O Tempo dos Operários
Por: mariavlr • 12/4/2023 • Trabalho acadêmico • 993 Palavras (4 Páginas) • 663 Visualizações
No documentário “O Tempo dos Operários - Documentário sobre a revolução industrial, episodio #01” , do canal “Gigantes do Capitalismo” no Youtube, com duração de 56 minutos, aborda diversos aspectos e características do surgimento do modelo econômico do capitalismo e conta com a participação de convidados especiais que possuem voz no assunto, incluindo desde trabalhadores deste sistema até historiadores. Inicialmente, é explicado sobre como se deu o impulsionamento do capitalismo industrial, incluindo fatores econômicos e também políticos, que teve início por meio de uma revolução econômica. De início, haviam terras de uso comum em que os agricultores/ricos as cercaram para si, onde essas cercas foi um modo de coagir os camponeses a migrarem para as cidades industriais. Pessoas dependiam dessas terras para sobreviver, porém foram obrigados economicamente para sobreviverem a irem para a cidade e trabalharem na indústria têxtil. Com a nova economia centrada no comércio e na busca do lucro máximo, a zona rural acabou sendo prejudicada, onde houve um enorme êxodo rural através do processo acima, chamado de “limpeza”, sem isso, a industrialização seria impossível. Homens armados a serviço de um “senhor” destroem as casas dos camponeses e os substituem por ovelhas, sendo isso o que dava dinheiro na época, criando um sistema de agricultura mais rentável e comercial, já demonstrando claramente um grande aspecto do sistema capitalista. Ou seja, no século 18, os operários eram homens livres apenas em teoria, pois eram submetidos a cargas trabalhistas exaustivas e exploradoras por um baixíssimo custo no ramo da produção têxtil que foi onde tudo começou. Residiam em cidades operárias, onde suas casas eram perto das fábricas, incluindo cemitério e a igreja, fazendo com que o trabalhador nunca se distanciasse da fábrica e tivesse um tempo ou lugar propriamente seu. Com o tempo, máquinas que realizam trabalhos automáticos substituem os operários, mas deram espaço a uma nova procura específica de trabalhador, tinha que ser pequeno o bastante para se encaixar embaixo da máquina, integrando assim crianças órfãs nas fábricas. Antigamente, um operário produzia um trabalho até o fim, agora com o trabalho mecanizado, o trabalho é dividido entre vários operários, cada um fazendo uma parte da
tarefa, incluindo assim mulheres e crianças, pois com os salários baixos, a família só sobrevive se todos trabalharem.
Em virtude do trabalho setorizado, houve a Inclusão do vigilante silencioso, com o objetivo de aperfeiçoar o homem e seu trabalho, onde as cores representadas em um pequeno bloco de madeira em cima da estação de trabalho representava o desempenho de cada trabalhador (lento, mediano, bom e muito mal). O mesmo era visível para todos, criando uma competição entre os operários.
Após, teve o surgimento da energia a vapor substituindo a hidráulica, obrigando os operários a lidarem com máquinas de velocidade e potência maior, “quanto mais rápida for a máquina, mais rápida eu tenho que ser”, diz uma trabalhadora convidada no documentário. Multiplicaram-se os acidentes de trabalho que não havia nenhuma proteção a estes operários, que acabavam se tornando inválidos caso perdessem uma mão, por exemplo, ninguém mais iria contrata-lo, pois uma pessoa “normal e saudável” produziria mais e consequentemente traria mais lucro para os patrões. Durante o documentário, são retratadas as relações patronais com os empregados, onde os operários tinham que focar apenas no trabalho e em enriquecer os donos das fábricas, não podiam ter seus momentos de lazer e caso desobedecessem tais regras, eram levados ao tribunal, exemplificando bem a frase: “o tempo: dinheiro para uns e cargas para outros”. O tempo era matematicamente controlado, por sirenes, os operários eram proibidos de terem seus próprios relógios, porque o
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