A Educação Infantil
Por: ILANE02 • 29/1/2025 • Artigo • 832 Palavras (4 Páginas) • 7 Visualizações
EU SOU INCRÍVEL!
O AUTORRETRATO NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EM CLASSE HOSPITALAR
Lucimaria Edivânia Alves
E-mail: luci_410@hotmail.com
Paolla Mahara Baracho Pinheiro
E-mail: p.mahara@hotmail.com
Senadaht Baracho Rodrigues
E-mail: senadaht@yahoo.com.br
Classe Hospitalar do Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN/EBSERH
GT2- Relatos de Experiências
INTRODUÇÃO
A classe hospitalar ocupa importante papel para a garantia da construção de aprendizagens significativas aos educandos. Ela, em uma visão libertadora, não mais bancária da educação (FREIRE, 2005), deve possibilitar a ressignificação do vivido a partir do conhecimento e da valorização de si enquanto sujeito ativo que aprende e ensina outras maneiras de ser e estar no mundo. Contudo, essas aprendizagens só se materializam mediante um conjunto de decisões sobre o que e como ensinar, que caracterizam o currículo da classe hospitalar em ação, que não pode ser rígido, engessado, mas flexível (BRASIL, 2002), se moldando à realidade em que se encontram seus educandos.
Essas decisões, que resultam de um processo de reflexão contínua da própria prática pedagógica em ambiente hospitalar, nos desafiam e nos impulsionam a pensarmos ações que, além de oportunizar o acesso a conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital (BRASIL, 2018), problematize as experiências vivenciais das crianças e dos adolescentes acompanhados pela classe hospitalar localizada no Hospital Universitário Onofre Lopes, que é vinculada ao NAEHD/SUESP/SEEC, através do termo de Cooperação Técnica, tendo como referência a Lei Estadual número 10.320/2018.
Nessa perspectiva, objetivamos apresentar reflexões acerca do trabalho com a confecção de autorretratos, como parte de um projeto maior intitulado “Pessoas Incríveis”, que tem buscado oportunizar às crianças e aos adolescentes acompanhados na classe hospitalar do HUOL, ressignificarem suas vivências e se verem como agentes de transformação de sua própria história e da história da sociedade em que estão inseridos, a partir do conhecimento de si e do reconhecimento do outro.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - METODOLÓGICA
A construção de uma identidade consciente de suas possibilidades e limitações, de seus direitos e deveres enquanto cidadão, de seu papel no mundo da vida e para as mudanças sociais, políticas e culturais está intrinsecamente atrelada ao conhecimento de si e ao reconhecimento do outro. Daí que, no projeto “Pessoas Incríveis”, apresentamos, ao longo do ano vigente, a história singular de diversas personalidades – Frida Kahlo, Paulo Freire, Malala entre outros. Após as discussões coletivas sobre o impacto social, político e cultural dessas histórias, propomos a elaboração do autorretrato, com vistas a promover reflexões acerca da construção da identidade a partir da reflexão sobre a história singular de pessoas que, ao longo da história, enfrentaram as diversidades e contribuíram na construção de um mundo melhor.
A cada estudante, de diferentes idades e níveis educacionais[1], são entregues folhas de ofício em branco, lápis, hidrocores, tintas e pincéis. Eles são convidados a se olharem em um espelho e descreverem em um desenho de si, aquilo que veem e ou o que gostariam de ver. Em seguida, aqueles que desejam partilham seu autorretrato e escrevem também sua autobiografia. Nossa intenção com a realização dos autorretratos, é oportunizar à criança e ao adolescente enfermo, ressignificar suas vivências e se ver enquanto sujeito ativo, singular e plural, que pode, através da ressignificação do vivido, mudar sua própria história e a história do mundo.
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