Boaventura de Souza Santos

Bruno Latour – cap. 4

Quatro gêneros de pesquisas que formam as novas competências que nos incumbimos de desenvolver.

Conjuntos das funções da vida pública

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A antiga constituição, mesmo se as intenções fossem boas:

1. Impedia-se a exigência de perplexidade pois, impondo a distinção prematura dos fatos e valores, nunca os candidatos à existência encontravam seu lugar. Como fazer o coletivo ficar perplexo se sabemos de antemão qual é a mobília do mundo comum?
2. Como pretender que se tenham consultado a respeito de um problema aqueles a que não se deu a ocasião de reformular os termos da questão?
3. Como denominar pluralismo ao respeito hipócrita por crenças às quais se recusa o estatuto da realidade
4. Como chegar a um acordo, se a ameaça de uma transcendência superior vem humilhar antecipadamente todos os arranjos mesquinhos?

“Como explicar a nossos netinhos que os grupos de trabalho, convocados de toda parte  para construir o edifício da vida pública, receberam todos os talentos, todas as competências, todos os instrumentos mas que lhes faltava uma única diretiva: o projeto do edifício a construir! Com que estranheza poderíamos dizer: “ o edifício já existe, solidamente construído, mas ninguém o construiu, ele se ergue, desde toda eternidade, já edificado, já sólido, e ele se chama natureza; não temos necessidade de seus serviços” enquanto ordenamos a outros artesãos que fabriquem um ser totalmente artificial, mas privando-se de todos os materiais que lhe poderia dar firmeza, durabilidade, forma e justiça?

Um já existia e não estava para ser construído, o outro era para construir

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