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Resenha Comparativa - marxismo x liberalismo

Por:   •  4/12/2017  •  Resenha  •  1.806 Palavras (8 Páginas)  •  1.137 Visualizações

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Escrito por João Pontes Nogueira e Nizar Messari, o livro Teoria das Relações Internacionais trabalha diversas vertentes políticas, entre elas encontra-se o Liberalismo e o Marxismo, os quais serão trabalhados mais profundamente nesta resenha.

O livro possui um capítulo para vertente, todavia só serão analisadas entre as páginas 57 a 74, no caso do Liberalismo, e 105 a 123 no capítulo marxista. Nestas páginas verificam-se tópicos que colaboram na organização e compreensão do texto para o leitor. Após uma breve introdução do liberalismo, passa-se a tratar de sua história e tradição em relação a seus valores e conceitos, com “A tradição liberal na teoria internacional: paz, comércio, republicanismo e instituições”. Posteriormente, serão tratados pontos específicos que os liberais acreditam ser a chave para o cooperativismo internacional, trabalhando, assim, o livre-comércio, a democracia e as instituições. Quando ao Marxismo, o texto inicia com a visão de Karl Marx e as relações internacionais, passando para o trabalho de Lênin, com o tópico “Lênin e o imperialismo: uma visão marxista das relações internacionais”, e finalizando com “As visões da periferia: as teorias da dependência”, no qual trata brevemente as teorias periféricas do Marxismo.

O liberalismo possui um papel muito importante na sociedade vigente e, mesmo sem uma tradição unificada devido à tantos autores e há quanto tempo essa linha possui tamanha repercussão, possui alguns valores e ideais comuns. Por exemplo, sua referência central o é o indivíduo. Acredita-se que o mesmo não é dependente de forças divinas, ou da Igreja, muito menos de seu monarca ou seu senhor feudal. O indivíduo possui capacidade de definir o que é bom e justo como indivíduo, sem exceções, garantindo, assim que todos possuem igual aptidão e direito de trilhar seu próprio caminho para a felicidade, objetivo comum dos seres humanos, considerados, por muitos teóricos, egoístas por natureza.

Para os liberais, auxílio e a proteção da liberdade do homem é o que irá fazer com que a sociedade consiga progredir, mesmo com o egoísmo humano. Um exemplo prático dado pelos autores foi a Mão Invisível, teoria de Adam Smith que supõe que, devido a competitividade e a busca de aprimoramento gerada pela concorrência, o indivíduo, em busca de obter sucesso, buscará sempre inovar e aprimorar, além de ser obrigado a reduzir seus preços devido à concorrência, tornando-se, assim, desnecessário qualquer regulador e controlador, a mão invisível faria isso naturalmente na busca de êxito do indivíduo, tornando a sociedade bem-ordenada como autorregulada.

Mesmo tendo capacidade de uma sociedade autorregulada, acredita-se que o Estado é um mal necessário quando se trata de proteger os indivíduos de ameaças externas e garantir que não haja conflitos de interesses divergentes, necessitando de algo ou alguém capaz de ordenar esses casos. Todavia há uma desconfiança do ponto de vista interno, devido à governos tirânicos que ameaçam a liberdade dos indivíduos e externo, pela promoção de guerras para afirmar seu poder. As guerras são interpretadas como algo a ser evitado ao máximo e os liberais acreditam na necessidade de promover a paz mundial. Para eles, há três mecanismos que são fundamentais para isso.

O primeiro é o livre-comércio, no qual se acredita ser um provedor da paz devido à crescente interdependência dos Estados através do mesmo. A cultura de guerra seria progressivamente substituída pela cultura da hospitalidade com o estrangeiro com que se está negociando, da tolerância, do contato, da mútua dependência e interesses entre nações e, sobre tudo, da criação de laços entre Estados negociantes. De acordo com Kant o livre-comércio teria uma função civilizadora.

Em segundo temos a democracia, que consiste na eleição, por meio do povo, de um representante da Nação. Na democracia o povo tem voz e poder, fazendo com que a pessoa eleita tenha, em tese, que acatar a opinião pública para manter seu poder. As guerras, de fato, não são de interesse da população, visto que a mesma tem o costume de ser contrária a guerra, que lhe é danoso tanto em questão econômica quanto de sua própria liberdade e bem estar social.

Por último há as instituições, que são instituições internacionais implementadas visando evitar conflitos e auxiliando na busca de uma paz mundial. Os autores decorrem brevemente sobre o histórico das instituições internacionais, o Direito Natural e também o Direito das Nações, e como foi até chegar na Liga das Nações, organização que, apesar de suas falhas, tornou-se exemplo para a atualidade, tanto que temos a Organização das Nações Unidas como busca de resgatar essa iniciativa. Observa-se tópico, além das evoluções históricas relativas às instituições e as correntes de pensamentos que guiaram esse caminho, o surgimento e desenvolvimento do que rege a sociedade internacional até os dias de hoje, o Direito Internacional. Este é o que, de fato, foi capaz de organizar de forma mundial a sociedade e foi com base no mesmo que a Liga foi fundada e a ideia de ter uma organização institucionalizada dedicada à preservação da paz foi seu maior legado.

No trecho destacado anteriormente do Marxismo, como já foi dito, inicia-se com a visão de Karl Marx, que mesmo não possuindo tanto enfoque nas relações internacionais e no Estado, sabia do alcance mundial que teria o capitalismo. Para ele, as relações humanas são produtos das ações dos indivíduos, e não de algo maior, colocando o ser humano como protagonista e responsável pela história. Sendo assim, ele acreditava que o capitalismo, como uma formação histórica, principalmente devido a sua expansão para periferia, seria superado por um novo modo social de produção, o socialismo.

O capitalismo se baseia num sistema de obtenção de lucros através da exploração do proletariado. Para Marx, o proletariado (de país desenvolvido) em algum momento se encontrará livre da alienação, causada principalmente pelo Estado para manter a ordem capitalista, e se organizará para lutar contra o sistema, o mesmo será capaz de impulsionar proletários periféricos na luta, visto que são todos de uma mesma camada social internacional, todavia, o patriotismo e o nacionalismo capitalista separavam essas camadas.

Marx acreditava que com o tempo e o desenvolvimento da Internacional, essa divisão nacional da classe trabalhadora seria desfeita, pois não haveria a necessidade de um Estado. Pelo mesmo motivo, Karl não se dedicava às relações internacionais, pois com o avanço da revolução proletária, haveria apenas comunidades livres e unidas pelos mesmos propósitos e ideias. Além de não haver também divisões de classes.

Enquanto

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