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Por Onde se legitima o Ensino da Virtude

Por:   •  18/9/2019  •  Resenha  •  1.336 Palavras (6 Páginas)  •  140 Visualizações

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POR ONDE SE LEGITIMA O ENSINO DA VIRTUDE ?

∙ A VISÃO DOS SOFISTAS

*Protágoras

               → Pólis ateniense  ( democrática  = palavra soberana )  →  pedir a palavra nas assembléias ou se defender nos tribunais → para se aprender a isto = arte da retórica ⇒ pagar um professor especialista no assunto = Sofista. O bom sofista dominava vários campos do saber ( dialética retórica; cultura em geral; filosofia ) Ex. : Protágoras, Górgias, Hípias. Eles se propunham ensinar um cidadão a falar, discorrer ou demonstrar a veracidade de uma tese tão bem quanto a veracidade da tese contrária. Todos questionavam a existência de verdades objetivas, absolutas e eternas tanto no plano do conhecimento da natureza quanto no plano da sociedade e da cultura humana.

                   “ O homem é a medida de todas as coisas, do que é e do que não é “, do que é justo e do que não é; os deuses parecem existir para uns e não para outros; a Terra parece chata para uns e redonda para outros.

                   Assim a justiça não é algo em si, mas o que parece justo aos homens ou à maioria dos habitantes de uma determinada cidade em uma determinada época  → por aí a democracia é legitimada ∴ não há a Verdade no domínio do conhecimento da cosmologia, da moral e da política , com a qual o homem ele deva se medir.É antes o homem que deve servir de medida para as verdades e os valores.Isto se traduz no relativismo de Protágoras  e no ceticismo radical de Górgias.

* Para Górgias não existe nenhuma verdade

Seguindo a linha desta visão sofista, como a política está absoluta e mesmo que existisse seria incognoscível  ∴  o discurso é o fator que predomina na convivência humana já que o que importa ou que conta como verdadeiro é tudo quilo que se consegue convencer como sendo verdadeiro.

                  O relativismo de Protágoras e o ceticismo de Górgias levam outros sofistas a afirmarem :

                  Hípias  →  não existe justiça universal e imutável;

                  Antifonte  e Crítias  →  não existem deuses ou cultos que contenham a verdade  ⇒  tudo são convenções humanas arbitrárias que mudam de uma cidade para outra, de uma época para outra, porém são úteis para consolidar as instituições da cidade.

                  Trasímaco     então a moralidade cívica ou religiosa é fruto de convenções que servem para controlar os impulsos egoístas e a ambição de poder humano.circunscrita ao âmbito do poder e não da moral e como o poder advém da palavra, então os interesses daqueles cujas palavras forem mais persuasivas, prevalecerão, mesmo que seus interesses pessoais se sobreponham ou sejam contrários aos interesses da pólis.

                  Essa é a “ ideologia “ dos sofistas, a qual legitima a importância fundamental do ensino da “ dialética retórica “ ou da “ virtude “   ⇒  competências e habilidades.

SOBRE O “PROTÁGORAS”

Interessante notar no início do diálogo o equívoco do porteiro eunuco, que ao abrir a porta para Sócrates e Hipócrates diz :

 -  “ olha, aqui já tem sofista demais “.

                  Esta cena explicita, num humor refinado, como Sócrates e Protágoras invertem posições, trocam de instrumental e de conteúdo. Quando Sócrates termina o diálogo afirmando que a virtude pode ser ensinada ele assume uma tese sofística. Mas, o que faz dele um filósofo, e não um sofista ? Essa questão nos remete às musas da Teogonia de Hesíodo quando afirmam que da mesma fonte saem as verdades e as falsidades. O que garante a sua distinção ? O trabalho sistemático da razão para além da enganação dos sentidos. Platão irá depois dizer que o “ser habita junto do não – ser que parece que é ,que simula ser não sendo e, por isto, engana e se põe no lugar do ser desejado”.

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