Mulheres no Final da república romana
Por: Camilla Frias • 3/6/2018 • Resenha • 677 Palavras (3 Páginas) • 240 Visualizações
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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Instituto de História – IH
Elayne Maria de Melo do Sacramento
DRE: 113204088
Trabalho Antiga II
Formação e Produção do autor: O Artigo em questão não está relacionado com a sua tese de doutorado pela USP (Tito Lívio e A Crítica Histórica Moderna). Seu interesse pela história das mulheres aparece primeiramente nas publicações: "Eufrásia Teixeira Leite e a História de Vassouras", "Reflexões Sobre a História da Mulher”. Essas publicações ambas de 1995 inauguraram uma extensa produção sobre gênero e mulheres. Portanto, a inicial inclinação da autora para a história social deu espaço para a transversalidade do conhecimento se utilizando da psicanalise, psicologia, educação, filosofia.
Objeto|Tema trabalhado: Mulheres no final da república Romana.
Problemática: Como ocorreu o processo de emancipação das mulheres romanas na república entre os sec. II e I a.C?
Quadro conceitual e posição historiográfica do autor: A Questão de Gênero visa compreender sobre a identidade do sujeito se deslocando dos determinismos biológicos e utilizando as variações sociais. O Estudo prevalece o entendimento sobre a divisão sexual e a distinção entre homens e mulheres seguindo um caráter sociocultural. Logo, a autora se enquadra na história nova cultural por debater gênero no seu artigo fugindo da lente histórica utilizando o patriarcado e hierarquização das relações, mas sim trazendo as minorias como centro do debate quanto sujeitos históricos.
Hipótese e Argumentação: No desenvolvimento do tema a autora evidencia as mulheres de diferentes segmentos sociais quanto sujeitos históricos revelando as mesmas como agentes de luta e mobilização. A sociedade sexualmente separada romana em que o patriarcado, dominação masculina se encontrava legitimava o ideal de superioridade do homem. As mulheres eram reduzidas as funções do lar, da reprodução e do cuidado com os filhos. Portanto, esse mundo trata a mulher como inferior ao homem, seu desejo sexual é anulado tornando-a apenas instrumento na satisfação do marido o qual segue tendo posse sobre as mesmas. Dependendo do matrimônio essas mulheres também poderiam ter suas vidas determinadas pelo pai. Segundo a autora as guerras púnicas e a influências dos escravos de guerra foram de extrema importância no quesito resistência. Essas mulheres começaram a se opor a essa dominação masculina, muitas se tornaram independentes economicamente e ativas nas questões políticas. Logo, a resistência ao domínio masculino, a influência estrangeira, a independência econômica de algumas, a interação nas questões políticas, as prostitutas como exemplo dessa mudança e afirmação da autossuficiência da mulher foram os responsáveis pela emancipação dessas mulheres romanas.
Documentação e Metodologia: Descrições, compilações e traduções dos teóricos do período em questão. Esses documentos foram analisados sendo em caráter comparatista no que se relacionava a questão das mulheres romanas.
Avaliação justificada do artigo: A leitura do artigo é capaz de inteirar o leitor de que maneira as mulheres romanas se emanciparam e se deslocaram da posição de passividade para atuar na vida política, social e econômica na república romana. A autora promove uma discussão rasa sobre questão de gênero. Para além disso não cumpre evidenciar as mulheres dos diferentes segmentos sociais como promete na introdução, centraliza a discussão sobre as mulheres das classes altas ou prostitutas, pouco fala das escravas. Embora tenha tido essas ausências o artigo é capaz de elucidar o autor sobre o processo de liberação sexual das mulheres mais especificamente das prostitutas e mulheres de melhores condições sociais. A contraposição entre feminino e masculino abordada no artigo permite uma comparação com a sociedade contemporânea ocidental. Afinal, o patriarcado, a dominação masculina e a hierarquização das relações entre homem e mulher perpassaram a História. Logo, produções como as da autora são necessárias para dar visibilidade as mulheres e as ditas minorias quanto sujeitos históricos e assim o estudo da História desloca-se de uma perspectiva heterossexual, patriarcal, branca, burguesa viabilizando uma possível reescrita da História.
Referência do artigo: CIRIBELLI, Marilda Corrêa. Emancipação e liberação sexual das mulheres na república romana (II e I a.C). Phoînix. Rio de Janeiro, v. 08, n. 1, 2002, p. 259-278.
Referências Bibliográficas:
BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo: fatos e mitos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira,1980
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 2003
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