A LITERATURA INFANTIL NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES E A PEDAGOGIA DE PROJETOS

A LITERATURA INFANTIL NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES E A PEDAGOGIA DE PROJETOS

Amanda Aparecida ANCILOTO^[1]

RESUMO: Esse artigo tem como objetivo apresentar como deve ser trabalhado o desenvolvimento educacional e social da criança, o que se vai além da sala de aula, aprimorando o seu hábito a leitura. Justifica-se essa pesquisa no intuito de refletir sobre a literatura infantil, e a pedagogia de projetos, proporcionando ao profissional novos métodos pedagógicos, para que assim ele desempenhe seu trabalho com mais qualidade. O procedimento metodológico baseou-se em pesquisas bibliográficas. Através desta interferência descobrimos que a leitura é um grande instrumento motivador para o desenvolvimento da criança, e concluir a importância da contribuição da literatura no desenvolvimento da criança e o quanto é importante proporcionarmos mais flexibilidade e variedade de métodos, para que o profissional trabalhe em sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infantil. Projetos. Desenvolvimento. Métodos.

1 INTRODUÇÃO

Esse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado "A Literatura Infantil nos primeiros anos escolares e a pedagogia de projetos" tem como objetivo o estudo de como a leitura é inserida no contexto em sala de aula, e como é trabalhado para o desenvolvimento educacional e social da criança, e se vai além da sala de aula encontrando incentivo ao hábito da leitura. Como princípios de uma aprendizagem saudável, as crianças precisam ser estimuladas a assumirem sua identidade; a construir conceitos sobre suas atitudes e valores em seu desenvolvimento e, a leitura, pode e deve ser utilizada como instrumento para alcançar tal objetivo.

 Entre os gêneros literários existentes, um dos mais recentes é constituído pela Literatura Infantil, que está ligada à Pedagogia. Se a Literatura Infantil leva um adulto a viajar no tempo e no espaço, imagine o que acontece com uma criança quando é estimulada e orientada a ler, desde seus primeiros momentos. De acordo com os estudos realizados a contribuição e relevância para seu desenvolvimento é riquíssima.

A Literatura Infantil é um gênero que desperta a curiosidade, a imaginação, desenvolve a habilidade de leitura visual através das ilustrações contidas nos livros, estabelece referências com a realidade, incentiva e motiva a criança a construir seu próprio conhecimento através das experiências vividas com a leitura, com os contos de fada, entender suas emoções, alegrias, amores, aflições, medos e angústias.

A problemática dessa pesquisa é entender como a Literatura Infantil está inserida na vida escolar das crianças e como vem sendo trabalhada para desenvolvimento da convivência em grupos. Muitos professores apresentam o ato de ler como um dever ou uma obrigação, tornando assim a leitura um momento cansativo onde o aluno não consegue alcançar a compreensão e a aprendizagem. Existem vários elementos que o professor pode trabalhar por meio da leitura para o enriquecimento da aprendizagem, como o senso crítico, o perceber, o discutir, relacionar, o de sentir diferentes emoções, o conhecer os personagens, tudo isso pode ser trabalhado com os alunos, de forma a contribuir para que a leitura seja produtiva para ele e para o professor.

A literatura infantil, portanto, não pode ser utilizada apenas como um “pretexto” para o ensino da leitura e para o incentivo à formação do hábito de ler. Para que a obra literária seja utilizada como um objeto mediador de conhecimento, ela necessita estabelecer relações entre teoria e prática, possibilitando ao professor atingir determinadas finalidades educativas. Para tanto, uma metodologia baseada em um ensino por projetos é uma das possibilidades que tem evidenciado bons resultados no ensino de língua materna.

2  A Literatura Infantil no Brasil

Somente no início do Século XX começa a reação a este estado de dominação cultural (a dominação da educação por estrangeiros, pelos educadores europeus). E cada vez mais autores passam a se dedicar a literatura infantil, dentre esses autores consagrados na literatura adulta como José de Alencar e Olavo Bilac.

De acordo com Ziberman (1985), a primeira manifestação literária infantil no Brasil surgiu com o educador europeu, Carl Jansen, que atuando como mestre no colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, traduziu e adaptou clássicos para a juventude como: As mil e uma noites, Dom Quixote, Robson Crusoé, entre outros.

 O fato de a educação ser dominada por estrangeiros contribuiu bastante para o atraso na produção de livros infantis brasileiros: a principal fonte de demanda, a educação via-se suprida por livros originários dos países dos mestres.

O maior escritor de Literatura Infantil no Brasil foi Monteiro Lobato despertando o imaginário infantil com a criação de um mundo de fantasia que agradava até os adultos. Revoluciona a literatura infantil brasileira, introduzindo uma série de novos elementos, tanto formal quanto em conteúdo, é o precursor de uma literatura infantil crítica. Seu melhor trabalho foi no sítio do Pica-pau Amarelo. O diferencial de Monteiro Lobato foi a forma sutil de trabalhar o certo e o errado, por 12 exemplo, a figura da ‘Emília” em Sítio do Pica-pau Amarelo, que desmistifica uma série de pseudoverdades, se procurando em debater temas públicos, normalmente circunscritos ao mundo adulto, de forma a serem facilmente apreendidos pelas crianças, ajudando na formação do caráter, sem deixar de incitar o imaginário, a curiosidade infantil e a delicadeza do sonho que toda criança adora.

Monteiro Lobato utiliza o humor e também o folclore brasileiro com um trabalho em cima da relação fantasia e realidade utilizando uma linguagem coloquial bem característica da infância.

2. 1 História da Literatura Infantil

O conceito de infância começa a surgir, na Europa entre os séculos XVII e XVIII, com ascensão da burguesia quando passa a ver a criança como o futuro da nação. Ziberman (1985), relata que antes, a criança era ignorada pela sociedade dos adultos, não havendo nenhuma atenção ou cuidados específicos para com ela, era visto como um adulto em miniatura, podendo desta maneira participar das atividades apropriadas aos adultos; eram elas: esportivas ou intelectuais, não existia leitura destinada somente a criança, já que, esta perante a sociedade não tinha características próprias da infância, a educação atribuída a criança era a mesma oferecida ao adulto.