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RESENHA CRÍTICA: EU, DANIEL BLAKE

Por:   •  11/7/2021  •  Resenha  •  415 Palavras (2 Páginas)  •  813 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA: EU, DANIEL BLAKE

        Eu, Daniel Blake, filme inglês do diretor Ken Loach e vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2016, trata sobre a questão da burocracia, especificamente falando sobre o processo de aposentadoria e benefícios vinculados à questão de saúde.  O título faz diretamente alusão ao personagem protagonista, Daniel Blake é um homen de 59 anos que acaba de passar por um problema cardíaco que quase o levou à morte e sua médica indica que ele precisa urgentemente parar de trabalhar. Por ser carpinteiro e fazer muito esforço físico através do trabalho braçal, a médica afirma que ele podera vir a ter outro problema cardíaco. Blake vai até os orgãos estadistas ingleses para verificar os mecanismos de como conseguir seu auxilio doença. Por muitas questões burocráticas seu pedido é negado e ele fica de mãos atadas, sem poder trabalhar e sem nenhuma fonte de renda.

        Ele acaba abrindo mão do auxílio doença e vai atrás do benefício seguro desemprego em outro órgão, porém também acaba encontrando várias limitações já que o governo coloca várias situações tecnológicas, e, por se tratar de um senhor de 59 anos analfabeto tecnológico, acaba não conseguindo realizar o que lhe é solicitado.

        Em uma das suas visitas ao Departamento do Serviço Social, Daniel conhece Katie, uma jovem que recém chegou à cidade com dois filhos pequenos. Ele começa a ajudá-la a cuidar de suas crianças e a fazer pequenas reformas em seu apartamento, enquanto ela sai pela cidade procurando trabalho. Katie não consegue encontrar um. Por mais que ela procure e necessite, não recebe nenhum retorno de proposta de empresas.

        Cena após cena o filme vai revelando camadas de absurdos e injustiças, expondo as entranhas de um sistema que parece existir com o único propósito de humilhar e dificultar o acesso das pessoas pobres a seus direitos. Por isso, é difícil não se emocionar ou se indignar em alguns momentos. O novelo burocrático britânico não parece diferente do nosso, assim como a rispidez de quem atende e a indiferença de quem gerencia.

        O filme faz uma crítica à precarização dos serviços públicos, à perda de emprego e de direitos sociais na globalização. Eles enfrentam graves problemas de sobrevivência, de trabalho e de atendimento em assistência social.

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