Educação infantil das Relações Étnico- Raciais

Educação infantil das Relações Étnico- Raciais.

A primeira etapa do processo da educação infantil no Brasil, não obrigatória é a educação básica sendo dever do Estado, direito da criança e opção da família.

De acordo com dados do Unicef, a população indígena e negra são os segmentos mais excluídos do acesso à educação na faixa etária dos zero aos seis anos. A desigualdade entre brancos e negros é existente desde o início da escolaridade, a média nacional de 38,6% fora da escola: entre as crianças brancas, o dado é mais favorável (36,1%); entre as crianças negras, porém, 41% não frequentam a pré-escola. Sabe-se também que existe uma concentração maior de crianças negras em instituições como creches comunitárias.

A crianças negras desde pequenas são alvo de racismo e preconceito nas instituições de educação infantil, pelos profissionais, familiares e amigos, comprometendo assim, a socialização, interação, a aprendizagem e construção de sua própria identidade. Conforme o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil), a educação das crianças de zero a seis anos comportam como base as diretrizes curriculares especificas sendo elas: afetivas, emocionais, sociais e cognitivas.

Os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil nos apresentam a dimensão acolhedora do cuidar e educar, onde ambas estão totalmente relacionadas e fazem parte do processo educativo. Elas dizem respeito à atenção, ao zelo, proteção, consolo, higiene e alimentação, além de levar em consideração a singularidade de cada criança, respeitando sua cultura, estética e presença no mundo.

É imprescindível a interação entre educadoras e crianças, readequando a postura não-racista, pois tratamentos desiguais podem prejudicar à constituição da identidade e o desenvolvimento educacional, é necessário questionar padrões que reforcem o preconceito e os estereótipos, construindo princípios visando os valores éticos.

A formação religiosa da criança é responsabilidade da família (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/ LDB – 1996), porém a religião ainda se apresenta nas escolas como algo doutrinado, tendo como exemplo as festas juninas, onde muitas crianças afro descendentes são impedidas de participar por ser um evento comemorativo a homenagem a santos católicos, e o mesmo caso ocorre para a religião de matriz africana.

A relação entre instituição e família é um papel muito importante. Estabelecer uma relação com as famílias das crianças possibilita o diálogo, buscando compreender a sua história de vida, suas dores, sua cultura e religião, atendendo assim, suas necessidades, levando consequentemente a construção de caminhos para que a criança se desenvolva da melhor maneira.

Os educadores e familiares precisam buscar valorizar as diversidades, sendo necessário ensinar as crianças a existência das diferentes características físicas das pessoas, os diferentes tons de cor da pele, estudos sobre melanina, as diferentes texturas dos cabelos, formato do nariz e principalmente valorizar os aspectos da cultura trazido pelas crianças negras.