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A Antropologia Social

Por:   •  25/11/2019  •  Resenha  •  1.200 Palavras (5 Páginas)  •  257 Visualizações

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No entanto, Hodder (1989), Lucas (2001) e Tilley (1989) têm chamado a atenção que a despeito dos grandes avanços teóricos propostos pelo Pós-Processualismo, ele não conseguiu transformar as práticas de campo e de laboratório da mesma forma que transformou a epistemologia arqueológica. Segundo os autores, existe hoje em dia uma separação dos “trabalhos de campo” e dos “trabalhos de gabinete”, sendo o trabalho de campo ligado à coleta e registro de dados e o trabalho de gabinete à análise e interpretação.

Enfim, há em arqueologia uma separação da prática e da interpretação, uma separação do campo e da teoria, da coleta de dados e da formação do conhecimento, que faz com que a idéia de campo seja contraposta à noção de produção de conhecimento, simplificando o processo de produção de conhecimento e criando um abismo entre o mundo material e o discurso

Mas como tem mostrado o Pós-Processualismo, até ações puramente técnicas necessitam de reflexão, de um embasamento teórico. As metodologias de campo envolvem, antes de tudo, conceitualização de cultura material, de sítio arqueológico, e etc. Assim, prática também é interpretação

Mas o que define a prática arqueológica? Em um sentido mais amplo, entendo prática não só como a atuação metodológica em campo e em laboratório, mas também como uma atuação onde o arqueólogo é um agente social, um intelectual que produz cultura no sentido colocado por Hamilakis (1999). E, nesse sentido, o Pós-Processualismo atinge a prática arqueológica, abrangendo o campo de atuação da Arqueologia com a Arqueologia Pública, Arqueologia Contemporânea, Arqueologia do Gênero, Arqueologia Social e outros.

  • O primeiro momento, do século XIV até o século XIX, sob influência do antiquarismo;
  • O segundo momento, do começo do século XIX até o século XX, sob influência do evolucionismo;
  • O terceiro, do início do século XX até 1960, sob influência do Histórico-Culturalismo;
  • O quarto, de 1960 até os dias atuais, sob influência do Processualismo;
  • O quinto, de 1980 até os dias atuais sob influência do Pós-Processualismo;

Vale a pena ressaltar que esses momentos aqui colocados dizem respeito a intervalos temporais em que determinadas correntes teórico-metodológicas tiveram seu auge de influência nos trabalhos arqueológicos. Portanto, isso não quer dizer que as correntes teórico- metodológicas anteriores a 1960 ainda não influenciem a Arqueologia.

Dessa forma, a identidade é uma característica essencial da existência humana, mas como ela é construída?

O suporte fundamental da identidade é a memória, mecanismo de retenção de informação, conhecimento, experiência, quer em nível individual, quer social e, por isso mesmo, é eixo de atribuições, que articula, categoriza os aspectos multiformes da realidade, dando-lhes lógica e inteligibilidade. (MENESES, 1984, v. 20, p. 33)

Partindo dessa premissa, podemos dizer que toda sociedade humana constrói sua identidade a partir de suas memórias que, por sua vez, estão ligadas à construção de um passado. Tanto as memórias quanto o passado são construídos no presente de acordo com circunstâncias sociais e ideológicas, de acordo com interesses, na medida em que a memória, segundo Meneses (1984), é seletiva (não registra tudo e nem tudo que registra afeta a consciência) e indutiva.

antes do Antiquarismo, a busca e a legitimação do passado se fazia com base na tradição, principalmente na tradição religiosa, através da utilização de mitos sobre a criação do mundo e das sociedades tendo, em alguns casos, o auxílio das fontes escritas. No entanto, em poucos casos um interesse disciplinado se voltava para os bens materiais antigos

Comecemos exemplificando com os Astecas no século XVI. Nas ruínas de Teotihuacán, abandonada a centenas de anos pelos Toltecas, os astecas realizavam rituais acreditando que os deuses restabeleceram a ordem cósmica ali. (HEYDEN, 1981 apud TRIGGER, 2004) Sabe-se também que os astecas, acreditando que os toltecas eram seus antepassados, incorporaram máscaras de pedra cerimoniais dessa cidade em seu Grande Templo para exaltá-los (RENFREW e BAHN, 2004).

No Egito, por exemplo, as listas reais, como as do templo de Seti I em Abydos ou como o Papiro de Turin, além de tornar os faraós pertencentes a antigas linhagens reais que eles consideravam gloriosas, também tornavam os faraós descendentes diretos de uma identidade divina. Dessa forma, o passado egípcio era utilizado para legitimar ao máximo o poder dos faraós, ligando-os a reinados bem sucedidos e tornando-os identidades divinas. (TRIGGER et al., 1983)

Mas, de qualquer forma, para Thomas (2004), para criar uma monarquia burocrática e gerenciadora, além de usar o direito divino e a herança dinástica, os monarcas começaram a financiar pesquisas antiquaristas promovendo uma base para a identidade das nações-estado. Essa necessidade de criar fundações históricas para o estado moderno, ainda segundo o autor, implicou em estabelecer uma base segura de conhecimento. E foi essa necessidade por uma base segura de conhecimento que proporcionou o desenvolvimento das pesquisas antiquaristas no Norte Europeu.

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