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Gestão das Águas no Brasil: Reflexos, Diagnósticos e Desafios

Por:   •  26/4/2018  •  Resenha  •  3.642 Palavras (15 Páginas)  •  280 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA CIMBA

CURSO DE GEOGRAFIA

                 

Gestão das Águas no Brasil: Reflexos, Diagnósticos e Desafios.

                                                                           Wilson Cabral de Sousa Júnior

Araguaína

2017

Referencia:

JUNIOR, Wilson Cabral de Sousa. Gestão das Águas no Brasil: Reflexão, Diagnostico e Desafio, IEB, São Paulo, 2014.

Resenhado por: Dinalmy Fernandes de Sousa

(Nome do aluno)_____________________________

Wilson Cabral de Sousa Júnior, oceanógrafo, mestre em Sensoriamento Remoto (Inpe) é doutor em Economia Aplicada (Unicamp), com tema “ gestão dos recursos hídricos”. Desde 1994 está envolvido com a questão das águas, atuando diretamente em comitês hidrográficas e coordenando projetos temáticos envolvendo Infra-Estrutura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, junto á Finep, ao Fehidro e outros.

O ilustre autor na sua obra Gestão das aguas no Brasil: Reflexões, Diagnósticos e Desafios, traz para o campo da Geografia uma rica contribuição no que se refere à utilização sustentável da água. Ele, apresenta algumas características que tem influenciado para a degradação sustentável da mesma. Para Junior o crescimento desenfreado da população, o desperdiço de agua e o avanço da industrialização próximos aos rios, vem provocando uma drástica poluição, tanto no ar, mesmo não sendo uma das preocupações centrais do autor, como também nas aguas.

O seu complexo e ao mesmo maravilhoso livro está dividido em cinco capítulos. Todos eles apresentando discursões que influenciam e fazem refletir sobre a utilização da agua e dos novos recursos sustentável, que o autor chama de “gestão das aguas”. Junior problematiza sobre a falta de participação da sociedade civil sobre os debates dentro das instituições hidrográficas. O autor após identificar alguns pontos que limita o desenvolvimento efetiva da gestão participativa da agua, o mesmo apresenta possibilidades que podem reverte tais situações.

No primeiro capitulo, Sociedade Civil: Caracterização e Atualidades, Junior apresenta alguns ilustres autores da antiguidade que volveram suas analises para compreender o cotidiano da sociedade civil. No segundo, Gestão das aguas no Brasil: aspectos institucionais, e no terceiro capitulo, Gestão das aguas no Brasil: aspectos econômicos, o autor aprofunda suas analises no que ele denomina como gestão das aguas, tidas como: as participações sociais no processo de institucionalização da gestão, as bacias hidrográfica, os avanços da sociedade civil, as questões econômicas do Brasil e o embate sobre duas grandes potências, a sociedade civil e o crescimento da industrialização. No quarto capitulo, participação social e a “indústria das aguas”: estudo sobre o modelo inglês de gestão hídrica, o autor, apresenta alguns modelos internacionais sobre a utilização da agua, além disso, traz os resultados e alguns dados referentes à pesquisa organizacional da gestão da água. E por último e não mais importante, no capitulo cinco, Diagnostico e futuro das aguas no Brasil, Junior apresenta algumas hipóteses sobre o futuro da agua no Brasil.

 Na sociedade contemporânea ainda permanece o imaginário de que a água sempre estará presente nos rios e lagos. Segundo o autor, as narrativas de que os recursos naturais renováveis, abundantes e presentes da água, que foram formado por uma sociedade que estava em processo de transição da modernidade para a contemporaneidade, já não serão sustentas no tempo e no espaço. Esses pensamentos foram desconstruídos por alguns geógrafos a parti do momento que voltaram suas analises para a sociedade e como a mesma estava utilizando a água.

Segundo Junior o crescimento demográfico, os usos intensivos das águas e o aumento da poluição, estão provocando uma reavaliação sobre a utilização intensiva dos recursos naturais. Nesse sentido, o autor abre espaço para a discussão sobre a utilização dos recursos hídricos e a implementação de novos instrumentos de gestão, além, é claro, de uma maior participação da sociedade civil no processo da reorganização do uso e do aproveitamento das águas.

Seguindo a linha de analises do livro, Junior apresenta e problematiza alguns autores tais como: Platão, Aristóteles e Políbio, que trouxeram um rico debate referente ao funcionamento do governo e suas formas de julgamento exercido na época. Esses três pensadores influenciaram na formação do que os historiadores chamam hoje de Monarquia, Aristocracia e Democracia. Para a consolidação da sociedade civil, Junior buscou analisar Bodin e Hobbes, o primeiro autor apontando a diferenciação entre estado e governo e o segundo buscou compreender a distinção entre a esfera publica e privada. Os dois autores, segundo Junior, mesmo apresentando narrativas diferentes, os mesmos estão em torno da ideia de compreender como a sociedade Civil se formou no tempo e no espaço.

Outros pensadores utilizados por Junior para contribuir no debate referente à sociedade civil foi Rousseau e a sua obra o contrato social, apresentando ideias de igualdade e liberdade em uma época de transição da sociedade clássica para sociedade moderna. O contrato social foi uma tentativa de rompimento com as atitudes de um governo monárquico. Outro importante autor foi Hegel e a sua rica percepção teórica referente à transformação da sociedade Europeia no século XVI, segundo o autor os grandes acontecimentos como: Revolução Francesa, a Reforma Protestante, o Renascimento, e a Revolução Industrial, contribuíram para a “libertação” do indivíduo de um sistema Feudal para o capitalismo. Junior não deixou de analisar a belíssima obra de Gramsci e a sociedade Civil. Gramsci foi um dos autores que criticaram o sistema totalitarista, buscou compreender as característica econômicas e as suas estratégias utilizadas pelo governo da época para uma efetiva dominação política liberal.

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