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O que constitui o pensamento e quais as implicações do ato de pensar?

Por:   •  9/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  266 Visualizações

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Disciplina: Filosofia Geral (1FIL036)

Profª: Jose Fernandes Weber

Aluno(a): Leonardo Mazamboni Pontes

QUESTÃO I – DESCARTES

O que constitui o pensamento e quais as implicações do ato de pensar?

O Pensamento e a razão são a essência da condição humana porque, embora ninguém possa ter certeza de nenhuma outra parte da existência, um indivíduo sempre pode estar certo de que tem pensamentos e razão. Para que os pensamentos existam, tem de haver uma fonte para o pensamento, assim, se uma pessoa pensa, ela tem de existir. Tendo em vista que a percepção sensorial era incerta, o único ponto do qual Descartes podia realmente ter certeza era que as pessoas pensam, e como existe uma diferença entre a razão pura e a percepção sensorial, ele argumentava que isso deve ser a existência da alma.

A Principal função da primeira certeza foi fornecer uma base sólida para o conhecimento. Mas Descartes percebeu que também podemos ser capazes de adquirir conhecimento a partir da própria certeza. Isso ocorre porque a compreensão do que penso é limitada pela compreensão de minha existência. Assim, "pensar" é também algo do qual não posso racionalmente duvidar, já que duvidar é um tipo de pensamento: duvidar que estou pensando é pensar. Como Descartes concluiu que existia e que pensava, entendeu que ele, assim como todos que meditam, era um ser que pensa. Ele certamente não se permitia dizer que era apenas algo pensante, uma "mente", porque não tinha como saber o que mais poderia ser. Ele podia ser algo físico que também possuísse a capacidade de pensar, ou ainda, qualquer outra coisa que ainda nem tivesse concebido. Nesse estagio de suas meditações, ele sabia apenas que era algo pensante, mas "somente no sentido estrito", ele frisou. Mais tarde, no sexto livro das meditações, Descartes apresentaria o argumento de que a mente e o corpo são tipos diferentes de coisas, substâncias distintas.

Foi tendo a certeza de que os pensamentos existem que Descartes enunciou a sua famosa frase: "Penso, logo existo"(cogito, ergum sum). As ideias de Descartes tinham o propósito de buscar bases sólidas para o conhecimento, possibilitando a certeza de determinadas coisas.

Revendo suas crenças, ele descobre que muitas delas são contrárias. Algumas são mais ou menos justificáveis do que outras; umas, como as proposições da matemática, parecem certas; outras se revelam prontamente falsas. Ele decide colocar algum tipo de ordem nessa confusão de crenças, de modo que a justificativa de uma preposição possa decorrer da outra. A fim de fazer isso, precisa começar com o que quer que seja mais certo e infalível. (Stokes, 2012, p. 142)

A busca da razão cartesiana está em estabelecer distinções sobre aquilo que pode ser justificado racionalmente e entendido por meio de argumentos lógicos, os quais conduzem a verdade ou conhecimento. Em relação as crenças que apresentam justificativas fracas e argumentos incoerentes, obtém-se a certeza de que se trata de preposições falsas. Portanto, confirma-se primeiramente aquilo que tem caráter de verdade, seguindo uma ordem em que uma proposição reforça a outra, confirmando a infalibilidade de um conhecimento e a falsidade de outro.

Quanto mais clara for a ideia sobre um objeto ou uma realidade, maior será o conhecimento sobre ele. "Descartes adverte que existe uma enormidade de razões para duvidar dos pensamentos confusos e obscuros; porém tratando-se de pensamentos claros e distintos, de ideias claras e distintas, as razões que existem para duvidar são muito menos fortes (Morente, 1980, p. 172).

A clareza e a distinção são elementos fundamentais para eliminar a dúvida e caminhar em direção a verdade, como uma possibilidade do eu pensante, "nada hà no eu penso, logo existo, que me assegure de que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras" (Descartes, 1996, p. 92-93, grifo do original).

Portanto, Descartes enfatiza a verdade em relação ao que existe. Porém, a existência em si não basta, é preciso que a concebamos de maneira clara e distinta, uma vez que a clareza e a distinção se estabelecem como critérios em busca do conhecimento verdadeiro. Sobre aquilo que se tem certeza da existência, Descartes enuncia da seguinte forma: "embora, desde que me propus a tarefa de duvidar de todas as coisas, eu tenha conhecido com

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