RESENHA: AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O DIREITO DIANTE DE UMA DISCIPLINA CONJUNTA, A PARTIR DOS MECANISMOS DE INDUÇÃO AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS INTERNACIONAIS
Por: Neto ㅤ • 27/3/2022 • Resenha • 710 Palavras (3 Páginas) • 163 Visualizações
Elias, Fernando. (2015). AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O DIREITO
DIANTE DE UMA DISCIPLINA CONJUNTA, A PARTIR DOS MECANISMOS DE
INDUÇÃO AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS INTERNACIONAIS. Revista da
Faculdade de Direito UFPR.
O texto “As Relações Internacionais e o direito diante de uma disciplina
conjunta, a partir dos mecanismos de indução ao cumprimento das normas
internacionais” (ELIAS, 2015) foca-se em analisar a possibilidade e as tentativas de
criação de uma disciplina conjunta entre as Relações Internacionais e o Direito
Internacional, assim como disserta sobre os impasses encontrados nessas tentativas.
O texto é dividido em 3 partes e uma consideração final.
No primeiro capítulo, intitulado “Dilemas e desafios para a construção de uma
disciplina conjunta“, o autor exausta o argumento de que pouco progresso sistemático
foi feito nos últimos anos na construção de uma simbiose, decorrente dos resultados
vagos, excludentes e subjetivos nas tentativas de mapearem uma área. Seguindo este
raciocínio, a culpa desta lentidão é atribuída aos acadêmicos e teóricos das Relações
Internacionais, que são, na visão do autor, indiferentes aos trabalhos e referências
jurídicas.
Na contínua listagem de argumentos, que podem até ser considerados ataques,
o autor disserta sobre a insuficiência teórica das Relações Internacionais no
entendimento da ordem mundial, insinua que apenas com boa vontade é possível
dizer que houve um avanço no estudo do direito internacional – claro, atribuindo este
avanço aos acadêmicos da área jurídica – e encerrando o capítulo mencionando que
os conceitos, métodos e teorias presentes nos estudos são dificuldades na idealização
de conclusões consistentes.
No segundo capítulo, de título “Possibilidades e perspectivas na busca de um
diálogo interdisciplinar”, parte-se da suposição que os acadêmicos do Direito
Internacional são influenciados pelos seus pares das Relações Internacionais para
uma tentativa de criação de uma disciplina conjunta e que, mesmo que talvez uma
nunca venha a existir, houve um progresso significativo – e aqui, o autor se contradiz
ao relatar o contrário do presente no primeiro capítulo – sendo tal progresso fruto da
interdisciplinaridade que decorre da necessidade das áreas de se comunicarem,
mesmo que não falando a mesma língua.
Progredindo neste imbróglio, o autor diz que a identidade das áreas é
reafirmada na contradição entre elas, que incentiva a revisão de suas epistemes –
elas devem, portanto, ousarem ter no mínimo um vocabulário em comum caso a
criação da disciplina comum não seja concretizada.
No último capítulo, “O método aplicado ao estudo do direito e das relações
internacionais”, que se pode dizer que é o único no qual o autor faz um mínimo esforço
para não mostrar seu desgosto pelas teorias da área internacionalista, ele ainda assim
pretere o estudo do jurídico. Sua análise da diferença de metodologias é interessante
e mostra sua propriedade, o que leva a um questionamento de onde vem seu desgosto
pelas
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