O Bauman e a Sociedade Líquida
Por: Luanygp • 3/4/2020 • Resenha • 466 Palavras (2 Páginas) • 183 Visualizações
Bauman descreve a nossa sociedade como uma sociedade de consumidores, ou seja, as relações sociais na nossa sociedade são baseadas no consumo.
Dizer que nossa sociedade é uma sociedade de consumidores significa dizer que o centro da vida social é o consumo.
Bauman descreve o consumismo como um tipo de arranjo social, que transforma as vontades, desejos e anseios das pessoas na principal força propulsora e operativa da sociedade.
Sob esse viés, Bauman argumenta que o consumo organiza as relações sociais. Ele possui um papel fundamental não só na formação da identidade das pessoas, mas também na relação entre elas. Ademais, o consumo muda a relação de como as pessoas vêem a si mesmas e de como elas projetam a sua imagem para os outros, muitas vezes com o objetivo de se venderem, na qualidade de mercadorias descartáveis.
"O consumo é uma condição e um aspecto permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos; um elemento inseparável da sobrevivência biológica que nós humanos compartilhamos com todos os outros organismos"
Portanto, seguindo o mesmo raciocínio, vale ressaltar a importância do pensamento filosófico e sociológico na sociedade líquida. É essencial que os indivíduos pensem no todo, deixando o individualismo e a efemeridade das relações à parte - traços presentes na sociedade contemporânea. De acordo com Bauman, a vida das pessoas na sociedade líquida é uma vida de consumo, precária e em condições de incerteza. À medida em que as incertezas se desenvolvem, consequentemente o uso de antidepressivos e a busca por entretenimento também.
As formas de vida contemporânea, segundo o sociólogo polonês, se assemelham pela vulnerabilidade e fluidez, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça um estado temporário e frágil das relações sociais e dos laços humanos.
A sensação de liberdade individual foi atingida e todos podem se considerar mais livres para agir conforme seus desejos. Mas essa liberdade não garante necessariamente um estado de satisfação. Ela também exige uma responsabilidade por esses atos e joga aos indivíduos a responsabilidade pelos seus problemas.
Na sociedade contemporânea emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações.
À medida em que o futuro se torna incerto, o sentimento coletivo dominante é que se deve viver o momento presente e exclusivamente para si. Dessa instabilidade e ausência de perspectiva também nasce uma angústia. A incerteza diante do futuro pode explicar o aumento do uso de antidepressivos e a intensa busca por entretenimento como formas de afastar essa sensação
É evidente, portanto, que há entraves para a boa formação do indivíduo em uma sociedade líquida. Para isso, é preciso que o próprio cidadão tome consciência e consuma de forma responsável, a fim de que estabeleça um limite entre o que é necessário e o que é exagero. Dessa forma, haverá uma sociedade organizada e constituída por cidadãos racionais.
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