Resenha Crítica: O vanguardismo europeu e a Bauhaus, "Uma introdução a história do Design" de Rafael Cardoso Denis
Por: João Pedro Librelon Domingues • 6/11/2022 • Resenha • 931 Palavras (4 Páginas) • 187 Visualizações
Universidade do Estado de Minas Gerais
Design de Produto
João Pedro Librelon Domingues
Resenha Crítica: O vanguardismo europeu e a Bauhaus
História do Design - Século XIX ao XX
Luiz Henrique Ozanan de Oliveira
Belo Horizonte
2022
1. Introdução
Rafael Cardoso Denis é um historiador brasileiro que se formou em sociologia na Universidade de John Hopkins, Baltimore, em 1985, e depois retornou ao Brasil e completou mestrado em história da arte na Universidade do Rio de Janeiro e, depois, se tornou PhD no mesmo assunto no Instituto de Arte de Courtauld, em Londres. Escreveu vários livros em sua carreira, mas o que se destaca mais é seu livro de sucesso notável “Uma introdução à história do design”, onde se faz um belo registro do nascimento do design até a pós-modernidade e suas relações com outros temas. No capítulo “O vanguardismo europeu e a Bauhaus” o autor entra em detalhes nos movimentos de design vanguardistas que ocorriam na Europa no fim do século XIX e início do século XX, mais especificamente sobre a ascensão do Modernismo como tendência nessa época, e também na escola Bauhaus e o que ela significou para a comunidade de designers em uma época tão delicada na Europa.
2. Desenvolvimento
O capítulo começa descrevendo a tendência da autonomia artística no final do século XIX e como as suas obras eram viradas mais para suas expressões individuais. No entanto, mesmo com tal tendência, ainda havia uma certa dicotomia entre duas tendências disputadas na época: As artes utilizando formatos orgânicos e naturais e as que utilizam formas geométricas e lineares, o que levaria a origem do estilo moderno e cubista e o grande uso de máquinas no início do século XX. Apesar da grande importância da evolução de estilos de design, é nessa época onde se enxerga em grande extensão o impacto capitalista sobre a indústria do design, já que o avanço da produção em massa por máquinas leva ao design com menos detalhes manuais e mais rápida fabricação, dando destaque a uma estética minimalista e de maior poder de mercado a corpos específicos, criando chances de uma monopolização. O texto até mesmo expressa que uma exceção que ocorreu foi no mercado mobiliário, onde ocorreu grande disponibilidade de nomes e uma grande diversidade de mercado.
O texto, logo em seguida, destaca o âmbito das vanguardas europeias terem um papel importante na área educacional da época, atribuindo a origem de escolas de design ao desafio de seus fundadores contra a ordem hierárquica do sistema de educação do tempo em que surgiram, enaltecendo bem mais a famosa Bauhaus. O autor prossegue a enfatizar o grande valor da Bauhaus em si onde, apesar de ser uma escola estadual na Alemanha nos anos de 1920, se mantinha um sistema liberal de ideias entre seus membros. Vale a pena lembrar que, na época, o país sofria gravemente de sua perda da Primeira Guerra Mundial e, em meio de tantas dificuldades, é de extremo bom grado a Bauhaus se manter como um espaço esperançoso, criativo, positivo e provedor de diversas possibilidades para seus estudantes e membros facultativos. Apesar do citado, a Bauhaus veio a fechar em 1933, juntamente com a ascensão do partido nazista ao poder e, consequentemente, a segunda guerra mundial, mesmo com tentativas de se separar da dependência do estado. No entanto, durante seu funcionamento, a escola focava em encobrir as ideias mais variadas em seu método de ensino, dando ênfase nas várias áreas do design e levando interpretações de vários de seus integrantes, atribuindo um valor imensurável da execução artística mundial para a instituição. Isso é de extrema importância já que, como mencionado antes, o mercado havia evoluído com o uso de máquinas e a produção em massa, assim perdendo valorização artística de seus produtos e, com o surgimento da Bauhaus, o design estava mais flexível, expressivo, filosófico e valorizado como jamais esteve.
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