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DEMOCRACIA E DITADURA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS DO SÉCULO XX

Por:   •  18/7/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  116 Visualizações

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Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

História das Américas -  2022/1º semestre

Verônica de Souza Afonso Roberte  2017049942

CHILE: DEMOCRACIA E DITADURA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS DO SÉCULO XX

A “via democrática ao socialismo” (governo Allende, 1970-1973) e o regime ditatorial de Pinochet (1973-1990)

Belo Horizonte

2022


De acordo com a historiografia, percebe-se que o século XX é marcado por grandes guerras, embates nacionais sobre domínio e poder, mas não podemos perder de vista a importância das tensões entre democracia e ditadura, entre socialismo e capitalismo. Diante desse pressuposto, é compreensível que os eventos desse século sejam marcados por essas nuances. Todavia, seria ingenuidade crer que as questões desse século sejam resumidas apenas a tais tensões, ainda assim são uma importante chave de entender muitos dos temas que serão relevantes para os Estados e forma indicidual e asssim como em planos relacionais.

Dentro deste plano, brevemente descrito acima, daremos enfâse ao Chile que na segunda metade do século XX irá passar por transições de poder. No começo da década de 1970, o Chile era governado por Salvador Allende Gossens, eleito com 36,6% dos votos. Tal vitória só foi possível graças ao apoio dado pelos partidos de esquerda, a Unidade Popular. Allende foi o primeiro presidente com tendências à esquerda a chegar a presidencia em um país latino-americano. Entretanto, em 1973 passa por um golpe de militar liderado por Ausgusto Pinochet, com apoio estadunidense.

"A ditadura chilena foi o período que correspondeu ao regime liderado por Augusto Pinochet, de 1973 a 1990. Esse regime autoritário foi iniciado a partir do golpe militar de 11 de setembro de 1973, o qual derrubou o presidente constitucionalmente eleito, Salvador Allende. A ditadura chilena fez parte da tendência sul-americana do período em que houve a implantação de regimes conservadores comandados por militares e apoiados amplamente pelos Estados Unidos.

De acordo com VALLEJOS, 2005 desde o início do séc XX já haviam debates sobre a possibilidade, bem como a necessidade e/ou perigo de uma revolução. Entretanto tais questões não passavam da retórica, não havendo indicios de um plano de ação real. Entretanto dois eventos contribuem para uma mudança nesse cenário. Em primeiro lugar, a bem sucedida revolução cubana tras uma nova perspectiva para o cenário da América latina, tornando possível vislumbrar novos ares. Outro fato, é a bem sucedida ascenção da esquerda no plano eleitoral em 1958.

Podemos perceber, o latente crescimento e fortalecimento da esquerda. Isso não significava que não haviam tensões, ou que a oposição aceitava esse fortalecimento sem resistencia. Entretanto, há outra questão a se considerar, o Chile vivia um momento onde a revolução estava no discurso dos principais partidos nas eleições de 1970.

Com a vitória de Allende se inicia o que ficou conhecido com a “via chilena para o socialismo”, cuja proposta era uma transição gradual do Chile para uma sociedade socializante. Foi com base nesse projeto que a reforma agrária e a nacionalização dos bancos se inicia, bem como a instalação de empresas estrangeiras e as minas de cobre. Tal projeto socializante não foi bem recebido pelas elites econômicas chilenas, em sua maioria de direita, mas desagradou principalmente as grandes corporações e grupos de estrangeiros. Esses, viam o novo presidente como alguém que o contradiziam seus interesses. Nesse cenário o governo passou a sofrer grande pressão desses grupos. Podemos relatar, por exemplo, greves financiadas pelas empreses como maneira de pressionar o governo ao empurrá-lo para uma crise econômica.

Nesse ponto, convém pontuar a relevância dos Estados Unidos para a sabotagem ao governo Allende, um presidente que se declarava como marxita. Para além da questão mais tangível de um presidente cominsta no poder de uma país latino-americanom as estratégias econômicas de Allende eram prejudiciais aos interesses das empresas estadunideses presentes no Chile. A ação estadunudense tinha como objetivo principal enfraquecer o governo de Allende, assim o impedindo de implementar suas reformas. Podemos apontar, por exemplo, sanções econômicas ao Chile o que forçou o país a baixar o preço do cobre, principal produto de exportação chileno, no mercado internacional. Para além disso, os grupos de oposição começaram a receber apoio da Agência Central de Inteligência (CIA), ou seja um orgão dos Estados Unidos da América.

A economia chilena passa por uma severa crise com as ações dos grupos de oposição aliadas a pressão que os Estados Unidos da America exercia. Como resultado, o Produto Interno Bruto do país entrou em queda, a inflação subiu chegando a mais de 300% e o país enfrentou grave crise de desabastecimento de mercadorias. Esse cenário se tornou caótico, levando fome a um governo que prometeu melhoria de vida a população chilena. A formação da Junta Militar pode ser apontada como um ultimo ato antes do golpe. Um dos principais nomes desta Junta é Augusto Pinochet. Pouco antes do golpe, Allende nomeia Pinochet a um cargo em seu governo. Não há como afimar qual seu intuito com isso, mas fato é que em 11 de setembro de 1973, o Palácio La Moneda é bombardeado e o Chile sofre um golpe militar. Diante deste ataque Allende não se rende, atualmente a historiografia torna como certo o fato de que Allende cometeu suicío. Antes de sua morte, Allende discursa ao Chile em duas rários diferentes.

Discurso de Allende nas rádios no dia 11 de setembro de 1973.

Novamente, os EUA tem uma vigura importante diante do golpe. Sua ação nesse momento pode ser entendida quando compreendemos a tendencia estadunidense em apoiar o desenvolvimento de ditaduras militares e conservadoras na America Latina. Essa era uma das estratégias para neutralizar o crescimento dos partidos e organizações de esquerda na America Latina (nesse caso, o governo de Allende). Com o golpe, Pinochet é nomeado presidente pela Junta Militar, que ficou no poder de 1973 até 1990. Estima-se que sob o governo de Pinochet a ditadura foi responsável pela morte de mais de três mil pessoas, pela repressão do governo e outras 40 mil vitimas de torturadas. Partidos políticos se tornam ilegais, o congresso é dissolvido, o estado chileno passou a prender os opositores. A ditadura chilena é um periodo de quase 17 anos conhecida como uma das mais violentas ditaduras militares da América Latina.

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