Resenha Selvagem Antropologia
Por: Nathaly Costa • 28/4/2016 • Trabalho acadêmico • 696 Palavras (3 Páginas) • 1.492 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – CH
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA II
PROF.: TADEU
ALUNA: CAROLINE COSTA GOMES
Resenha do texto “O Pensamento Selvagem/ Cap. 1: A Ciência do Concreto”
Claude Lévi-Strauss
Lévi-Strauss inicialmente fala que o pensamento dos povos tribais é mais “concreto”, enquanto o pensamento científico é baseado em conceitos mais abstratos. Ele cita o autor Krause, tomando como exemplo a língua chinuque para falar sobre a constituição das línguas e ele demonstra como é formado o vocabulário dos selvagens: “Dentre as plantas e os animais, o indígena nomeia apenas as espécies úteis ou nocivas; as outras são indistintamente classificadas como ave, erva daninha etc.” (Pag. 16)
Seguindo o texto, o etnógrafo Lévi-Strauss nos mostra com citações e exemplos de outros etnógrafos que os “selvagens” nomeiam suas espécies de acordo com as funções de suas necessidades, que eles só classificam e dão um conceito se aquilo for útil para eles. Mas o autor também mostra outros pontos de vistas, explanações de outros etnógrafos que já nos mostram que eles não só dão, como também ajudam em outros segmentos.
Lévi-Strauss vai expondo em seu texto o trabalho de vários etnógrafos, falando sobre a riqueza da linguagem dos ditos “selvagens”, dos primitivos. E uma dessas tribos são os hanunoo das Filipinas, onde eles conhecem mais de 460 tipos de animais, de vegetais e ainda estudam os hábitos de cada um e reconhecem cada detalhe. O autor tem essa preocupação de mostrar que os indígenas não se interessam pelas plantas/animais só porque são úteis, e ao longo do texto ele dá mais exemplos de trabalho de etnógrafos que mostram isso e ele cita que:
“De tais exemplos, que se poderiam retirar de todas as regiões do mundo, concluir-se-ia, de bom grado, que as espécies animais e vegetais não são conhecidas porque são úteis; elas são consideradas úteis ou interessantes porque são primeiro conhecidas. ” (Pag. 23)
Segundo o autor o seu primeiro “objeto não é de ordem prática, mas corresponde a exigências intelectuais ao invés de satisfazer às necessidades.” Essa exigência de ordem constitui a base do pensamento que denominamos primitivo, mas unicamente pelo fato de que constitui a base de todo pensamento, pois é sob o ângulo das propriedades comuns que chegamos mais facilmente às formas de pensamento que nos parecem muito estranhas.
Mais à frente o autor faz uma relação da ciência com a filosofia e as antigas crenças que davam ao então não explicável nome de bruxaria, ele mostra como o avanço da química, por exemplo, fez com que hoje qualquer combinação de perfumes se baseie em apenas cinco elementos e em suas diversas combinações, presença ou ausência de elementos, a quantidades de tais posta em uma tabela permite um número inimaginável de combinações e essências. Ele também mostra o recente domínio do homem sobre o ambiente, e foi no período neolítico que se confirmou o domínio do homem sobre as grandes artes da civilização: cerâmica, tecelagem, agricultura e domesticação de animais.
Toda classificação é superior ao caos, e mesmo uma classificação no nível das propriedades sensíveis é unia etapa em direção a uma ordem racional, ao correr dos tempos, muitas palavras mudam de significado, se transformam, e comparações são feitas e acabam por dar sentido a estas alterações. O autor cita como exemplo a origem do termo bricolagem, de algo brilhante a descrição de serviços manuais em jardins. Existe um intermediário entre a imagem e o conceito: é o signo, desde que sempre se pode defini-lo da forma inaugurada por Saussure a respeito dessa categoria particular que formam os signos linguísticos, como um elo entre uma imagem e um conceito, que, na união assim estabelecida, desempenham respectivamente os papéis de significante e significado. A imagem não pode ser a ideia, mas ela pode desempenhar o papel de signo ou, mais exatamente, coabitar com a ideia no interior de um signo.
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