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A Critica a Freud

Por:   •  5/3/2022  •  Resenha  •  1.813 Palavras (8 Páginas)  •  147 Visualizações

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CRÍTICAS À FREUD

A síntese a seguir, tomando como base a bibliografia sugerida e os vídeos assistidos na disciplina "Teorias da Personalidade”, traz uma breve contribuição no que tange à Psicologia e, mais especificamente, às críticas atribuídas à Psicanálise de Sigmund Freud. Sabe-se que as pesquisas de Freud causaram um verdadeiro choque moral e cultural provocado pelas suas ideias inovadoras no campo da psique humana, principalmente através da defesa da influência do inconsciente na ação dos sujeitos. Esse choque serviu para que a humanidade (re) pensasse suas ideias e preconceitos na compreensão tanto do funcionamento geral da mente quanto da sexualidade e atingisse maior profundidade na busca das verdades psíquicas do ser humano.

É preciso salientar que, embora Freud seja o pai da Psicanálise, seus trabalhos não passaram isentos às críticas (como nos aprofundaremos mais adiante). Ele utilizou o termo Psicanálise pela primeira vez em 1896. Suas principais contribuições foram a descoberta de sexualidade infantil, os mecanismos de defesa (e também o recalque), o desenvolvimento dos métodos e forma de atuação da psicanálise freudiana e a inserção da interpretação dos sonhos nos estudos do funcionamento da psique.

A psicanálise freudiana caracteriza-se pela sistematização do conjunto de conhecimentos oriundos do funcionamento psíquico do ser humano e transformou-se numa prática profissional com referência ao modo de tratamento buscando a cura e o autoconhecimento. Os fundamentos da teoria psicanalítica giram em torno dos seguintes postulados:

● Os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total;

● Os processos psíquicos inconscientes são dominados por nossas tendências sexuais; a partir disso ele elaborou três categorias a respeito do funcionamento da psique: Pré-Consciente, Inconsciente e Consciente.

A Psicanálise, enquanto prática terapêutica, que se faz através da conversação, procura tratar as doenças mentais a partir da interpretação desses fenômenos, levando o paciente a identificar as origens de seu problema, o que pode ser o primeiro passo para a cura. Um dos fenômenos que pode ocorrer durante a terapia psicanalítica é a transferência dos sentimentos do paciente para o seu analista.

Fizemos uma explanação muito breve acerca da Psicanálise com a finalidade de chegarmos às críticas, tendo em vista que a Psicanálise é a teoria da psicologia mais criticada de todas e que Freud foi caluniado, rechaçado e criticado duramente, principalmente pelas inferências que ele fazia. As críticas da teoria de Freud só se comparam, em quantidade, às críticas da teoria evolucionista de Darwin.

A primeira crítica diz respeito à falta de cientificidade da Psicanálise. Nesse ponto é importante ressaltar que a própria Psiquiatria, no final do século XIX e início do XX, tinha dificuldade de se definir como ciência, então como comprovar que a Psicanálise é uma ciência? Muitos escritores contemporâneos consideram os métodos freudianos de construção da sua teoria como insustentáveis e não científicos, já que ele não fez uso dos métodos experimentais, mas sim de observações subjetivas.

Outra crítica à Psicanálise enfatiza o compromisso desta com o academicismo. De acordo com a crítica marxista, encabeçada por Politzer, a Psicanálise se apresenta como uma espécie de psicologia geral, que reduz a pessoa às funções psicológicas. Ou seja, na Psicanálise o sujeito é reduzido e ela não é capaz de transformar as demandas do sujeito e tudo o que faz, segundo a crítica marxista, é transformar o sujeito em objeto.

Entretanto, nem todos atacam a falta de cientificidade da Psicanálise e o seu caráter reducionista. Em 1938, Galston Bachelard diz que a Psicanálise é interessante e que seria preciso fazer a Psicanálise da ciência, ou seja, fazer uma análise das ciências e definir e demarcar quais são os limites, compromissos e impasses entre ciência e ideologia já que, segundo Bachelard a própria ciência é tomada de recalcamento e tem um inconsciente.

Já em 1939, Ludwig Wittgenstein critica Freud dizendo que a Psicanálise não é uma verdadeira explicação, pois não faz uma relação entre as causas e as consequências, mas, pelo contrário, a Psicanálise estaria mais próxima da estética, analisando a racionalidade da psicanálise. Wittegenstein acredita que o psicanalista cura o paciente através das explicações e imposições do terapeuta.

Indo no mesmo sentido que Wittgenstein, aparece a crítica de Popper, segundo a qual a Psicanálise não seria refutável, como se esperaria de uma teoria útil. Ou seja, a teoria freudiana é quase impossível de ser verificada.

Outra crítica bastante pesada à Psicanálise diz respeito ao sexismo, à falta de compreensão das mulheres, e à construção de toda uma teoria da personalidade orientada para os homens. Freud, como a maioria dos homens do século XX, considerava as mulheres como “sexo frágil”, as quais seriam ideais para os cuidados com o lar mas, por outro lado, desprovidas das qualidades necessárias para a dedicação ao saber científico e erudito; qualidades essas consideradas masculinas. Freud chegou até mesmo a propor que as mulheres adultas se equivaleriam a homens castrados, tamanho era seu preconceito. Apesar das inúmeras críticas que ele recebia decorrente desse seu errôneo entendimento sobre a feminilidade, ele continuava insistindo que as diferenças psicológicas entre homens e mulheres decorriam de distinções anatômicas e não podiam ser explicadas por experiências de socialização diferentes, ou seja, na sua visão fortemente arraigada no seu tempo, as mulheres não teriam as mesmas qualidades cognitiva que os homens.

Freud também sofreu críticas das feministas (entre elas Judith Butler), principalmente a respeito da normatividade e heterossexismo de sua teoria, no que concerne à resolução do Complexo de Édipo. Butler parte das teorias de Freud e altera algumas evidencias sobre o vínculo genitor do mesmo sexo podendo intervir no superego não consentindo que o ego seja ligado à retribuição ao mesmo sexo para representar o objeto perdido.

Outra crítica que assola o pensamento freudiano gira ao redor da sua visão determinista, pela qual a maior parte dos comportamentos emitidos pelos indivíduos estão relacionados com o passado destes e não com o presente, sendo a personalidade adulta, em sua maioria, determinada pelas experiências da infância, as quais deixam marcas profundas no inconsciente. Aliás, de acordo com Freud, grande parte das nossas motivações e comportamentos

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