O Desenvolvimento do Capitalismo Contemporâneo
Por: Regiane Saraiva • 14/1/2019 • Trabalho acadêmico • 37.290 Palavras (150 Páginas) • 194 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSo
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DECON
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS – CCE
DISCIPLINA – DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO – DCC
CÓDIGO: DCN00069
PROF. DR. RICARDO ZIMBRÃO AFFONSO DE PAULA
AVALIAÇÃO – UNIDADES 1, 2 E 3
São Luís
2018
Avaliação apresentada à disciplina de Desenvolvimento do Capitalismo Contemporâneo, ministrada pelo Prof. Dr. Ricardo Zimbrão Affonso De Paula, visando à obtenção de notas.
São Luís
2018
DILLAN ANDREW AMORIM SOUSA 2017056337
ELISEU LOPES DOS SANTOS 2017065784
FERNANDA TOMAZ DE PINHO SILVA 2017065793
LEILANE RAQUEL SILVA NUNES 2017061758
REGIANE SARAIVA VIEIRA 2017023210
São Luís
2018
AVALIAÇÃO – UNIDADES 1 E 2
QUESTÕES
1 – Tomando como base os CAPÍTULOS 1, 2 e 3, do Livro de DAVID LANDES, disserte: (2,0)
- Por que a Revolução industrial iniciou-se na Inglaterra, o papel do mercado interno e as vantagens institucionais e históricas daquele país em estimular o processo de industrialização.
Na altura do século XVIII, era um fato que a disposição industrial inglesa fazia diferença com as das demais nações. Isso o autor aponta logo no início do capítulo III da bibliografia recomendada. Foi a Revolução industrial, cujo berço fora a Inglaterra, que ofereceu condições para um avanço tecnológico autossustentado. A revolução, nesse contexto, leva como sinônimo a modernização. Modernização no modo de produção, e na ordem institucional. Também implicou em uma sociedade conjunturalmente diferenciada em se tratando do perfil social. Uma sociedade mais rica - e desigual. Levou a urbanização, e a criação de uma burguesia industrial. Segundo o autor, a Industrialização produziu uma burguesia diversificada, e uma busca, como nunca antes, por riqueza, dada a comercialização das relações em razão do individualismo.
Em se tratando da Europa, uma primeira explicação para o enunciado é que a sociedade, mais especificamente, da Europa Ocidental, dispunha em certa medida de condições mínimas para a Industrialização às vésperas da Revolução industrial. Dizer que Inglaterra, em especial, possuía uma renda per capita suficiente para abrigar o que viria a ser a nova sociedade industrial, já numa perspectiva de economia pré-industrializada. A Europa, assim pois, industrializou-se uma vez que que estava pronta para tanto. Ela foi a primeira a industrializar-se por dispor das condições para a revolução que viria posteriormente ser nomeada Revolução industrial.
Dois apontamentos, antes de prosseguir. 1) A iniciativa privada fora eficaz no vanguardismo industrial Europeu; 2) O avanço do comércio aterrou a economia de subsistência feudal. A nova sociedade se estabeleceu na medida das articulações do comércio. Em vista disso, no Ocidente Europeu, a iniciativa privada levou o bastião da configuração econômica industrial.
A composição de Landes, no que toca os três capítulos recomendados, traz luz aos motivos que levaram a Inglaterra, em contraste aos demais países, ainda que da Europa ocidental, abrigar a Revolução industrial. A referência lúdica do autor é a tragédia grega do Prometeu, composta por Esquilo na Grécia Antiga. Na base da comparação, explicações para a industrialização e modernização.
A criatividade produzia avanço. Um processo, de acordo com Landes, auto-reforçador no qual as economias mais livres, portanto mais criativas, promoviam crescimento e inovações (pág. 19). Rasgos da iniciativa individual em oposição ao modelo aristocrático, e aplicação da racionalidade: aquisição de riqueza, e produção propriamente dita. Condições que a Inglaterra dispunha, e que a levara à dianteira da Revolução, em relação a países como França ou Holanda, mais desenvolvidos. Ou mesmo países mais ricos como a Espanha e Portugal. Mais o modus operandis britânico.
O modus operandis era o da racionalidade tal como já apontada. A ante-guarda britânica na Revolução industrial se deve ao conjunto capital, recursos naturais, mercados e configuração agrária. No mundo, a burguesia avançava nos mercados com o aterramento violento da estrutura política anterior. A Inglaterra cresceu nos mercados, hora pacífica, hora pacífica, hora pela autoridade militar, visto que dispunha, por exemplo, de liderança naval. Era o mercado inglês que servia como molde para os demais mercados. Ele que determinava o passo da produção, em diferença aos outros países cuja produção que gerava o mercado.
Até metade do século XVIII, a indústria inglesa era de tecidos. A primeira a mecanizar-se fora a indústria do algodão. O algodão finalizado com matéria-prima colonial, e que representava metade da exportação inglesa. As colônias dispunham de papel de fornecedora de matéria prima, e mercado consumidor. Outras fontes de arrecadamento, o tráfico de escravos, e as relações de comércio com outras metrópoles colonialistas (como Portugal). O capital em conta, mais o sistema bancário eficiente, possibilitavam uma baixa taxa de juros, e melhor perspectiva financeira para o empresários. Outro ponto, a novo configuração agrária. As terras, anteriormente coletivas, foram rearranjadas beneficiando os empresários. Os camponeses, por sua vez, transformaram-se em proletários rurais. Obrigados a abandonar os seus ofícios como artesãos ou agricultores, marcharam rumo às metrópoles, formando o exército de reserva para as bocas das fábricas. Agora como trabalhadores assalariados, e expropriados do conhecimento do processo produtivo, ou das condições para esse mesmo processo, controlavam máquinas, e geravam lucros para os seus patrões. Altura que marca a culminância da evolução tecnológica, e socioeconômica que vinha dando sinais desde a Baixa idade Média avançando.
A Revolução Industrial, primeiro abrigada na Inglaterra, integrou, de acordo com Marx, o conjunto das Revoluções burguesas do século XVIII - ao lado da Independência dos Estados Unidos, e da Revolução Francesa. Responsáveis pelo esfacelamento do Antigo regime, e pela garantia da passagem do capitalismo comercial para o industrial. Era a passagem da Idade moderna para a Idade contemporânea. Ainda de acordo com Marx, o capitalismo era consequência da Revolução industrial, e não seu objeto.
O século XIX foi marcado pela hegemonia britânica. Um século de progresso econômico e tecnológico, de expansão colonialista, e das primeiras reivindicações proletárias. Conseguinte a isso, o Imperialismo, e a competição entre as nações pelos mercados consumidores. O que levou pouco depois à culminância da Primeira Grande Guerra.
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