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John Dewey A Educação Como Função Social

Por:   •  18/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  447 Visualizações

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DEWEY, John. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação, 4a. ed., São Paulo: Nacional, 1979. Capítulos: 1 - A educação como necessidade da vida; 2 - A educação como função social; 7 - A concepção democrática de educação; 11 - experiência e pensamento e 12 - O ato de pensar e a educação.
DEWEY, John. A criança e o programa escolar. In: Vida e educação. 5a. ed.; São Paulo: Nacional, 1959.
CUNHA, Marcus Vinicius da, 2001. John Dewey e o pensamento educacional brasileiro: a centralidade da noção de movimento. Revista Brasileira de Educação. Editora Autores Associados, n. 17, p. 86-99, 2001. Disponível em: .

Educação e a importância da experiência para o meio coletivo.
Dentro da educação, encontramos diversas teorias sobre pedagogia onde cada professor se baseia durante a sua formação e a sua vivencia para tornar a escola um ambiente de aprendizagem. John Dewey juntamente com a sua formação de escola nova, apresenta-nos uma concepção de pedagogia a partir da experiência de cada indivíduo, experiência esta que se torna reflexiva, onde o aluno deve desenvolver o seu pensamento. A escola laboratório de Dewey de fato se fundiu para não diferenciarmos a vida social da vida escolar. No decorrer da resenha passaremos sobre a ideologia de Dewey, e se esta colabora para a democracia no âmbito de coletividade para o meio social.
Esta resenha, possui base dos conteúdos de John Dewey pelas obras “Democracia e educação: introdução à filosofia da educação” e “A criança e o programa escolar”. Em “Democracia e educação: introdução à filosofia da educação” os capítulos analisados foram 5, onde todos interligam a concepção de Dewey sobre experiência, educação e democracia. Na outra obra analisada, o autor nos mostra sua base para a educação e o programa escolar, que por sinal, reforça seu sinônimo de escola nova. Ambas obras apresentam a educação como foco e por conta disso escolhemos o artigo de Marcus Vinicius como auxílio para nossa crítica, pois apresenta em “John Dewey e o pensamento educacional brasileiro: a centralidade da noção de movimento” uma caracterização de mudança, escola e educação.
Nas obras de Dewey percebemos a distinção que este faz sobre os seres vivos e inanimados, os seres vivos são considerados seres que se renovam pela transmissão de comunicação, que possuem vida não apenas de uma forma fisiológica, mas também cultural, a experiência e educação caracterizam a cultura na vida do indivíduo, tornando o educar necessário para a inclusão dos semi-grupos que são constituídos socialmente e por isso não são formas democráticas de organização. A escola toma este papel de junção dos semi-grupos, justamente por conta da comunicação, que é a forma mais ampla de adquirir experiência, toda comunicação torna-se assim educativa, com exceção de quando a mesma é apenas lançada, quando esta é lançada e não eleva um pensamento na criança, torna-se rotineira.
Toda concepção de experiência é resultado da comunicação educativa, comunicação dada por experiências dos outros indivíduos e pelo meio que se está incluído causando ações e reações no indivíduo e até na própria comunidade inserida. Tudo isto causa a experiência que deste modo aparenta ser fácil de ser transmitida, porém para esta se consolidar precisa-se que a mesma cause uma mudança no indivíduo e este possua uma consciência, já que não há experiência sem consciência. Além de que, experiência provoca outras experiências, e nossas operações se tornam uma quando passamos por um acontecimento que nos marca, fazendo com que tenhamos associações das retrospectivas entre aquilo que fizemos e que iremos fazer, medindo as consequências de cada ação, assim denominando a “relações entre as coisas” que decorre para dentro da educação como experiência ativo-passiva e medida do valor acumulativo de novas relações, para isso precisa-se do corpo para ajudar no intelectual, pois o corpo é a simples atividade da ação e o intelectual, no caso espiritual, é o que promove as significações dos sentidos, das ações, não há uma separação entre corpo e espirito já que o aluno deve levar ambos para a escola. O grande problema pelo qual o professor passa dentro da sala de aula por conta desta união de corpo e espirito, é justamente de passar uma grande parte do tempo limitando e impedindo algumas vezes a atividade corporal que por impulso da criança dificulta o intelecto para aprendizagem de uma determinada lição. Quando não há impedimento da parte corporal o intelectual se desenvolve pelas próprias experiências, pois o professor tem o papel fundamental de ajudar o aluno a elevar o pensar e promover suas próprias conclusões, esta experiência reflexiva é a característica da escola laboratório fundada por John Dewey, seu ponto de partida é o pensar, é sempre o “problema” que irá despertar a curiosidade na criança que automaticamente quer saber a resolução deste, esta situação proposta na escola laboratório de ação reflexiva aparenta o método de um outro autor, Francis Bacon fundador da ciência moderna.
