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FICHAMENTO METODOLOGIA

Por:   •  22/5/2018  •  Abstract  •  750 Palavras (3 Páginas)  •  386 Visualizações

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FICHAMENTO METODOLOGIA
Nome: Daniele de Paula
Nº USP: 10763831
Autor: Jacques Le Goff
Livro: História e Memória

Documento/ Monumento

  1. Os materiais da memória coletiva e da história

  • Para Le Goff, a História – forma cientifica da memória coletiva – é construída através de dois materiais: Os monumentos (herança do passado) e os documentos (escolha do historiador). Em seguida o autor começa a falar do próprio significado de monumento: “o verbo monere significa fazer recordar” e conclui: “atendendo as suas origens filológicas o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação”
  • O autor define então documento, segundo ele, o termo latino documentum, é derivado de docere que significa ensinar, posteriormente a palavra evolui para o significado de prova. Ainda sobre os documentos o autor diz que no século XIX o documento ganha também o significado de prova histórica, sendo muito valorizado pela escola positivista, para os positivistas o documento era uma fonte objetiva ainda que resultasse de uma escolha do historiador.
  • Le Goff conclui: “Na historiografia institucional de todos os países europeus, encontram-se, no século XVIII, as duas séries paralelas de monumentos (em declínio) e de documentos (em plena ascensão)”.
  1. O século XX: do triunfo do documento à revolução

  • Segundo Le Goff com a escola positivista o documento torna-se cada vez mais importante. No inicio a concepção de documento aplicava-se, sobretudo a um texto, o que poderia limitar o trabalho do historiador. Fustel de Coulanges sentiu essa limitação e em uma lição pronunciada em 1862 na universidade de Estrasburgo declarou: “Onde faltam monumentos escritos, deve-se a historia demandar as línguas mortas os seus segredos... onde o homem passou, onde deixou qualquer marca da sua vida e inteligência, ai esta a história.”
  • Le Goff fala então da revista de Annales e de seu pioneirismo em propor uma história nova e de ampliar a noção de documento. Segundo Febvre: “A história faz-se com documentos escritos sem dúvidas. Quando estes existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos quando estes não existem.” Le Goff conclui a ideia ampliando o significado de documento histórico para: documento escrito, ilustrado, transmitido pelo som, imagem ou de qualquer outra maneira.
  • Para o autor esse alargamento do termo documento foi apenas uma etapa para a “verdadeira revolução documental” dos anos 60. Essa revolução, segundo Le Goff é ao mesmo tempo quantitativa e qualitativa. A história passa a não cristalizar o seu interesse apenas em grandes homens, acontecimentos ou na história política, ao contrário, todos os homens tornam-se interesse da História.
  • Para Le Goff da confluência das duas revoluções (documental e tecnológica com o computador) nasce a história quantitativa, que modifica a análise do documento, não sendo mais analisado a partir de si mesmo, mas através de uma relação de uma série de documentos que o procede e os segue. O autor conclui o tópico dizendo que a história quantitativa não é imposta nem pelo computador nem pelo passado, mas sim por uma revolução na consciência historiográfica.
  1. A crítica dos documentos: em direção aos documentos/monumentos
  • Neste ultimo tópico o autor fala sobre a crítica documental que se iniciou na idade média, consolidou-se no renascimento e aperfeiçoa-se com os historiadores positivistas do século XIX. Segundo o autor a crítica documental foi sempre em sua essência uma busca pela autenticidade. Le Goff fala então dos fundadores da revista Annales, que deram início a uma crítica em profundidade da noção de documento.
  • Para Le Goff, não existe um documento objetivo, inócuo, primário. Por isso, a crítica aos documentos é tão importante: “só a análise do documento enquanto monumento permite a memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente”
  • Para o Le Goff o documento é resultado de uma montagem consciente ou inconsciente da história. O documento é uma coisa que fica, que dura, é monumento, resulta do desejo das sociedades de impor-se no futuro (voltária ou involuntariamente). Segundo o autor “não existe um documento verdade, todo documento é mentira. Cabe ao historiador não fazer papel de ingênuo” afinal, o documento é uma roupagem, uma montagem e é preciso derrubar essa montagem a partir da crítica.
  • O autor conclui o capitulo dizendo que a desmontagem (problematização) do documento não pode ser feita apenas com o auxilio de uma única crítica histórica, pois uma única forma de análise não pode explicar o significado total de um documento.

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