonomia, pois vivem permanentemente em risco de perder seus direitos que são acossados por pressões    dos latifundiários, mineradoras, usinas e industrias, é importante relatar também que os índios não fazem parte nem mesmo do sistemas de cotas da maioria das Universidades Brasileiras fazendo que  isso mostre claramente como os índios ainda são excluídos.

        

O autor relata nessa obra um romance entre dois jovens indígenas, onde á uma índia chamada Narã Poty e um índio chamado Itakara que não podem ficar juntos por conta da origem de uma antiga maldição que permeia em suas famílias, a índia é neta e também a preferida da velha por ser a única que ajudava a velha a se banhar, as duas tinham uma conexão única.

A velha índia chamava-se Nandesy e era muito respeitada e conhecida em sua aldeia, por comentários de que ela possuía muitos poderes e que na infância havia sido raptada por uma onça. Tal animal fez com que Nandesy soubesse todos os rituais de reza e que por meio disso diziam que ela poderia derrubar qualquer coisa que voasse, a velha tinha uma perna em cada mundo mas ultimamente vivia mais no mundo do homem Deus.  

        

         Por conta do fato da maldição e da proibição de suas famílias os jovens índios decidiram fugir do recinto onde viviam pois achavam que longe daquele local seriam felizes e que assim conseguiriam ir para a terra sem males, mas não contavam que no meio dessa historia eles iriam te que se sujeitar a um fazendeiro que se chamava Karaí, oferecendo-lhe seus serviços em troca de comida, fazendeiro este, que era donos de terras e exercia o cargo de deputado federal e que tinha como objetivo se livrar dos índios para poder explorar a terra afim de obter lucro. O romance dos dois jovens tomou um rumo diferente após a menina ter sido abusada sexualmente pelo fazendeiro dando a partir desse episódio um fim triste e melancólico para ambos.

O livro conta a história de uma Velha índia, que se chamava Nandesy, Velha está que diziam em seu acampamento que possuía poderes e que através desses poderes ela poderia derrubar qualquer coisa que voasse, esses poderes chegaram até Nandesy na sua infância quando ela deu de cara com uma onça após ter se perdido na mata, onça essa que tentou atacar a menina, mas que se surpreendeu com sua bravura após esse acontecido a menina dormiu entre as patas da onça e quando estava amanhecendo a menina subiu na árvore mais alta que tinha na floresta e trouxe para a onça diversos ovos para ela comer e foi assim, então que a onça deu a menina poderes e um urubu o qual seria seu animal de estimação e que iria protege lá.

A velha Nandesy tinha uma neta, a qual era também a sua preferida, a menina  chamava se Narã Poty e estava no auge da sua puberdade fazendo com que isso o afetasse até mesmo seus pensamentos que ultimamente estavam bastante distantes, as duas tinham uma conexão incrível, adoravam se sentar a beira do fogo para conversarem.

A velha índia já estava ciente do que estava se passando com sua neta, afinal viveu aquela fase também e se enxergava naquele tempo, quando seu corpo era franzino e acanelado do tornozelo aos lábios, mas a velha ainda assim não entendia apenas algumas coisas, como que a menina ainda estava solteira, pois no seu mundo já no segundo sangramento já lhe arrumavam marido, mas não era o que estava acontecendo com a sua neta e por isso não entendia o porquê estava sendo diferente, tentavam justificar dizendo que eram os novos costumes, mas para ela nada daquilo fazia sentido.

Para Nandesy, Narã parecia viver em outro mundo, dizia que a neta parecia uma ponte frágil prestes a rachar, mas apesar das duas viverem em mundos diferentes a neta ainda era o mais importante para velha, a menina era sua única alegria antes que seu corpo virasse pó, o sentimento entre as duas era recíproco e Narã podia sentir de longe o cheiro de sua avó, a menina era a única que ajudava a velha a se banhar e sempre que iam fazer isso se olhavam com espanto para seus corpos parecendo não acreditar no que o tempo era capaz de fazer.

                

A velha olhava mais um de seus filhos morto, diziam que os mortos falavam, mas aquele estava calado, olhava também o cemitério de palhas secas, nas últimas semanas até no jornal já estava saindo o anunciado sobre a reintegração de posse na fazenda do deputado, na fazenda já não havia mais nada, nem água, nem bicho e nem alma, somente um cemitério de canas queimadas, de longe já podia se escutar o ronco dos tratores no asfalto.

Logo após e menina virar mulher sua avó fez todo o ritual necessário para o seu resguardo, e apesar de todo aquele ritual, e toda aquela fumaça forte que sua avó usava para o resguardo, a menina sentia-se feliz, estava contente por estar virando mulher e já pensava com quem iria se casar quando acabassem os cuidados da avó.

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