RESENHA CRÍTICA: O que é realidade?
Por: Marixp • 8/5/2018 • Ensaio • 1.792 Palavras (8 Páginas) • 293 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS ARAPIRACA
TRONCO INICIAL
MARIANNY DE SOUZA
RESENHA CRÍTICA:
O que é realidade?
ARAPIRACA
2014
MARIANNY DE SOUZA
RESENHA CRÍTICA:
O que é realidade?
Este trabalho visa à construção de uma resenha crítica baseada na obra de João Francisco Duarte, o que é realidade; tarefa apresentada como requisito parcial para a obtenção de nota da disciplina de produção do conhecimento.
Orientador: Vicente Medeiros
ARAPIRACA
2014
RESUMO
Este texto tem por objetivo apresentar alguns pressupostos do pensamento de João Francisco Duarte Junior, sobretudo no que se refere à sua concepção de realidade, evidenciando alguns aspectos referentes à sociedade e a ciência, observando também alguns pontos da atual situação humana.
PALAVRAS-CHAVE: Realidade. Verdade. Conhecimento.
ABSTRACT:
This text aims to present some assumptions of the thought of John Francis Junior Duarte, particularly in regard to his conception of reality, highlighting some aspects related to society and science, also noting some points of the current human situation.
KEYWORDS: Reality. Truth. Knowledge.
RESENHA: O QUE É REALIDADE?
Afinal, o que é a realidade? Ela existe ou foi criada por nós humanos? Essa é uma grande questão filosófica, científica, mítica, física… E possui respostas muito diversas. Cada uma traduz de uma forma explicita ou implícita uma dada concepção da mesma. O real é tido como aquilo que existe fora da mente ou dentro dela também. Platão afirmou que as coisas essencialmente reais são tipos de coisas ideais, eternas, imutáveis existentes fora do mundo a posteriori; já as coisas do mundo da experiência tem um menor grau de realidade. Tal argumentação foi rejeitada por Aristóteles, que alegou que as coisas individuais (substâncias) são as realidades fundamentais. A essa noção de substância, os monistas alegam que só há um tipo de substância. Entre os monistas, os materialistas acreditam que todas as substâncias são feitas de matérias; e os idealistas que todas as substâncias são mentais. Os dualistas típicos sustentam que os dois tipos de substâncias são o mental e o material. Já para o senso comum, realidade significa o ajuste que fazemos entre a imagem e a ideia da coisa, entre verdade e verossimilhança.
O filósofo John Locke defendia que as propriedades não são entidades reais em si próprias, mas apenas os resultados da classificação que fazemos dos objetos. Aristóteles, por sua vez, argumentava que as propriedades são entidades reais por seu próprio direito, ou seja, para relacionar tudo no mundo deve-se incluir os objetos individuais como também listar suas propriedades. As propriedades universais divergem com as propriedades particulares. Tal visão é mais crível que a de Locke por explicar melhor a natureza essencialmente objetiva da realidade e mostra como ela é independente do sistema de classificação.
Enfim, a realidade é um conceito extremamente complexo, que merece reflexões filosóficas aprofundadas. Nesse sentido, o livro “O que é realidade”, uma obra fragmentada em seis capítulos, escrita por João Francisco Duarte Júnior, busca analisar cuidadosamente o sentido da vida humana, vida que, dotada de uma consciência reflexiva, construiu seus conceitos de realidade, a partir dos quais se exerce no mundo e se multiplica, alterando a cada momento a face do planeta. O autor enfatiza que o homem não é um ser passivo, que apenas grava aquilo que se apresenta aos seus sentidos. Muito pelo contrário: o homem é o construtor do mundo, o edificador da realidade. Para sustentar seu pensamento; ele cita vários conceitos sobre o que é realidade mostrando que a realidade depende dos aspectos sociais e naturais pra se diferenciar sobre o que é real, fazendo com que o leitor se pergunte o porquê das coisas e pense qual o motivo de elas acontecerem. A obra é bem estendida e elaborada, citando tanto exemplos de fatos e acontecimentos contemporâneos, quanto exemplos vindos da idade média.
O autor vai mostrar que a palavra realidade é usada sem ao menos se saber o verdadeiro significado da mesma, feito realizado inclusive por muitas das ciências, como a psiquiatria e a psicologia. Para configurar melhor o que expressa, Duarte Júnior afirma que se deve empregar este termo no plural “realidades”, pois o mundo se apresenta de acordo com a perspectiva que fazemos sobre ele, ou seja, conforme a intenção de quem está observando. Partindo deste pressuposto o autor vai dizer que o homem é o construtor da realidade. Porém, ele não se percebe como tal, e se julga submetido a ela, como sendo conduzido por forças naturais ou sociais, sem poder de controle. Sendo assim, o mundo se limita ao que pode ser captado pelo consciente, e o consciente aprende através da linguagem a ordenar a realidade, passando a realidade a ser um produto entre a materialidade do mundo e a significação utilizada para organizá-la. Nesse contexto, o que caracteriza o homem como sendo humano é a linguagem. O homem é capaz de pensar em si mesmo, o que faz da consciência humana uma consciência reflexiva, e isso só é possível através da linguagem, pela qual as coisas do mundo são representadas. A palavra é o meio pelo qual o homem se difere do animal, já que a consciência do animal se limita ao que os sentidos mostram a ele. A palavra é que nomeia tudo o que existe e se constrói em universo simbólico, impondo-lhes significados, o homem tem consciência de sua existência.
No livro o autor fala que cada lugar tem uma realidade diferente, e que cada ser humano faz a sua própria realidade. Segundo o autor cada pessoa tem um modo diferente de ver a realidade, tem um modo diferente de pensar e raciocinar sobre um determinado ponto de vista. A realidade por excelência para nós é a vida cotidiana, mas mesmo no cotidiano há realidades que são mais próximas ou mais distantes da nossa consciência. A nossa realidade mais palpável é aquela que nos permite a possibilidade de manipulação, a que está ao alcance de nossas mãos. Sendo assim evidencia-se realidade determinante, aquela que esta sobre o arbítrio de nossas decisões para casos concretos de maneira conceitual que se legitima em todo o aspecto que se vivencia no nosso cotidiano. Para isso devemos manter o cuidado de assegurar um meio de rotina previsível sem que cause mudanças bruscas em nossos hábitos de forma a sermos mantedores do mundo real como nós o conhecemos, tendo assim um meio de socializarmos e aprender a ver o mundo como é. A partir daí podemos evoluir na base da sociedade.
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