O Vento no Tempo

O vento no tempo

Há muitas eras, quando o mundo era jovem e, estávamos no princípio do tempo…

Sempre imaginei escrever alguma coisa começando com a frase acima. Essa frase é uma paráfrase de um diálogo da série Ilha da Fantasia, que foi exibido no final da década de 70 e início dos anos 80. Ou mesmo poder vivenciar essa experiência. Sentir como se todas as coisas pudessem ser jovens, belas, inocentes e recém descobertas.

E um dia isso aconteceu…

Uma descoberta. Um olhar. Um sentimento. Algo novo. E a vida se refez.

O sol nos cabelos… o vento leve lá fora. O beijo. O som da voz apenas falando alguma coisa comum.

Os questionamentos. As respostas. Tudo era simples. Tudo era fácil. Como se a vida tivesse tido início ali.

A cor ganhou um novo significado. Os dias ficaram mais intensos. Viver ficou prazeroso. Sentir se tornou algo que causava dor, que trazia alegria. Que trazia felicidade de alma.

E vieram as conversas cheias de discussões e pontos de vista intensos.

Vieram os sabores e aromas. Vieram as descobertas.

         E então veio a realidade…

A realidade mesmo tardia, sempre aparece para trazer de volta as coisas que não podem ser esquecidas. Não podem ser deixadas de lado.

A realidade lembra que as escolhas tem consequências.

E, as vezes, para se buscar aplicar o caráter, ou apenas o essencial princípio que norteia nosso mais íntimo ser, precisamos assumir as consequências. E, deixar os olhares. Deixar o brilho do sol. Deixar o vento leve. Deixar o sorriso. Deixar o beijo. Deixar as conversas. Deixar a cor, onde deveriam estar. E de onde, jamais deverão sair: No fundo da alma. Para nunca mais esquecer.