A Educação Infantil

Sim, atualmente a educação infantil não é mais apenas cuidar, é educar, preparar para a criança para o mundo lá fora, dando a ela condições de se desenvolver e evoluir.O surgimento da primeira escola para crianças de dois a seis anos deu-se em 1770 e foi organizada pelo Pastor João Frederico Oberlin, que fundou a chamada Ecolés à tricoter (Escola de tricotar), em um vale de cadeia dos Vosges, na França, onde residiam cerca de oitenta famílias.

Essas escolas, de acordo com Kulmann Jr., tinham como objetivo fazer com que a criança perdesse os maus hábitos, mediante aquisição de hábitos de obediência, sinceridade, bondade, ordem etc. Foi assim que se ofereceram as primeiras noções de moral e de religião. Além disso, ensinavam-se às crianças as letras minúsculas, a soletração e a pronúncia correta das palavras e das sílabas difíceis.

A iniciativa de Oberlin inspirou uma série de outras em toda a Europa. Na Escócia, em 1816, Robert Owen criou uma escola para filhos de operários de sua fábrica, que atendia a crianças de dois a seis anos. Na Inglaterra, em 1824, Samuel Wilderspin fundou a Infant School Society, uma escola infantil destinada à educação de crianças de dois a 11 anos, a qual, posteriormente, foi denominada de Infant School, espalhando-se por todo o Reino Unido (KUHLMANN JR., 2001).

A França, influenciada pela Infant School, cria, em 1828, as chamadas Salas de Asilo (Salles d’Asile), que depois mudam seu nome para Escola Maternal.

Kuhlmann Jr. (2001) refere que

A pedagogia de Wilderspin codificava e aplicava às crianças pequenas a proposta do ensino mútuo, de Lancaster, usada na escola primária, que funcionava com salas para grande número de alunos, onde o professor passava os exercícios a alunos monitores, que os reproduziam em pequenos grupos com alunos menos adiantados. O método da Infant School inspirou a elaboração do Manual das Salas de Asilo, por Denys Cochin, em 1833, que sugeria procedimentos semelhantes. As figuras apresentadas como modelos no manual mostram uma ampla sala em que uma arquibancada forma um anfiteatro, para lições dirigidas a todos, e áreas com bancos para as reuniões dos grupos de diferentes idades comandados por uma criança monitora; as paredes eram decoradas com o crucifixo, as letras do alfabeto, figuras geométricas e cartazes, promovendo como que um programa de ensino escolar em miniatura, com forte caráter religioso (DAJEZ, 1994).

Este texto é parte da palestra de Kulhmman Jr. intitulada “Trajetórias das concepções de educação infantil”, disponível em: