A Concepção da criança e da educação infantil
Por: Dulcilena Brandino • 29/8/2018 • Trabalho acadêmico • 682 Palavras (3 Páginas) • 231 Visualizações
Acadêmica: Dulcilena Fátima Brandino.
Breve histórico sobre a concepção da criança e da educação infantil.
A concepção de criança foi mudando historicamente, as crianças incialmente por volta do século XI até XIV eram vistas como pequenos homens, esperando para crescer, isso pode ser acompanhado pelas obras representadas na época, a criança foi vista sempre como um pequeno homem e quase sempre representada aos aspectos religiosos.
Os cuidados e o afeto com as crianças é algo recente em nossa história, até meados do século XVIII as famílias tinham o hábito de ter muitos filhos, até porque a as taxas de mortalidade eram altíssimas, as crianças serviam para auxiliar a família com o trabalho no meio rural, única forma de sobrevivência da época, ainda tinham como finalidade perpetuar os meios de trabalho e produção da família.
Como explica Áries (p. 276):
(...) o sentimento da infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia.
Tendo em vista esse cenário, podemos conceituar que o ambiente onde viviam as crianças até meados do século XVII era um habitat que ignorava a singularidade da criança como ser diferente dos adultos, entre os hábitos dos menores incluía-se trabalhos manuais, ingestão de bebidas alcoólicas e práticas sexuais exploratórias.
Com o passar dos anos os olhares as crianças e a infância foram sendo alterados, já por volta do século XIX com o advento da revolução industrial o cenário familiar é alterado, as famílias antes rurais passam a ser famílias urbanas, o trabalho comum passa a ser o trabalho nas fabricas, têxteis em sua maioria, no início deste século é comum ver crianças trabalhando.
Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, passa a ser necessário um local para que os filhos menores fiquem protegidos e cuidados, as primeiras escolas infantis surgem nessa época com apenas o intuito de cuidar as crianças menos favorecidas, isso na Europa do século XIX, a maioria das escolas e abrigos infantis eram de cunho religioso, o Estado se omitia desse dever.
Aqui no Brasil as instituições próprias para o cuidado com a educação infantil vieram a existir na metade do século XIX, eram chamados Jardins de Infância e em primeiro momento ofereciam atendimento a crianças de classes sociais afortunadas.
Conforme explica Oliveira (2011, p.93)
[...] em 1875 no Rio de janeiro e em 1877 em São Paulo, foram criados os primeiros jardins de infância sob os cuidados de entidades privadas e apenas alguns anos depois os primeiros jardins de infância publico, que contudo dirigiam seu atendimento para as crianças dos extratos sociais mais afortunados [...]
Em 1882 se fortalece o movimento de proteção à infância e o atendimento é voltado as camadas mais carentes como estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados a sobrevivências das crianças, instituições de educação infantil, financiados ou mantidos pelo poder público, passaram a atuar de forma compensatória para atender as camadas pobres da sociedade.
A mudança nos cenários familiares no Brasil ocorre em meados da Proclamação da República, no início do século XX com a entrada das fábricas e da urbanização das cidades, ai que surge o problema da mulher operária que necessita de ajuda para cuidar dos filhos enquanto trabalha.
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