O Bilinguismo Como Proposta Educacional Para Crianças Surdas
Por: Lorena Jardim Trindade • 10/11/2017 • Resenha • 1.160 Palavras (5 Páginas) • 480 Visualizações
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Ciências Biológicas
BILINGUISMO
Ana Carolina de Oliveira Costa
Lorena Jardim Trindade
Belo Horizonte
Novembro 2017
1. O Bilinguismo Como Proposta Educacional Para Crianças Surdas
O texto traz a proposta educacional bilíngue, onde nas escolas a língua de sinais fosse a primeira e fosse mediadora a língua portuguesa, a segunda, pois iria favorecer o desenvolvimento cognitivo e ampliaria o vocabulário da criança surda.
A implementação da língua de sinais iria permitir a criança uma maior inserção à sociedade, pois teria acesso a uma maior comunicação e essa realidade seria independente ao aluno está em uma escola especial ou comum pois todo o material e o desenvolvimento das atividades da escola seria adequado. O bilinguismo capacita a pessoa surda a utilizar as duas línguas, libras como comunicação e a língua portuguesa na escrita.
Hoje as divergências criadas a partir das escolas especiais para surdos é que na escola acaba acontecendo segregação dos grupos de alunos e as crianças surdas se isolam já os outros defendem que valoriza a cultura surda, mais o que sabemos é que a interação das duas línguas na educação é que favorece a criança desenvolvendo as suas capacidades cognitivas, linguísticas, afetivas e políticas utilizando a metodologia de aprender primeiro a língua de sinais e depois a língua portuguesa que facilitaria a compreensão.
Os primeiros estudos realizados pelo americano Stoke (1960) tiveram como objetivo mostrar que a língua de sinais não são apenas gestos e sim possuem uma estrutura gramatical própria. A língua de sinais no Brasil é recente mais cada vez mais atraem defensores a língua e assim tem crescido o número de defensores de seu uso. A língua não é universal e ela sofre alterações pelas influencias culturais nacionais.
Por muito tempo foi ignorado as especificidades das crianças surdas na escola e isso teve como consequência que as crianças surdas não conseguiam formular corretamente as palavras com restrições do vocabulário e falta de elementos de ligação.
É claro que há uma importância da educação bilíngue para o aprendizado de crianças surdas, sendo que as crianças surdas têm a mesma capacidade de compreensão que as crianças ouvintes e apenas o método de ensino tem que se adequando e alterado para melhor adaptação. Assim é importante q a escola alfabetize as crianças surdas e criem condições de se tornarem leitores e escritores.
Os surdos sendo alfabetizados em ambas as línguas favorece a inclusão deles aumentando a sua participação na sociedade.
2. Práticas de bilinguismo: relato de experiência
No artigo a autora Marianne Rossi Stumpf, uma surda brasileira, apresenta relatos sobre trabalhos vinculados à educação de surdos na França e conta que foi convidada a participar de uma pesquisa sobre uma forma gráfica para a Língua de Sinais Francesa. A autora também ressalta a importância do projeto de pesquisa sobre a ELS (escrita da língua de sinais) que está sendo realizado na França e relata sua oportunidade de trabalhar junto a um grupo extremamente qualificado de pesquisadores voltados para a escrita da língua de sinais.
Em seu relato Stumpf expõe alguns fatos importantes para as comunidades surdas, como o reconhecimento do direito dos surdos a uma educação bilíngue através de uma lei, na qual determina que na educação dos jovens surdos, a liberdade de escolha entre uma comunicação bilíngue, língua de sinais e francês escrito, e uma comunicação oral é um direito; e o reconhecimento da Língua de Sinais dentro da escolaridade pelo Parlamento Europeu.
A língua de sinais é extremamente importante, pois é a partir dela que a criança se construirá como indivíduo e nela será educada. Dessa forma, as crianças devem ter acesso o mais cedo possível a ela. No bilinguismo as crianças adquirem duas línguas: a língua de sinais e a língua de seu país em sua forma escrita (leitura e escrita). Para atingir esse objetivo, as escolas precisam trabalhar de forma diferente, usando uma pedagogia que possibilite ao professor atingir essa meta.
Na França a autora foi contratada para participar como especialista em SignWriting e ficou responsável pela sensibilização para o desenvolvimento da forma gráfica da LSF em crianças francesas num projeto na associação IRIS, um instituto de pesquisas sobre as implicações da língua de sinais. Stumpf retrata que foi um privilégio poder participar desse projeto de grande significado para a comunidade surda, o qual enriqueceu sua pesquisa.
Nas escolas de educação bilíngue o ensino é ministrado por professores surdos e visa diversificar os conhecimentos gerais, oferecer ao estudante surdo a possibilidade de se tornar bilíngue e integrar social e profissionalmente os surdos. No Brasil, de acordo com Stumpf, as escolas de surdos, embora em geral alcancem baixos resultados acadêmicos, representam um papel importante de espaço para os surdos, de aquisição da língua de sinais e até de facilitação das pesquisas da área e busca de qualidade e inovações nas práticas educativas relacionadas à surdez. Na França, não é assim. Lá as escolas de surdos são, em geral, oralistas e representam a segunda opção para as crianças surdas, além de serem mais voltadas ao ensino profissional.
...