Resenha Peer Gynt - A poética
Por: felipliima • 17/4/2017 • Resenha • 681 Palavras (3 Páginas) • 582 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO
DRAMATURGIA
DOCENTE: FERNANDA AREIAS
DISCENTE: LUIS FELIPE COSTA LIMA
RESENHA 1: TRAGÉDIA
Peer Gynt foi escrito por Henrik Ibsen em 1876, um dramaturgo norueguês que concebeu esta obra dramatúrgica alegórica que é composta por 5 atos.
"A obra, inspirada no conto de fadas norueguês Per Gynt, tem personagens baseados em membros da família de Ibsen, e seu enredo é uma sátira social cujo objetivo era analisar e criticar o movimento romântico nacionalista então em curso na Noruega. Escrita em verso, não foi originalmente concebida para ser encenada no palco." (http://thesevensistersseries.com/ibsens-peer-gynt/4590614735)
Em linhas gerais o drama conta da "destruição" a redenção do personagem protagonista, considerado um anti-heroi norueguês de origem camponesa. A jornada de Peer Gynt inicia com o que podemos caracterizar como um "prólogo", explico, de acordo com Aristóteles em A Poética, ele descreve o prólogo como "a parte da tragédia que antecede o coro", sabe-se que não a presença desse recurso, o coro, em Peer Gynt, mas entende-se aqui como uma introdução as aventuras que Peer trava durante a dramaturgia, pois é quando deixa sua pequenavila vila na Noruega para "desbravar o mundo".
Henrik Johan Ibsen (1828 - 1906) foi um dramaturgo norueguês, e é considerado um das figuras principais precursoras do teatro realista moderno.
Pretende- se com essa resenha analisar a construção do caráter do anti-heroi, Peer Gynt, tomando como referência um frase contida na poética de Aristóteles que ao falar sobre a tragédia grega pontua a existência de quatro tipos de caracteres (caráter), sendo o quarto o da constância: ressaltando que mesmo quando o modelo representado é inconstante e se figura tal caráter, ainda precisa ser constante na inconstância.
Filho de uma viúva, Peer Gynt foi criado por sua mãe dentro uma realidade fantasiosa e imaginária para que pudessem seguir adiante suas vidas na aldeia que moravam, uma vez que o falecido marido de Aase (mãe de Peer), havia perdido todos os bens da família antes de partir. O nosso anti-heroi sai fugido de sua aldeia e odiado por boa dela, pois possui um caráter duvidoso, tornando-se um protagonista ambíguo de imaginação fértil.
Apesar de caracterizá-lo como um personagem ambíguo, duvidoso, Peer apresenta atitudes caprichosas e irresponsáveis em suas aventuras, mas segue sua vida tomando decisões que acredita serem necessárias para obter um êxito pessoal, se tornar imperador. Seu caráter é constante em sua inconstância porque na dramaturgia ele se mantém fiel e companheiro a sua mãe, apesar de suas aventuras Peer demonstra afeto pela figura que o criou, manteve "viva" sua relação com sua mãe até o momento de sua partida.
Entretanto, uma vez que esse anti-heroi demonstra uma humanidade excepcional para com quem ele nutria afeto, voltou a se aventurar, demonstrando sua ambiguidade, mas ainda sim constante na sua inconstância, pois essa era verdade de Peer, suas fantasias imaginárias em busca de sua realização pessoal, com um dilema na cabeça viver sob o lema dos homens "seja você memo", ou sob o dilema dos trolles "basta-ti a ti mesmo" um questionamento feito por uma RAINHA que encontrou em uma de suas aventuras.
A dramaturgia narra suas aventuras da adolescência à velhice: considerado inconsequente na juventude, já velho retorna a cidade Natal, em sua aldeia, e encontra Solveig, que conheceu quando ainda era jovem, e descobre que ela o havia esperado por toda a vida, só então toma consciência que ali era o lugar de onde nunca deveria ter saído, sendo ali nos braços de sua amada o império que perderá tanto tempo procurando nos cinco continentes e aqui com esse desfecho para sua história que pode-se perceber mais uma vez o caráter de Peer constante em uma inconstância.
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