Fichamento do Discurso de Aristófanes do Banquete
Por: carol___menezes • 11/5/2017 • Resenha • 1.138 Palavras (5 Páginas) • 1.204 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto Psicologia
Filosofia I
Fichamento do discurso de Aristófanes do Banquete
O Banquete é um diálogo platônico, que foi escrito por volta de 380 a.c., no qual Platão não presenciou, tendo conhecimento por terceiros, muitos pontos foram criados pelo filósofo. Tendo como tema principal o amor de várias perspectivas diferentes e sendo uma resposta às acusações contra a Filosofia, ele fundamenta-se, basicamente, de um conjunto discursos sobre a natureza e as qualidade do amor, que no diálogo denomina-se Eros.
Esse diálogo está na categoria política, apesar de falar sobre amor e amizades. Isso porque para Platão, a amizade é uma força educadora e nexo que mantém o Estado. Ele afirma ainda que não tem como ter uma comunidade que não esteja baseada na amizade, já que essa tende para aquilo que é o bem (que é aquilo que é supremo, que está impresso na alma) e a amizade une os homens.
O banquete na Grécia era uma forma de reunir as pessoas, para festas, debates, jogos e homenagens. Com fartura de bebida, comida, haviam danças, músicaspara entreter os convidados. Platão segue nessa ideia e escreve O Banquete, dando uma nova ideia ao conceito de banquete. Resumidamente, a obra refere-se à uma festa na casa de Agatão, no dia seguinte a festa, com o excesso da bebida, Pausânias sugere que eles façam algo diferente, é aí que Eriximaco dá a ideia de elogiar Eros, todos concordam, mas Sócrates diz que primeiro eles devem definir o que é o amor. A narrativa começa com a resposta de Apolodoro à uma possível pergunta na qual não conhecemos que a fez.
O primeiro a discursar foi Fedro, que aponta que Eros como um dos mais antigos deuses. O segundo foi Pausânias, que criticou o elogio de Fedro à Eros, afirmando que existia o Eros Celeste e o Eros Vulgar, logo não era um único deus. Erixímaco foi o terceiro a discursa e querendo completar o discurso de Pausânias, levantou a questão do Eros não existir somente na alma dos homens, mas em vários outros seres, todo o seu discurso tem uma visão baseada na medicina.
O quarto a discursar, que darei ênfase nesse trabalho foi o Aristófanes. Seguido por Agaton, que critica os quatro discursos, afirmando que eles elogiaram Eros, mas não explicaram sua natureza, opondo-se ainda a Fedro e Aristófanes, dizendo que Eros é um deus jovem, cujas virtudes eram a justiça, a temperância e a potência. O sexto a discursar foi Sócrates, o mais importante dos convidados, falou que o amor é algo desejado, contudo, o objeto do amor só é desejado quando falta, pois ninguém deseja uma coisa que não precisa mais, o objeto do amor está sempre ausente e é sempre solicitado, ou seja, só amamos aquilo que não temos. O último orador é Alcibíades, mas este não discorre sobre o amor, ele busca fazer elogio somente à Sócrates, anunciando, incluse, que tinha um grande amor por Sócrates. Porém, esse trecho tem grande significado, Alcibíades, deixa de falar sobre Eros e o encarna, ou seja, encarna a própria filosofia.
Aristófanes discursou menos que Erixímaco, mas seu discurso foi maor que o de Fedro. Nesse ponto da discussão, já há noções mais claras sobre o amor. Para Aristófanes, o Eros é uma busca metafísica do homem pela totalidade do ser.
Ele deveria ter sido o terceiro a discursar, mas devido à uma crise de soluços, passou sua vez para Erixímaco. Quando o médico terminou seu discurso, os soluços já tinham parado e Aristófanes pôde começar a falar. Logo de início Aristófanes deixa claro que vai falar sobre Eros de uma forma diferente de Pausânias e Erixímaco, mas não mencionou Fedro. Seu discurso vai ser em torno do poder do Eros, no qual os homens desconhecem. Mas antes disso, ele fala sobre o mito da origem da humanidade, pelo fato de precisar conhecer a natureza humana, bem como as transformação que esta passou, antes de falar sobre o poder do Eros.
Segundo o poeta, havia três tipos de gêneros de seres humanos, inicialmente, o masculino, o feminino e o andrógino. Este último possuia forma esférica, com quatro mãos, quatro pernas e dois rostos contrários num única cabeça. Os andróginos poderiam ser na forma de dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher. Estes eram extremante fortes, ágeis e com muito vigor, por isso decidiram lutar contra os deuses e tentaram derrotá-los. Sentindo-se ameaçados, os deuses decidiram cortar os andróginos ao meio, para enfraquece-los, mas eles não se acostumaram sem sua metade e acabaram morrendo. Com pena, Zeus transferiu os órgãos genitais dos andróginos pra frente, unindo as metades que haviam sido separadas. Com isso, o amor dos homens para os outros se tornou instintivo.
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