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Resenha Hobbes - Clássico da Política

Por:   •  23/8/2016  •  Resenha  •  848 Palavras (4 Páginas)  •  421 Visualizações

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O objetivo da resenha que se apresenta é, analisar - ainda que não de forma aprofundada - o pensamento de Thomas Hobbes.

Autor da obra que se entitula "Leviatã", Hobbes nasceu no anos de 1588 na Inglaterra e terminou seus dias no ano de 1679, também na Inglaterra. Nascido na era dos Tudors, foi um teórico político, matemático e também filósofo. Muito influenciado por Aristóteles e pela filosofia escolástica medieval.

Tido para alguns como pensador maldito - alguns estudiosos analisam que o termo "hobbesiano" equivala ao termo "maquiavélico". Pois, em seus escritos subordina a religião ao poder político e por que nega o direito "natural" a propriedade (indo contra a burguesia que tomava força em sua época)

Segundo Ribeiro (2006), a chave para compreender o pensamento de Hobbes é a compreensão de o que o autor compreende por 'estado de natureza'. Hobbes é um contratualista, para ele, a origem da sociedade e do Estado está relacionado a um pacto firmado entre os homens, este pacto conteria as regras para o convívio social.

Para Hobbes o homem natural não é um selvagem, ou seja, sua natureza não muda conforme o tempo, história ou vida social. Nesse sentido, a essência do homem não muda.

Em seu texto mais conhecido, "Leviatã", Hobbes afirma que os homens são absolutamente iguais e, por isso, nenhum pode triunfar de maneira total sobre o outro. Para ele, como os homens não sabem o que uns aos outros desejam ou planejam, o mais razoável é atacar. O ataque seria para vencer o outro, ou simplesmente para evitar um possível ataque. Esse processo geraria uma guerra generalizada. E é nesse sentido que o Estado torna-se uma necessidade; pois, ele irá controlar e reprimir a guerra generalizada.

Segundo Hobbes existem três causas para o conflito: a competição, a desconfiança e a glória.

A natureza de guerra, segundo Hobbes, não seria a luta diretamente. Mas, a predisposição para a guerra. Sendo assim, a política só se torna ciência quando se conhece o que o homem é de fato, e não a ilusão.

Os indivíduos para este autor, almejam a honra e não necessariamente o acumulo de riquezas. Nesse sentido, o homem hobbesiano não é um homo economicus.

Para Hobbe, o homem vive da imaginação. Imagina ser respeitado, desrrespeitado, ter honra e etc. É por esse motivo que no estado de natureza há condição de guerra, pois, o homem fantasia o que é irreal.

Segundo ele, a lei de natureza seria uma regra estabelecida pela razão, visando proibir que o homem faça tudo o que possa destruir a vida. Hobbes distingue o direito e a lei; segundo o autor, o direito está relacionado a liberdade de fazer algo ou de omitir, já a lei obriga a uma dessas coisas.

Todo homem, deveria então, se esforçar pela paz e segui-la e nos defendermo-nos a nós mesmos com todos os meios possíveis.

Nesse sentido, o Estado não pode se bastar apenas nas questões juridicas; seu poder deve ser pleno, deve ser dotado de espada, armas, força e impor aos homens respeito. Pois, o pacto - ou o contrato social - apenas com palavras não passa de palavras, não geram segurança. É a partir da criação do Estado, que surge o direito.

Então, segundo Hobbes, a sociedade nasce juntamente com o Estado. No contrato de Hobbes, as vontades do todo estão submetidas às decisões do representante. O poder do governante seria ilimitado. Este contrato se caracteriza como um contrato sui generis - têm um único gênero -, nele o soberano não assina o contrato.

O Estado absoluto em Hobbes, segundo alguns estudiosos, é o Estado em que o indivíduo conserva um direito à vida sem precedentes. O Estado em Hobbes é marcado pelo medo, nele o soberano governa pelo temor. Mas, este temor não aterroriza, pois o terror existe no estado de natureza; o indivíduo bem comportado dificilmente terá problemas no Estado hobbesiano. Este Estado, ainda, tem o objetivo de proporcionar uma vida melhor e mais confortável - que o estado de natureza - aos indivíduos. Outra característica fundamental do Estado em Hobbes é que ele vem antes da propriedade, por isso, caberia ao soberano a distribuição das terras do país.

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