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O Departamento de Ciências Humanas e Filosofia

Por:   •  21/2/2023  •  Ensaio  •  819 Palavras (4 Páginas)  •  98 Visualizações

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Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

Departamento de Ciências Humanas e Filosofia – DCHF

Curso de Bacharelado e Licenciatura em Filosofia

Disciplina: Ética e Coletividade (CHF – 250)

Prova final

1) Em EN, II, 6, 1106 b 37 - 1107 a 3, Aristóteles oferece sua definição completa de virtude moral (aretè etikè): “A virtude é, pois, uma disposição (hexis) de caráter relacionada com a escolha (prohairesis) e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática (phronèsis)”. A partir disso responda com suas palavras as seguintes questões:

  1. O que é disposição de caráter e em que sentido ela é diferente de uma paixão e de uma faculdade? Isso é desenvolvido no capítulo 5 do Livro II da Ética a Nicômaco. (Vale 2,5 pontos).

 A disposição de caráter trata da autonomia de escolha nos atos de deliberação, as paixões são aquilo que nos acometem, que afetam a alma, e as faculdades é o mecanismo inato, algo inerente ao humano, pelo qual lidamos com as paixões. Aristóteles coloca à disposição de caráter como ponto chave para que seja possível alcançar uma ou mais virtudes. Ao pensar, estamos calculando informações, deliberando sobre nossas ideias, que se apresentaram a nós por meio de algo que nos afeta (paixões como o medo, a compaixão, o ódio, etc.) e isso só é possível por conta da nossa faculdade racional. A disposição, diferentemente da paixão que nos apresenta o sentir, proporciona, por intermédio da faculdade racional do humano, a tomada de decisões necessárias para que a prática do ato virtuoso seja possível.

  1. O que é escolha? Aristóteles elabora este conceito no capítulo 2 do Livro III da Ética a Nicômaco, onde a escolha é distinguida do apetite, da cólera, do desejo e da opinião. Cite ao menos uma diferença que a escolha possui em relação a cada uma dessas coisas. (Vale 2,5 pontos).

 Para elucidar o que viria a ser a escolha, Aristóteles primeiro a distingue do apetite, da cólera, do desejo e da opinião, postulando o porquê de estas não poderem contemplar o mesmo entendimento, uma vez que a escolha está mais relacionada aos meios e ao que é possível, envolvendo certo grau de bondade ou maldade.

 Um apetite não é escolha pois independe do querer, você pode ter um apetite, mas não escolher telo. Podemos percebe-lo agradável ou doloroso, mas não escolher que este seja A ou B. Da mesma forma, escolha não pode ser comparada a cólera, pois esta até os animais, criaturas irracionais, tem e assim como o apetite independem do querer. Também não se caracteriza como escolha o desejo e a opinião. O desejo trata das coisas possíveis e impossíveis e assim como o apetite não optamos por telo. Quanto a opinião, é possível opinar sobre o que não sabemos, mas não é possível escolher dentro das mesmas condições. Sendo assim, estas não podem ser consideradas como a escolha, uma vez que ela necessariamente precisa valer-se do que é possível.

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