A POLÍCIA COMUNITÁRIA PARCERIA ENTRE O CIDADÃO EA POLÍCIA NO COMBATE AO CRIME E A VIOLÊNCIA

POLÍCIA COMUNITÁRIA PARCERIA ENTRE O CIDADÃO EA POLÍCIA NO COMBATE AO CRIME E A VIOLÊNCIA

Leonir Diogo Guerra

Jaider dos Santos Costa

Resumo

Este trabalho tem por objetivo demonstrar que a segurança pública tem se tornado alvo de grandes debates e discussões decorrentes do aumento da violência e criminalidade. O Estado, por meio de suas polícias, em especial a polícia militar, tem procurado buscar alternativas às demandas que se apresentam rotineiramente para tentar resolver esse tipo de problema. Nesse contexto verifica-se que pelos meios tradicionais de policiamento ostensivo não se tem sido mais possível prestar este serviço de forma efetiva e com isso a polícia militar tem buscado novas formas de policiamento para tentar enfrentar esses problemas, buscando envolver as comunidades e prestando um serviço direcionado às mesmas onde cada cidadão tem um papel fundamental para ajudar no contexto da segurança pública. E para isso ocorrer, no entanto, alguns paradigmas devem ser quebrados em virtude da cultura que está instalada no Brasil. Com essa nova mentalidade de prestação de serviços na atividade de polícia. Surge a polícia comunitária, a qual busca desenvolver um novo paradigma, ou seja aproximar a polícia da comunidade, com estratégias que visam, não apenas, a redução do número de crimes, mas também a redução do dano à vítima e à própria comunidade.

Palavras-chave: Polícia comunitária, Segurança Pública, Criminalidade, Violência.

             

COMMUNITY POLICE

PARTNERSHIP BETWEEN CITIZENS AND POLICE IN FIGHTING    CRIME AND VIOLENCE

Abstract

This work aims to demonstrate that public security has become the target of great debates and discussions resulting from the increase in violence and crime. The State, through its police, especially the military police, has sought to seek alternatives to the demands that are routinely presented to try to solve this type of problem. In this context, it appears that by the traditional means of ostensible policing it has not been possible to provide this service effectively anymore and with that the military police has sought new forms of policing to try to face these problems, seeking to involve communities and providing a service directed to the same where each citizen has a fundamental role to help in the context of public security. And for that to happen, however, some paradigms must be broken because of the culture that is installed in Brazil. With this new mentality of service provision in the police activity. Community police emerge, which seeks to develop a new paradigm, that is, to bring the police closer to the community, with strategies that aim not only to reduce the number of crimes, but also to reduce the damage to the victim and to the community itself;

Keywords: Community Police, Public Security, Crime, Violence.

1 INTRODUÇÃO

Frente ao quadro de frequentes conflitos sociais que o Brasil enfrenta, o qual se estende por diferentes esferas, seja em áreas urbanas ou rurais, bairros de diferentes classes e também escolas estão sendo palco de agressões físicas e psicológicas quase diárias, gerando uma sensação de insegurança e revolta na população do país. Onde alega-se que o problema é agravado pela erosão das instituições que são responsáveis pela formação dos cidadãos e pela segurança de todos. A família, a escola, os órgãos de segurança pública, entre outros, são sempre citados por estarem falhando no cumprimento de seu papel social.

Lado a lado ao problema da violência que se agrava cada vez mais, as autoridades são cobradas pela sociedade, implementam meios repressivos com o objetivo de tentar conter a onda de agressividades que parece incontrolável. Nesse contexto cidades passaram a ser monitoradas por sistemas de fiscalização eletrônica, a polícia está presente nas ruas, mas nem sempre consegue o apoio da população, que muitas vezes não confia e tem medo de seus membros, escolas estão sendo vigiadas por meios eletrônicos e protegidas por cercas eletrônicas, porém as agressões continuam a ocorrer entre os próprios alunos e professores, assim afirmam Lilia Maia de Morais Sales e Andrine Oliveira Nunes (2009). E apesar dessas medidas de vigilância, a violência continua presente e noticiada pela imprensa, tornando urgente a criação de alternativas inovadoras que possam melhor administrar os conflitos existentes.

Em busca de tentar resolver esse problema ou diminui-lo criou-se a Polícia Comunitária, ou seja, um policiamento que apresenta maior sensibilidade aos problemas de sua área, identificando não só os problemas relacionados a criminalidade, mas todos os problemas da comunidade, tudo aquilo que possa afetar as pessoas passa pela avaliação da Polícia, sendo essa uma grande parceria entra a comunidade e a polícia ( CRUZ; SCHIRMER, 2014).

2 POLÍCIA COMUNITÁRIA PARCERIA ENTRE O CIDADÃO E A POLÍCIA NO COMBATE AO CRIME EA VIOLÊNCIA.

Desde os primórdios, a atividade policial está inserida na maioria das organizações políticas. Porém, o significado da atividade policial, bem como, a maneira como vem sendo conduzida por vários países, foi se modificando com o passar dos séculos.

A concepção de polícia que se tem hoje na sociedade contemporânea é resultado de um longo processo que duraram séculos, bem como, sob diversas óticas organizacionais de vários países, moldando o que se entende por polícia nos dias atuais

 Existe uma relação inerente entre polícia e política devido à forma como a autoridade coletiva exerce seu poder, mas tanto a polícia quanto a política, têm papeis distintos na sociedade. Apesar da polícia, exercer atividades voltadas para o social como: prestar socorro; assistência às populações carentes e apoio às atividades comunitárias segundo João Neto da Silva (2016

 Mas sob os parâmetros legais, as instituições policiais são definidas como aquelas organizações destinadas ao controle social com autorização para utilizar a fora, caso necessário, pois a função de regulação social, não cabe somente à polícia, mas essa função, na modernidade, também é atribuída a diversas outras instituições. Neste sentido, Costa (2004, p. 36), enfatiza:

O que caracteriza a atividade policial é a possibilidade do uso da força. Esses dois aspectos, controle social e possibilidade do uso da força, serão importantes para a discussão (...). Entretanto, uma ressalta deve ser feita: tal definição não marca a diferença entre as instituições policiais e as Forças Armadas. Reconhecendo esta lacuna, Bayley acrescenta que esta diferença recai sobre o tipo de situação na qual normalmente as polícias são empregadas. Enquanto as Forças Armadas são empregadas no controle social em situações excepcionais, e nos casos dos regimes democráticos dentro de determinados limites, as polícias realizam essa tarefa cotidianamente. De qualquer forma, tal definição não retira da atividade policial o seu caráter eminentemente político.