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A Filosofia na Pedagogia

Por:   •  31/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.438 Palavras (6 Páginas)  •  350 Visualizações

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  1. Disserte sobre a herança socrática no pensamento platônico.

A figura de Sócrates é um tanto emblemática. Alguns fizeram dele um herói – por sua atitude e seu comportamento frente alguma adversidade. Outros fizeram dele um sábio por excelência – pelo domínio de si, moderação, equidade, desprezo por valores materiais.

Os pensadores cristãos, por exemplo, nunca se cansaram de comparar a figura de Sócrates à pessoa de Jesus de Nazaré: ambos foram condenados por seus ensinamentos, ambos compareceram aos tribunais e não se defenderam, ambos nada deixaram escritos, ambos criaram uma posteridade sem limites e tudo que sabemos de ambos depende de fontes indiretas, escritas depois de estarem mortos. No entanto, é em relação aos seu pensamento e sua filosofia – sua maiêutica – que toda história do pensamento ocidental se debruçou

Diferentemente, dos sofistas, Sócrates mantém certa separação entre opinião e verdade, entre aparência e realidade, entre percepção sensorial e pensamento. Por isso, sua busca visa alcançar algo muito preciso: passar da multiplicidade das ideias, das aparências opostas à unidade de pensamento: maiêutica – parteiro. Pois ao dizer-se “parteiro das almas”, Sócrates queria dizer que ele não era o pai das ideias que nasciam da alma de seu interlocutor, mas de auxiliar o nascimento de ideias para as quais o trabalho de parto tinha, como no caso das mães, que ser feito inteiramente pela parturiente.

Em Platão, seu principal discípulo, tal movimento, tal passagem para se chegar a essa unidade de pensamento só será possível através da dialética. Ou seja, a tarefa da dialética  é justamente fazer com que, graças a descoberta das contradições encontradas num grau de conhecimento inferior chegue-se ao conhecimento superior. É passar do mundo sensível, mundo perceptível, mundo das sensações para o mundo suprassensível, mundo intelectivo, mundo das ideias. Nesse caso, sintetizando, podemos assim defini-la; a dialética é a técnica cujas principais características são:

a) arte de conduzir uma discussão – Sócrates.

b) método filosófico cientifico para desenvolver o conhecimento por meio de perguntas e respostas, isto é para buscar aquilo que não se sabe – Sócrates.

c) método para que a alma racional consiga apreender intelectual e conceitualmente uma realidade, captando a essência ou a forma dela – pensamento socrático-platonico.

d) método pelo qual a razão ou o pensamento, superando a divisão e os contrastes do ser (ontos), entra em contato direto e imediato com seu objeto, alcançando o logos, ou seja o ser inteligível.

2) Como Platão concebe os ideais de homem virtuoso e de Estado justo? Quais as implicações desses ideais para a concepção platônica de Paideia?

Resumindo, para Platão, o homem virtuoso é aquele que consegue governar seus desejos e apetites pela razão. É o esforço, luta e exigência de domínio da parte superior (razão) grau racional do indivíduo, em relação a parte inferior (desejo) grau irracional do indivíduo. No entanto, essa questão ficará mais evidente e de fácil compreensão quando aplicado por Platão, não só ao indivíduo mas, também, a cidade, a polis.

Para Platão a cidade (polis) possui três classes sociais: a econômica (agricultores, comerciantes e artesãos), a militar ou dos guerreiros e a legislativa ou dos magistrados.

A classe econômica está encarregada da sobrevivência da cidade, suprindo as necessidades básicas da vida. É uma classe que se caracteriza pela concupiscência, pela sede de riqueza e de prazeres, por isso, se ela vir a governar, a cidade estará voltada para acumulação de riquezas, para uma vida de luxos e prazeres e para uma luta econômica sem fim, aumentando o numero de miseráveis e reduzindo o numero de abastados.

A militar ou dos guerreiros está encarregada da proteção da cidade. Porem essa classe se caracteriza pela cólera e pela temeridade, pelo gosto dos combates, pelo prazer de lutar e de buscar fama e glória. Se ela vir a governar lançara a cidade em guerras intermináveis, tanto externas quanto internas.

A classe dos magistrados, de todas a menos numerosa, está encarregada de dar as leis e de fazê-las cumprir pela cidade. No entanto, para não serem dominados pelas outras duas classes por serem mais numerosas é necessário que os magistrados possuam a ciência da política e principalmente conheça a ideia de justiça.

Ou seja, por serem uma classe que compõem a uma pequena elite intelectual, a classe dos magistrados, deve ser a classe dos governantes propriamente ditos. Sua função é promover e manter a justiça tanto pela qualidade das leis como controle que exercem sobre as outras duas classes.

Nesse caso, da mesma forma como concebe o indivíduo, a razão domina a coragem que domina que domina a concupiscência. A cidade justa é, no entanto, aquela onde o filósofo governa, o militar defende e os que estão ligados às atividades econômicas proveem a sociedade.

Assim a exposição da teoria política de Platão comparada ao indivíduo possui um alcance filosófico sem precedentes. Pois, se articular a dialética, com a teoria psicológica veremos que a realização do conhecimento perfeito e da vida virtuosa surge como causa e efeito da perfeição da polis. É clara a relação entre os graus do conhecimento e as etapas da formação dos membros da cidade, entre a virtude individual e a virtude da própria cidade.  

3) Estabeleça algumas relações entre a alegoria da caverna e o programa educativo platônico. Dê um exemplo de como a alegoria da caverna poderia estar presente em algumas situações educativas nos dias de hoje.

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