O CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

CURSO DE FILOSOFIA – FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Rafael Henrique da Silva Leodoro

Atividade proposta: reflexão sobre os três capítulos II, III e IV da encíclica Fides et Ratio do Sumo Pontífice João Paulo II. Religião à luz da razão.

        A encíclica do Sumo Pontífice João Paulo II, Fé e Razão (fides et ratio), aborda questões relevantes dentro do campo da fé e da razão, que nos faz compreender que foi Deus quem colocou no coração dos homens o desejo de saber e compreender a verdade propriamente dita, Deus.

        Todo o desejo de conhecer, compreender e saber é propriamente do homem. Todos desejam saber de alguma coisa que ainda não fora lhe mostrado, compreendido, ou seja, a busca por um conhecimento um pouco que concreto e certo. Entre a fé e a razão não há uma cisão, uma completa a outra ao modo que ambas possuem o seu determinado estado e âmbito de realização. A origem do todo e de tudo se reside em Deus, Nele a o princípio e o fim, já o homem lhe compete investigar esse campo de mistério e plenitude por meio da razão que lhe fora dado por Deus, para se conhecer e Conhecê-lo melhor.

        O homem por sua natureza racional, deve compreender que a razão ocupa o papel de respeitar regras fundamentais para a melhor forma possível de manifestar o seu desejo de saber. Regras estas que proporciona ao homem a compreensão de que Deus é o Caminho a Verdade e a Vida, e que jamais o homem poderá percorrer sobre tais regras de forma espontânea e pessoal sem a graça e a sabedoria de Deus. Vale ressaltar que, o homem não pode ser dotado de razão sem antes conhecer a Deus e a si mesmo. Deus é a plenitude de toda a sabedoria.

A ignorância, é a ausência de conhecimento que o homem tem para com a coisa percebida. Ignorar é desconhecer o objeto, a coisa e até mesmo a realidade como tal ela é, toda essa questão perpassa a linha do tempo até chegar em nossa realidade. Muitas vezes temos a expectativa e até mesmo certezas de uma verdade concreta, ou às vezes a denominamos como absoluta, mas essa convenção que parte de nosso interior acaba quando percebemos que, na verdade, é apenas a denotação ilusória que temos do conceito de verdade.

Não basta saber e ter boas compreensões do que é a verdade ou do que é o seu conceito enquanto processo reflexivo e intuitivo, basta percorrer o caminho em que ela se encontra e, a partir daí, ter a perspectiva de que, não posso alcançá-la sem mesmo ter passado pela intuição e pelo desejo da busca. Reconhecer que somos ignorantes é compreender o sentido e o caminho a ser percorrido em busca do conhecimento de uma verdade que sanou a intuição e o desejo de busca.

Agora, quero percorrer um caminho em que essa mesma procura faz bastante sentido no âmbito religioso. “Ao Deus desconhecido”. “Pois bem! O que venerais sem conhecer, é que eu vos anuncio”. Assim disse o apóstolo Paulo quando percorria a cidade de Atenas e encontrou um altar com a inscrição que fora citada anteriormente.

Paulo, destaca uma verdade em que a igreja sempre preservou no mais íntimo de sua tradição. No coração do homem, foram semeados o sentimento, o desejo e a nostalgia de Deus. Há, portanto, um caminho em que o homem pode percorrer, tendo como seu ponto de partida a capacidade da compreensão e da superação do acaso/incerto, para poder se estender até o infinito, ou seja, chegar à compreensão de Deus.

A princípio, a verdade se apresenta de forma interrogativa na vida daquele que a busca. O sentido da vida é uma das formas mais interrogativas que o homem deseja saber, pois, a primeira verdade que estabelece a certeza de nossa existência, é a inevitabilidade da morte. Cada ser, deve conhecer a verdade sobre seu fim, e é justamente caminhando com as ferramentas que orientam a caminho da verdade que vamos compreendê-la, não perfeitamente, mas qual o sentido de que a mesma nos posiciona no caminho à procura da verdade sob a sabedoria dada por Deus a cada homem que deseja encontrá-la.