Aristóteles Segundo Livro
Por: Taciana Mara Correa Maia • 24/1/2021 • Artigo • 7.050 Palavras (29 Páginas) • 164 Visualizações
Terceira Aula - Livro 2
Prólogo: a virtude se diz intelectual (conhecimento, ciência, saber- são em si- não estão voltadas para a relação interpessoal) moral (a ética no sentido amplo da palavra, amizade, generosidade, justiça, compaixão, - valores que norteiam o nosso agir- relação interpessoal)
A virtude intelectual se desenvolve através do ensino, exigido longo percurso;
O saber se acumula, a vida intelectual é feita de um acúmulo de informações, de análises, de procedimentos, enquanto a virtude moral depende do hábito,
A virtude moral depende do hábito (ethos), conforme a etimologia da própria palavra, e também da educação ( da alma);
É esse hábito repetitivo que vai formar, solidificar, a nossa excelência moral. Seremos éticos praticando dia após dia e essa prática orientada pela razão, é uma prática racional, mas não puramente racional, não é intelectual, essa prática vai acontecer por meio de uma educação, uma educação interna e externa – voltada para o outro
Ressalta-se que as virtudes intelectuais ou morais não são produto da natureza (não nos são dados), natureza cujas leis são determinísticas.
Ora, nós somos produtos da natureza, o que implica considerarmos que somos adaptados pela natureza a desenvolvê-las ( a virtude e a moral)
Nós nascemos com olhos e a visão, com o tato, olfato- esses sentidos nos são dados pela natureza, mas ser ético, ou agir corretamente, não é dado pela natureza, nós adquirimos pelo hábito ao ver pessoas da nossa família. O recebimento dessas informações podem ser naturais, mas a prática cotidiana não é natural, vai depender da nossa disposição.
A ética não é adquirida em si, mas construída no dia a dia, por meio da repetição dos bons hábitos.
O hábito não e dado pela natureza, mas a sedimentação do hábito é dado pela natureza – somos produtos da natureza – nós somos adaptados pela natureza a desenvolvê-las - a sedimentação do hábito vai nos tornar constantemente melhores.
Eu tendo a repetir os atos que pratico- se são bons serão melhores, se são ruins, serão piores- efeito da natureza- mas a decisão de repetir ou não é humana- vai além do que a natureza nos oferece.
As virtudes não são como os sentidos, que possuímos antes de usá-los, pois só a adquirimos pelo uso reiterado das práticas virtuosas, que nos tornam melhores.
A MEDIANA – O JUSTO-MEIO – O MEIO TERMO
Primeiro vamos tomar os elementos que estão no entorno .
O intelecto se alimenta da instrução ( requer conhecimento e tempo)
A educação é importante nesse sentido . Ela vai elaborar princípios para o bem viver = felicidade
1. O homem busca a ética para ser feliz. A maneira como busca é variada, o que é ser feliz varia – os meios e os fins variam para a busca da felicidade
Em sua ética, Aristóteles é sobremaneira empírico.Influência da medicina
A ética é antes de tudo uma praxis- uma prática em que o objetivo não está no produto dessa prática – ela própria visa ela própria – procuro ser bom sendo bom – não faço isso para ser bom – mas sendo bom – esse algo que eu faço é que me constituindo
Nossa excelência está em relação direta com os prazeres e dores que sentimos ( Heráclito)
Pois se o prazer nos causa alegria, nossa tendência será procurá-lo, evitando o mal que ele pode causar.
A maneira de responder aos prazeres e as dores, ou seja, evitando-os ou buscando-os que vai me fazer ético.
Não há uma resposta pronta – não adianta buscar o prazer e evitar a dor ou o contrário- buscar a dor e evitar o prazer – há uma sutileza na nossa relação com os prazeres e as dores e a ética seria a relação optimal que eu tenho com as minhas dores e meus prazeres dosando-os – procurando mais ou menos – que vai me fazer uma pessoa feliz -
Se o prazer nos causa alegria, nossa tendencia será procurá-lo, evitando o mal que ele possa nos causa- essa tendencia natural esbarra com a nossa felicidade no sentido mais amplo e mais humano da palavra – como não somos animais puramente instintivos a razão entra para dosar.
Esse livro 2 é um elogio à razão- a razão se orienta pela prática – pelo impirismo- mas é uma razão acima da circunstâncias imediatas.
Como disse Platão, aqui é o lugar de uma boa educação, que ensine os limites virtuosos de nossas sensações e ações.
Em relação às nossas emoções ele traz a dosagem, mas não só em relação às emoções, mas em relação às ações – nos convida a dosar nossas ações –
Para limitar ou expandir nossas sensações e ações é preciso a moral – que se alimenta do hábito (requer tempo?)
moral que é sinônimo de ética – a limitação ou expansão dessas ações, sensações, sentimentos e emoções – é que faz sermos mais éticos ou menos éticos - E nesse caso mais felizes ou menos felizes – e tudo vai depender do nosso hábito e isso requer tempo -
( Mas é preciso, em palavras mais modernas, uma escolha, um discernimento, uma decisão em agir moralmente, quer dizer em repetir com determinado propósito certa ação) –
Ou seja, escolher o hábito, não só pratico e continuo praticando indefinidamente, porque me habituei- desvio, suprimo- quando o hábito é mau - o hábito pode começar bem e se tornar mau – se tornar um vicio- minha percepção, meu autoconhecimento – minha atualização daquilo que eu faço – em relação a mim mesmo e ao meio – é vital – importante para essa continuação da virtude - é preciso uma decisão de agir moralmente -
é preciso uma decisão de agir moralmente – quem pode decidir alguma coisa sobre si se não se conhece e quem pode decidir mudar alguma coisa se não conhece seu hábito -
é preciso conhecer a sua psique, as suas facilidades, as suas dificuldades muito bem, e isso é com a prática da vida , por isso é empírico – ou seja repetir com determinado propósito certa ação – aqui a ética ou a moral - depende da razão -
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