A Reforma ou Revolução - Resenha Crítica
Por: mtomaz • 20/3/2019 • Resenha • 770 Palavras (4 Páginas) • 138 Visualizações
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Universidade Federal do Ceará
Centro de Humanidades
Departamento de Ciências Sociais
Disciplina: Ciência Política III
Profess@r: Clayton Cunha
Alun@: Matheus Tomaz
Resenha
LUXEMBURGO, Rosa. Reforma ou Revolução? São Paulo: Expressão Popular, 1999.
“Reforma ou Revolução”. Seguindo a linha do pensamento socialista científico clássico, a então autora do texto, Rosa Luxemburgo (1871-1819), nos traz mais uma narrativa que vai na contracorrente dos aspectos oportunistas que se constituíam no seio do movimento da social-democracia de seu tempo. A obra em questão, escrita no fim do século XIX, se torna assim, uma crítica à determinados setores no âmbito do movimento socialista, que, por sua vez, acreditavam que o espírito revolucionário deveria ser substituído por um viés cedente, ou seja, em conformidade à sistemática capitalista burguesa do período, operando em prol de ideais contraditórios ao socialismo científico, posicionamento esse, que Rosa Luxemburgo põe-se a questioná-lo de maneira assídua, logo na primeira parte de seu texto.
De antemão, como já citado, a autora nos perpassa sua ferrenha oposição no que diz respeito às vertentes no âmbito do movimento social-democrata, nos quais não acreditavam na improvável queda do sistema capitalista em detrimento ao movimento social, propondo assim, agregar-se a pura concepção reformista, desvencilhando-se do espirito revolucionário que compõe o movimento social, fato este, que Rosa Luxemburgo expõe, e se opõe, de modo a discorrer sobre as explícitas problemáticas contidas nesse pensamento, assim categorizando tal via, como oportunista. Nesse sentido, Rosa Luxemburgo aponta Eduardo Bernstein como principal propulsor desse pensamento, questionando-o de modo incisivo, assim pondo-se em réplica clara aos pensamentos de Bernstein. Contudo, é importante acordar que, em nenhum momento do texto a então autora nega as reformas sociais como meio de revolução, pois as evidentes críticas no decorrer da narrativa ficam por conta da desvinculação do sentido de reforma ao sentido de revolução, acentuando-se em um único senso reformista, desse modo, emancipando-se da ideia de obtenção de poder pelas camadas operárias. Nessa mesma linha de raciocínio, Rosa Luxemburgo introduz na leitura, como se constituiriam as empreitadas sindicais a partir desse viés cedente ao capitalismo, como verificamos a seguir:
“Reduz-se, por conseguinte, a atividade dos sindicatos essencialmente à luta pelo aumento de salários e redução do tempo de trabalho, isto é, unicamente a regularização da exploração capitalista de acordo com a situação momentânea do mercado...” [p44]
Assim, de acordo com a citação acima, podemos notar que a incorporação do puro espírito reformista ao movimento socialista, sem a ânsia pela obtenção do poder, que é de direito ao proletário, só gera a manutenção da sistemática do capital, e tarda o “autodesmonte” desse meio de produção, sendo pensamentos expostos pela autora em sua discordância sobre soltar-se da ideia de tomada do poder através da revolução. Em suma, a autora indefere um sentido efetivo da mera conquista de “espaço” do povo no meio capitalista, tratando-a como, “regularização da exploração”, de acordo com sua fala na citação acima.
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