O Lugar de Ser Inútil
Por: José Eduardo Oliveira • 24/8/2015 • Relatório de pesquisa • 686 Palavras (3 Páginas) • 179 Visualizações
Lugar de Ser Inútil
“Comédia Dramática. Dois personagens em um lugar abandonado ou desprezado. Qual a diferença? Por meio da linguagem imagética da poesia de Manoel de Barros, viajam pelo mundo rupestre que o autor suscita. Nesse caminho descobrem a palavra “bocó”. Não sabem seu significado, mas o poeta ajuda na descoberta.”
Companhia: Grupo Olho Rasteiro
Direção: Grupo Olho Rasteiro
Elenco: Paulo Chierentini e Rana Moscheta
O cenário da peça era bem simples e prático. Um tipo de “tela”, duas estruturas, as molduras cobertas por plástico, parece que reutilizado de alguma placa com propaganda ou algo do gênero, com uns rasgos no meio e umas manchas coloridas. Nessa estrutura tinha objetos pendurados, os quais eles utilizaram ao decorrer da peça, e gaiolas com pássaros.
Esboço do cenário:
[pic 1]
Os figurinos eram também roupas aspecto de velhas e bem batidas, com manchas, remendas, algumas partes rasgadas e com tonalidades escuras. Na questão da maquiagem os atores estavam com os rostos um pouco manchados, cores escures, representando sujeira. Eram personagens que queriam demostrar muita humildade e pobreza, mas também felicidade. O homem utilizava um chapéu, que no final da peça foi passado para receber a colaboração de quem quisesse dar.
[pic 2]
(Imagem retirada do site Oficial do Festival de Teatro de Curitiba)
O homem já entrava em cena cantando e tocando sua sanfona e ao decorrer da peça cantaram outras músicas que envolviam o contexto da história, e utilizavam de outros instrumentos musicais, como o pandeiro. Os sons também que queriam representar eram eles mesmos que produziam com o corpo e somente em um momento utilizaram as caixas de som para tocar uma música.
A interpretação dos atores era realmente fascinante, tanto de um, quanto de outro. Eu ate comentei com um colega meu: “Essa atriz é fantástica, eu não consigo imagina-la fora dessa personagem, parece que essa realmente é a historia dela e ela é uma pessoa comum que está conversando com as pessoas e falando a respeito da sua vida e do seu companheiro.”.
O espetáculo estava previsto para acontecer na rua, na Praça de Bolso do Ciclista, no dia 29 de março de 2015. Mas graças ao tempo chuvoso, a peça foi realizada dentro do Memorial do Largo da Ordem e mesmo com a acústica ruim, muitas pessoas falando ao redor, e o barulho da chuva no teto, foi possível compreender muito bem a historia, mergulhando nela e se divertindo junto com os atores.
A história é constituída por dois personagens que formam um casal e acontece em um lugar de “desprezo”, com um texto de Manoel de Barros. São personagens humildes que valorizam muito tudo, principalmente as menores coisas, que para muitas pessoas não tem a mínima importância, como as latas, por exemplo, que se transformam em “esticador de horizonte” (material que serve para a pessoa ficar mais alta e enxergar mais longe).
[pic 3]
O “esticador de horizonte”
(Imagem retirada do site Oficial do Festival de Teatro de Curitiba)
Uma peça bem divertida, com músicas, diversão, dúvidas e descobertas. No desenrolar da peça os personagens tentam dar um significado a palavra “bocó”, pois certo dia a mulher havia recebido esse “elogio” (para ela parecia uma palavra bonita) de outra mulher que passava enquanto ela lavava roupa na beira do rio, e os personagens também envolvem outras palavras no desafio.
Não se trata bem de uma história com começo, meio e fim. É uma peça onde eles contam fatos que aconteceram na vida deles e com a valorização de pequenas coisas e invenção de coisas “inúteis” para outras pessoas.
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