Carta de Intenção de Estudo
Por: Sange Silva • 15/9/2016 • Projeto de pesquisa • 1.163 Palavras (5 Páginas) • 463 Visualizações
CARTA DE INTENÇÃO DE ESTUDO
Nome: Elisângela de Jesus da Silva
Formação: Licenciatura em Letras Vernáculas
Linha de Pesquisa Pretendida
(X) Linha 1: Educação Científica e Formação Docente
A formação de professores tem sido alvo de discussões nas pesquisas em educação nas últimas décadas. Tal importância tem mobilizado educadores a pensar, refletir, e buscar alternativas para os desafios cada vez mais complexos da educação em todos os níveis. Um dos grandes desafios da formação do educador tem sido a articulação entre a teoria e a prática, uma vez que a tradição teórica, com base na racionalidade técnica, separou de um lado os processos da Ciência e de outro, os seus produtos, criando um hiato entre quem produz o conhecimento e os que o consomem.
Por esse motivo, faz-se necessário discutir numa pós-graduação uma experiência de formação, cujo objeto de possa ser um projeto pedagógico com vistas a superar as lacunas deixadas na formação docente. Um projeto que vise formar o professor reflexivo pesquisador, no sentido de que este profissional saiba operar com a produção do conhecimento no dia-a-dia da sala de aula fazendo da sua prática, objeto de estudo e reflexão, bem como tornando o nosso aluno também um pesquisador.
Muitas perguntas são feitas: Que processos são capazes de formar um professor pesquisador da língua portuguesa, incentivando, assim, o seu aluno? Qual o fundamento da formação do estágio vinculado à pesquisa linguística? A formação mediada pela pesquisa dá conta de resolver o hiato entre a teoria e a prática nas aulas de língua portuguesa?
Essas e outras questões poderão esquematizar reflexões e se configurar num possível problema que passará a orientar a futura pesquisa: Em que medida aulas vinculadas à pesquisa responde às necessidades de uma educação científica na formação inicial dos educadores?
A proposta seria investigar professores como sujeitos atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental no Ensino de Língua Portuguesa em escolas da rede privada de ensino. Entretanto, para responder o problema da pesquisa, primeiramente, é preciso analisar a origem do conceito de professor pesquisador a luz de autores que discutem a temática.
A partir daí, então, fazer a pesquisa documental sobre o Curso de Licenciatura em Letras Vernáculas, o projeto de planos de aulas e o estudo sobre o conceito de educação científica para que se compreenda melhor o desenvolvimento das aulas com pesquisa. Esta análise, também, deverá ser feita com um embasamento teórico adequado, que será lido ao longo do curso da pós-graduação. O estudo pode, ainda, ter como objeto de análises o relatório dos professores que atuam no ensino de português, bem como entrevista com aqueles que ainda estão em processo de formação.
Dessa forma, a proposta é fazer uma pós-graduação que possibilite ao educador relacionar teoria e prática de um modo que se obtenha resultados positivos por parte dos educandos, tornando-os tão pesquisadores quanto o próprio professor. E que seja possível, muito mais, um ensino de português que leve em consideração processos da pesquisa para sala de aula, isto é, um estudo que não esteja consolidado pelo “português” com apoio do livro didático. Enfim, um ensino apoiado por políticas de formação científica e de valorização do desenvolvimento profissional da educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (Mono da pós)
Diante da discussão apresentada, buscamos, no corpo desta monografia, trazer à tona conceitos, pertencentes à linguística, que ao longo do nosso percurso acadêmico foram discutidos, sendo que muitos deles tiveram que ser mais aprofundados, até porque muitas coisas se perdem pelo caminho, seja devido aos muitos componentes curriculares que devem ser conciliados, seja por não darmos a devida importância a tais conceitos.
Com a apreensão desses conceitos, claro que nunca na sua totalidade, procuramos associá-los ao nosso objeto de estudo e pesquisar, num grupo específico, professoras de Língua Portuguesa, o tratamento dado aos alunos frente ao fenômeno da variação da língua, uma vez que reconhecemos que na escola é possível perceber, mais de perto, a heterogeneidade linguística a partir das variedades de cada educando advindo dos diversos bairros da cidade, bem como de regiões circunvizinhas.
Durante a construção da monografia, percebemos, através de 70% das professoras entrevistadas, que o preconceito linguístico existe e continua forte no ambiente escolar, embora muitos docentes tentem desfazê-lo, ou, ao menos, discuti-lo, acreditando, ainda, que pode inserir o estudante numa cultura letrada.
Sendo assim, a realização deste estudo significa muito para nós, principalmente pelo fato de compreender que o ensino da língua materna pode, sim, mesmo não sendo tão fácil, ocorrer de uma maneira que venha mostrar a riqueza que esta possui, atraindo, portanto, os estudantes, e não os expulsando da escola. Então, mesmo reconhecendo as dificuldades enfrentadas para se elaborar esta pesquisa, confessamos que ela, na verdade, serviu-nos de provocação e nos aguçou o desejo de aperfeiçoar, primeiramente, a nossa própria prática, e, posteriormente, das leitoras e dos leitores que assim almejarem.
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