Resenha crítica capítulo 2 de ''escritos de educação''
Por: amanda stark • 1/5/2018 • Resenha • 1.095 Palavras (5 Páginas) • 1.600 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO – IFPE
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA – 1º PERÍODO
AMANDA RAYSSA FERREIRA DE VASCONCELOS
RESENHA CRÍTICA: ESCRITOS DE EDUCAÇÃO
RECIFE
2018
BOURDIEU, P. Escritos de Educação. Edição: 10ª. São Paulo. Editora Vozes, 1998.
Credenciais do Autor
Pierre Bourdieu foi um filósofo de formação, foi docente na École de Sociologie du Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos abordando a questão da dominação e é um dos autores mais lidos, em todo o mundo, nos campos da antropologia e sociologia, cuja contribuição alcança as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como educação, cultura, literatura, arte, mídia, linguística e política.
Ao compor, por exemplo a ideia de campo, Bourdieu dialoga com a ideia de esferas, proposta por Max Weber e, ainda, com o conceito de classe social de Marx.
RESENHA CRÍTICA
Neste capítulo, o autor aborda que o sistema escolar é um dos fatores mais eficazes de conservação social, pois fornece a aparência de legitimidade das desigualdades sociais. Ou seja, um jovem de camada superior tem 80 vezes mais chances de entrar na Universidade que o filho de um assalariado agrícola e 40 vezes mais que um filho de operário. Ele também caracteriza a influência do capital cultural como uma relação entre o nível cultural global da família e o êxito escolar da criança, no qual pais que possuem algum tipo de formação acadêmica transmitem cultura aos filhos e fortalecem o aprendizado dessas crianças, levando eles ao teatro, a exposições de artes, museus e etc. Segundo Bourdieu, o nível cultural dos antepassados também permite explicar a variações no êxito escolar, dependendo do tipo do curso secundário passado: clássico, moderno, ou outro; se colégio ou liceu; se instituição pública ou privada, e também, por sua origem demográfica. Deste modo, a classe culta deve-se aos objetivos da família. Ele também fala que a classe média deve à família ethos de ascensão social e de aspiração ao êxito na escola e pela escola, que lhes permite compensar a privação cultural pela aquisição de cultura. Ainda que o êxito escolar, diretamente ligado ao capital cultural, desempenhe um papel na escolha da orientação, parece que o determinante principal do prosseguimento dos estudos seja a atitude da família a respeito da escola. Em outro momento, ele explica o funcionamento da escola e sua função de conservação social, no qual, segundo ele é a ideologia jacobina que inspira a maior parte das críticas dirigidas ao sistema universitário que evita levar em conta as desigualdades e frente ao sistema escolar; em virtude do apego a uma definição social de equidade nas oportunidades de escolarização. Se considerar-se as desigualdades socialmente condicionadas diante da escola e da cultura, conclui-se que a equidade formal a qual obedece todo sistema escolar é injusta e que em toda sociedade onde se proclamam ideias democráticas, ela protege melhor os privilégios do que a transmissão aberta dos privilégios. Ou seja, a igualdade serve como máscara e justificativa para a indiferença no que diz respeito ás desigualdades reais diante do ensino e da cultura exigida. Por fim, Bourdieu fala que a comunicação que se estabelece entre as obras de cultura erudita e o espectador depende da intensidade e da modalidade da cultura, e da mesma maneira a comunicação pedagógica depende da cultura do receptor, do seu meio familiar, em seu contexto e valores, da cultura erudita que a escola transmite e dos meios linguísticos e culturais das obras.
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