Geografia Política e Geopolítica: Discursos Sobre o Território e o Poder

Universidade Estadual Vale do Acaraú, Centro de Ciências Humanas, Curso de Geografia, Av. John Sanford, 1845 - Junco, Sobral - CE, 62030-000.

Disciplina: Geografia Política

Professora: Dra. Glauciana Alves Teles

Aluno: Gotardo Alves de Almeida Neto

COSTA, Wanderlay Messia da. O discurso geopolítico. In: Geografia Política e Geopolítica: discursos sobre o território e o poder. São Paulo: Edusp, 2016, p. 55-89.

Dr. Wanderley Messias da Costa, graduado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e doutor pela mesma instituição e professor titular do Departamento de Geografia da USP, apresenta em sua obra uma melhor compreensão da evolução da Geopolítica, a partir dos clássicos, como Ratzel, até tempos recentes.

Em sua obra, a começar pela introdução, o autor apresenta o termo geopolítica como uma vertente limitada da geografia política. De acordo com Costa (2016) Rudolf Kjéllen manifesta seu entendimento referente ao termo geopolítica como área independente da ciência política. Kjéllen demonstra sua repulsa pela geografia política, esta enquanto campo investigação acadêmica autônomo e sujeita as condições de conquistas e domínio (COSTA,2016). Desse modo, seu pensamento se assemelha às circunstâncias do imperialismo.

Segundo Costa (2016) Kjéllen aconselhou a ideia de que os Estados-Maiores precisariam de uma alteração, transformando-se em “academia científicas”, pois as condições de guerras eram princípios para o entendimento dos processos geopolíticos. Mais adiante, o autor apresenta o surgimento da Geografia Política e da Geopolítica, além dos acontecimentos que contextualizaram a criação destas duas áreas da Geografia. A princípio, entende-se que a origem destas áreas ocorre no âmbito da virada do século XIX para o XX, onde Ratzel e Kjéllen se destacam ao desenvolverem suas obras no respectivo tempo.

Os termos potência mundial e imperialismo surgem neste contexto e ambos apresentam o crescimento do capitalismo tendo como base a industrialização e na “procriação” do capital. Neste sentido, encaixa-se perfeitamente o livro de Lenin, Imperialismo, fase superior do capitalismo, onde o autor aborda a reprodução do capital por consequência dos capitais industriais e bancários. Além disso, Lenin pesquisa detalhadamente o progresso dos trustes, cartéis e demais instituições que possuíam capitais industriais ou bancários.

Desse modo, o autor conclui que a configuração monopolista são resultados de combinações que resultou no chamado capital financeiro. Assim, os capitais centralizados visavam a divisão do mercado interno e posteriormente o domínio dos mercados em escala mundial. Lenin compreende que é uma nova fase de dominação, que o autor denomina de imperialismo capitalista, este por sua vez com finalidades financeiras.

A peculiaridade imperialista da economia e das políticas territoriais, das grandes potências, fundamentam-se em dois pontos principais: o primeiro é as disputas por uma predominância de vizinhança, reduzidos aos espaços disputados e sujeitos à influência do Estado; o segundo ponto está na disputa pelo controle dos territórios de expansão colonial.

O fenômeno do imperialismo faz referência às maneiras de organização e fixação dos impérios em diversas proporções e feições de ordenação e domínio. Conforme Costa (2016) Hobsbawm trata do termo imperialismo, ou imperialista, fazendo referência à fase dos impérios em uma situação que o termo tem um expressa um significado de uma período histórico próprio do capitalismo, associada à amplificação territorial dos Estados. Desse modo, alguns Estados consideravam-se como Impérios, tendo como exemplo os Impérios Alemão, Japonês, Russo, Turco-Otomano e outros. Mais adiante, Costa (2016) apresenta a constituição dos impérios Alemão, Russo, Japonês e da ex-colônia britânica, os Estados Unidos. Além disso, expõe as particularidades e o processo de expansão dos territórios de cada império.