A escola laboratório foi fundada como método de ação para produzir e comprovar resultados levantados por hipóteses, no caso provar hipóteses, transformar o ato de pensar em experiência de fato, assim trazendo o sentido de que experiência não é apenas prática. O ato de pensar é o momento de surgir ideias, tendo a necessidade de fatos, dados e até mesmo conhecimentos já adquiridos de outras experiências, lembrando que não se transmite a mesma experiência pela mesma ideia, cada qual a partir da comunicação e interpretação individual vai caracterizar aquela experiência que o mais velho, por exemplo, transmitiu para o mais novo. Dentro desta escola eram considerados 4 impulsos de desenvolvimento da criança, sendo o instinto social, expressão artística, instinto para construir e instinto de investigação, quando a criança
tem este contato com a educação escolar percebe que na escola laboratório, diferentemente das outras escolas e métodos pedagógicos, vem a apresentar uma reorganização de matérias como princípio geral, por conta da experiência contida em cada indivíduo a vida escolar não poderia ser tão diferente da vida de cada um fora da escola, as experiências na vida social da criança, viriam a somar para um maior desenvolvimento, para um interesse intelectual de tudo que está fora do meio educacional, pois o pensar não seria caracterizado dentro da escola como um pensamento do indivíduo fora do “mundo” e sim pensar neste dentro do mundo, de forma que crie um ser humano social, que saiba as consequências de suas ações para dentro de uma sociedade mais democrática.
No Brasil a escola de Dewey, segundo Marcus Vinicius, teve grande desenvolvimento por ser justamente a escola nova, que não se caracterizava com a pedagogia até então formulada, na pedagogia tradicional apenas o interesse do professor vem a ser significativo, diferente da pedagogia de Dewey onde o aluno leva para a prática o seu pensar, isto de fato ajuda no desenvolvimento psíquico do aluno e este se torna o principal dentro da escola. Dewey é criticado então pela sua filosofia de reflexão e humanização do ser, onde acreditamos que de fato deve ser considerada, pois não podemos criar disciplinas, por exemplo, que não desenvolvam o pensar próprio da criança, a mesma por uma disciplina apresentada em sala de aula que não desperta seu interesse não vem a aprender o conteúdo apresentado, a criança precisa aprender através da sua própria conclusão sobre fatores que estão na sua vida cotidiana, porém, de forma coletiva, para desde cedo não ser introduzida em semi grupos que promovem um meio NÃO democrático.  O meio democrático que Dewey apresenta é a concepção da qual a sociedade precisa para poder se desenvolver, o modo de vida cooperativo que é viver em sociedade, deve ser apresentado desde a infância para que a mesma venha ser consolidada, através das experimentações da escola laboratório podemos acreditar que todas as hipóteses já contestadas são para o desenvolvimento cooperativo, se não, de nada adiantaria promover uma experiência e reflexão de indivíduos que ainda não estão em uma faixa etária onde todas as suas capacidades estão desenvolvidas, além de que acreditamos que o movimento educativo deve refletir nas mudanças sociais, já que ocorre ações e reações do meio em que se está inserido.
“Democracia e educação: introdução à filosofia da educação” e “A criança e o programa escolar” obras que tomamos como base para formulação de visão da educação e democracia para Dewey, torna-se uma leitura para interessados sobre um método pedagógico além do tradicional implantado em nossa sociedade brasileira atualmente. Pedagogos que se contrapõem a pedagogia de reprodução da atividade imposta pelo professor, viriam a encontrar em Dewey uma nova concepção de sala de aula, onde não precisamos fazer uma distinção de fato entre a vida da criança e o ambiente escolar, pois eles são compostos pelas experiências do indivíduo que não há como separar, seria como separar o corpo da alma, ou no nosso caso segregar a educação.
John Dewey nasceu em 20 de outubro de 1859, e veio a falecer em 1952, vivendo por volta de seus 93 anos, este foi o fundador do pragmatismo, além de ter sido filosofo e pedagogo. Sua cidade natal Burlington foi onde sua família, constituída por comerciantes de religião protestante se localizou por um bom tempo, porém, não continuou com os negócios da família, aos 20 anos já estava formado pela Universidade do estado de Vermont, e já iniciava carreira no magistério dentro da sua cidade natal, sua vida acadêmica não parou apenas em sua primeira formação, Dewey fez doutorado em filosofia, onde defendia a tese de psicologia da filosofia de Kant, mesmo tendo uma influência da biologia constituída pela teoria de Darwin. Dewey com seu pragmatismo, se tornou sinônimo de escola nova, principalmente no Brasil, onde influenciou bastante Anísio Teixeira, que acreditava na constituição de democracia que John Dewey defendia. No Brasil foi Anísio Teixeira que elevou a escola nova. As principais obras para entender a teoria de Dewey sobre escola nova foi de fato “Democracia e Educação” e “A Escola e a Sociedade”; outras obras foram traduzidas por diversos autores, inclusive Anísio Teixeira que traduziu “Reconstrução em filosofia”, entre várias outras obras de John Dewey sobre filosofia, democracia e educação.

Lia Barbieri Durigan e Roberta Mendes da Silva, Acadêmicas do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Letras (UNESP – Araraquara).

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