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As Mulheres no Esporte

Por:   •  2/3/2018  •  Resenha  •  1.261 Palavras (6 Páginas)  •  195 Visualizações

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O futebol feminino vem buscando forças. No Brasil, ele vem ganhando espaço aos poucos. Em primeiro ato, a categoria teve uma lei favorável. Em 2016, a Conmebol, entidade futebolística da América do Sul, apresentou o novo regulamento para competições continentais. Entre elas, há uma regra que obriga as equipes que forem disputar a libertadores e a copa Sul americana a terem, também um time feminino. Essa entidade, além disso, mantém viva a copa Libertadores em ambas as categorias, além de outras competições. Essa regulamentação ajuda, ainda mais, o futebol feminino a se tornar profissional aqui no Brasil, já que mesmo com competições nacionais, continentais e internacionais, a categoria ainda é vista como esporte amadora.

Mas, antes de falar sobre qualquer conquista, seria interessante voltarmos a tempos em que as mulheres ainda não eram bem vistas nos gramados. Em 1941, o então presidente da República Getúlio Vargas proibiu, por lei, a participação das mulheres em diversos esportes, entre eles o futebol. Na época, foi alegado que essas atividades eram incompatíveis com a sua natureza, uma vez que poderia comprometer o processo reprodutivo das mulheres. Talvez por conta dessa proibição que perdurou por quase três décadas devemos à essa norma a grande diferença que ainda há entre as categorias do futebol, por ter um grande abismo, como dizem alguns especialistas.

        Bernardo Borges é sociólogo do esporte e entende que essa situação não ficou só dentro do campo. Por conta dessa ausência dentro do campo, a presença e o interesse das mulheres pelo esporte foi diminuindo com o passar dos tempos. Hoje, depois de mais 50 anos elas buscam o espaço no esporte, mas não só dentro de campo. Elas também buscam chutar o preconceito para escanteio, o assédio para longe e fazer parte em todas as partes do futebol.

Mas é também de grande relevância destacar que a palavra “torcida” foi cunhada ao se observar uma atitude das mulheres que assistiam aos jogos na tribuna, lugar onde era possível vê-las torcendo. Em momentos difíceis dos jogos, elas torciam o lenço ou a luva. Narrado por Borges essa é uma das grandes contradições do esporte. Mesmo assim, a presença delas no estádio ainda é vista de uma maneira diferente.

As torcidas organizadas buscam quebrar esse tabu. Mesmo em baixo número, elas estão buscando o seu espaço. Antes, muitas falavam que iam ao estádio para acompanhar o pai, o irmão, o homem da família, o namorado e hoje são as que incentivam esses mesmos parentes a irem ao estádio. Elas entram para as torcidas organizadas e de lá não saem mais. O amor, a paixão faz com que as mulheres permaneçam e desfrutem de tudo aquilo que o esporte oferece. E, citada acima, a torcida é apenas mais um caminho que elas podem seguir.

O campo ainda traz diversas outras funções. É possível ver árbitras apitando as partidas, as assistentes utilizando a bandeira, o seu instrumento de trabalho, jornalistas cobrindo a partida, seja ali no campo conversando com os jogadores e trazendo informações ou nas cabines narrando tudo que está acontecendo ali embaixo, além das gandulas que também fazem o jogo fluir. E, apesar de ainda um pouco raro inclusive no futebol da categoria, elas também estão tentando ser técnicas. Para se ter uma noção, na última copa do mundo de seleções, apenas oito das 24 equipes eram treinadas por mulheres.

Bom, elas estão sim em todas as áreas do futebol, mas ainda são poucas. O vilão? O machismo. Ele não vem apenas em formato de piadas como “Vai comandar o fogão”, ou a o fato de muitos homens ficarem fazendo piadas em relação a fisionomia, ou ao fato de elas terem que ficar provando o tempo todo. Mas, talvez, o pior de todos, o ASSÉDIO é o que faz muitas mulheres repensarem em entrar nessa profissão, que exige muito sangue frio, como muitas contaram em entrevista. Piadas como “vai fazer a entrevista lá em casa” ou o pensamento de que uma mulher só serve para atrair atenção do público feminino ainda são ouvidas por elas. Isso afeta, claro, no número de mulheres no esporte. O machismo enraizado na sociedade ainda faz com que muitas pessoas desistem de seus sonhos.

Vamos falar na prática. Esse preconceito vem de todos os lados. No dia 19 de Julho deste ano, o então técnico do Internacional de Porto Alegre, Guto Ferreira, estava dando uma coletiva de imprensa. O seu time ganhara a pouco do Luverdense-MT pelo placar de 1x0. A jornalista Kelly Costa fez uma pergunta pertinente ao jogo, e mesmo se não fosse. Neste dia, os grandes sites trouxeram a vitória colorada. Mas muitos se preocuparam em mostrar o que houve na entrevista. “EXTRA”, por exemplo, trouxe um vídeo, que foi tirado do ar, assim como o relato de uma outra jornalista que também presenciou o caso., juntamente com a Veja, que ainda mantém o vídeo no ar.  

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