JOHN RAWLS: A AÇÃO AFIRMATIVA EM QUESTÃO

JOHN RAWLS: A AÇÃO AFIRMATIVA EM QUESTÃO

John Rawls, no capítulo referente as ações afirmativas, busca discorrer sobre três razões oferecidas por aqueles que defendem as ações afirmativas para que raça e etnia sejam levadas em consideração: correção de distorções em testes padronizados, compensação por erros do passado e promoção da diversidade.

Ao tratar da primeira razão, correção de distorções em testes padronizados, Rawls busca enfatizar como os estudantes pertencentes as minorias tendem a se classificarem abaixo da média obtida pelos estudantes brancos e ressalva a importância de que tais testes interpretem as notas à luz dos antecedentes familiares, sociais, culturais e educacionais dos estudantes. Tal observação é extremamente importante, pois é clara a discrepância existente entre os alunos que vem de um lar estruturado, de condições sociais e culturais favoráveis e dos quais gozam de um sistema de ensino privilegiado quando colocados em concorrência com alunos de minorias que nem a um sistema de ensino digno tem direito.

Como John Rawls salienta, a observância de tais critérios não põe em dúvida a ideia de que alunos com melhores probabilidades acadêmicas serão admitidos, o conteúdo em questão busca apenas tentar instalar uma igualdade no momento de teste das habilidades, buscando analisar e adequar os testes aos antecedentes de cada candidato.

O segundo ponto do estudo considera as ações afirmativas como uma solução para remediar as injustiças do passado, basicamente argumentando que alunos pertencentes às minorias devem ter preferências afim de que seja compensado o histórico de discriminação que os coloca em posição de inferioridade. Tal argumento talvez se disponha como o mais delicado em toda análise das ações afirmativas.

Como bem enfatizado pelo autor, tal critério pode por fim beneficiar estudantes que no presente se encontram perante a sociedade em uma situação privilegiada, apesar de seus antepassados terem sofridos as injustiças que ainda levam a muitos permanecer na relação de inferioridade. Em tal requisito, é válido o argumento de que como sociedade temos a responsabilidade moral de corrigir erros cometidos por uma geração anterior a nossa, porém, afim de evitar que mais injustiças sejam cometidas, se torna interessante que outros fatores sejam considerados associativamente com o requisito histórico para evitar tais injustiças. Por exemplo, no caso de ações afirmativas que beneficiem pessoas pela sua raça, seria ideal que não somente tal critério fosse avaliado, mas que juntamente a ele fosse considerado as condições sociais atuais de cada pretendente.

Dessa forma indivíduos, os quais não se encontram mais na situação de inferioridade perante a sociedade, não se beneficiariam de salvaguardas voltadas a aqueles que devido as mazelas do passado ainda se encontram marginalizados.

Por fim, John Rawls discorre sobre a promoção da diversidade no ambiente acadêmico. O fator em questão seria imprescindível para atingir objetivos socialmente mais importantes como os de respeito, inclusão e equidade. O ambiente acadêmico se constitui como um dos melhores cenários para desenvolvimento de relações sociais e profissionais além de aperfeiçoar princípios e valores. Como destacado pelo autor, um corpo estudantil diversificado com integrantes