Produção Social e Consumo de Objetor
Por: Joao Imbiriba • 4/12/2023 • Resenha • 976 Palavras (4 Páginas) • 37 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
CULTURA E CONSUMO
Prof. Dr. Bruno Cavalcanti
Aluno: João Batista da Silva Imbiriba
Este trabalho tem como base o capítulo 14 do Livro Etnologia Antropologia de Philipe Laburthe-Tolra e Jean-Pierre Warnier, 5ª. Edição, Editora Vozes e se intitula Produção Social e Consumo de Objetos, sendo este dividido em uma pequena introdução e nove partes, onde os autores irão teorizar sobre o surgimento e consolidação do ramo antropologia do consumo e suas relações sociais.
Logo no início do capítulo as autores discorrem que a antropologia do consumo é o mais jovem e menos desenvolvido dos ramos da antropologia econômica (Laburthe-Tolra e Wanier, 2010, p. 392) justificando esta condição no sentido de que este ramo da antropologia ter sido tratada até então apenas em relação a distribuição e produção, esquecendo-se de analisar o bem ou serviço em si mesmo ou em sua relação com o consumidor.
Em seguida Laburthe-Tolra e Warnier irão se debruçar como o tema consumo foi abordado ao longo do surgimento da ciência social citando Weber, Marx, Simmel, Leroi-Gourhan, concluindo que em um primeiro momento os teóricos interessaram-se apenas pelo consumo e suas técnicas e esqueceram-se de se debruçar sobre a produção e distribuição, relacionando-os com a sociedade e a civilização.
Seguindo no texto os autores informam que o ano de 1966 é o marco inicial da antropologia do consumo com a publicação do livro A dimensão Oculta do estadunidense Edward T. Hall, no qual o autor estuda a percepção e a ocupação do espaço humano a partir das aquisições da etologia humana e animal (Laburthe-Tolra e Wanier, 2010, p. 395-396), sendo esta entendida como o estudo do ser vivo em seu ambiente natural. Para os autores os trabalhos de Hall inauguram uma abordagem antropológica do consumo relativo ao espaço, permitindo inserir o habitat nesta relação e a partir deste contexto partir para a inserção da sociedade industrializada.
Dando continuidade Laburthe-Tolra e Wanier explicam a importância do trabalho de Mary Douglas – Pureza & Perigo – para a consolidação da antropologia do consumo como ramo da antropologia e concluem que os trabalhos de Hall, Douglas e Leroi-Gourham, embora de forma dispersa, foram essenciais para esta consolidação.
Tratando o objeto de consumo como signo, os autores indicam que o homem se serve dos objetos para definir sua identidade, assim citam Delaporte (1982) para exemplificar esta premissa e em seguida explicam que todos estes objetos antes de serem consumidos são postos em circulação e assim cria-se a socialidade pela alienação dos objetos, tornando-os signos. Ao se referirem a Baudrillard os autores dizem que ele afirmava que os objetos não possuem apenas um valor de uso (sua finalidade) e um valor de troca (seu preço), como enfatizados na teoria econômica clássica, mas também um valor de signo, por meio do qual eles atribuem um determinado status aos seus proprietários.
Em seguida os autores destacam a contribuição de Daniel Miller para a antropologia do consumo com sua teoria da objetificação destacando que esta teoria se concentra na relação entre as pessoas e os objetos que as cercam, argumentando que os objetos desempenham um papel fundamental na construção da identidade e na expressão cultural, destacando como os objetos não são apenas instrumentos funcionais, mas também carregam significados simbólicos e emocionais. Ele argumenta que as pessoas atribuem valor aos objetos com base em suas experiências, relações sociais e contextos culturais. Além disso, Miller explora como a aquisição e o uso de objetos estão intrinsecamente ligados à autoimagem e à identidade pessoal.
A objetificação, conforme proposta por Miller, não se limita à mera posse de objetos, mas envolve como esses objetos se tornam parte integrante da narrativa da vida de uma pessoa. Ele destaca como as escolhas de consumo e a interação com objetos são reflexos da cultura e das relações sociais de um indivíduo.
Na sequencia os autores discorrem sobre o consumo e a estratificação social e recorrem a três autores para tratar do assunto: Veblen, Mauss e Elias. Segundo os autores Veblen diz que existe dois tipos de hierarquias sociais, a absoluta e a relativa. Na absoluta o status é atribuído pelo nascimento e na relativa pela ascensão econômica. Nas hierarquias absolutas o consumo é definido pelo status enquanto nas relativas este consumo é que define o status.
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